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Empresários devem se aproximar do cotidiano dos funcionários

Outro dia fui convidado a participar de uma entrevista em um programa televisivo especializado em economia e negócios e, como de costume, me vesti com calça e camisa. Perto da hora da gravação, pessoas próximas a mim chamaram atenção para o fato de eu não estar usando terno e gravata, como se espera de boa parte dos executivos nessas ocasiões. Preferi manter minha postura e me apresentar como me visto usualmente no meu local de trabalho, onde todos se vestem de forma mais despojada. E me justifiquei.
Já foi a época em que havia um abismo gigantesco entre o universo dos executivos, presidentes e proprietários de empresas, e o ambiente dos funcionários. Organizações que ainda atuam nesse sistema não percebem que uma das chaves para o crescimento é a aproximação entre esses dois mundos, que, aliás, são ou deveriam ser um mundo só. O funcionário deve se enxergar em seu patrão.
Os empresários que pretendem se manter líderes de mercado neste século ou aqueles que buscam o crescimento devem conhecer os meandros e as dificuldades do cotidiano de seus colaboradores, estar envolvidos diretamente nos mecanismos que tocam a corporação. Devem ser líderes respeitados. E o respeito não é conquistado pelo tipo de roupa que vestem, mas pela segurança que passam a seus subordinados, que percebem que as solicitações ou orientações recebidas têm fundamento, partem de alguém que realmente conhece os mínimos detalhes que envolvem sua execução.
Ficar trancado no escritório, de terno e gravata, dando ordens pelo telefone é mais que antiquado, é algo extremamente perigoso. Quem não se envolve com o universo de seus funcionários está a alguns passos do abismo, ainda mais nesse período conturbado de crise econômica.
Com a vivência do dia a dia na empresa é possível ter novas ideias e iniciativas, perceber em que área cada colaborador pode render mais, além de evitar que fiquemos alienados sobre o que realmente acontece dentro da nossa própria “casa”.
Se cobramos de nossos trabalhadores uma constante atualização profissional, também não podemos ficar parados no tempo. Temos de rever nosso posicionamento, nossas convicções e, principalmente, as convenções que herdamos. A aproximação entre a diretoria e a base é fator que contribui bastante para um futuro melhor da empresa.
Já existem alguns exemplos de empresas, e até conglomerados, que atuam de forma arrojada, mas são muito poucos se compararmos à infinidade de micro, pequenas e médias empresas de diferentes segmentos que se mantêm no velho estilo. Curiosamente, aquelas que se destacam pela postura vanguardista são corporações ligadas ao universo digital, o setor que foi um dos pilares na transformação das formas de se fazer negócio no século XXI.
Não é de hoje que assistimos a reportagens com os executivos usando camiseta e calça jeans nos escritórios dessas organizações, que crescem a passos largos.
O mundo dos negócios atualmente é guiado pela perseverança e uma visão arrojada, e, estando próximo dos colaboradores, o executivo une seu conhecimento administrativo e empresarial à maneira de enfrentar os problemas do cotidiano da empresa, que, a princípio, podem parecer simples, mas se não corrigidos em tempo, podem se tornar uma avalanche e derrubar até uma empresa que pense estar bem estruturada e preparada para os percalços do mundo corporativo.
Para se alcançar o êxito num momento caótico para o mundo dos negócios, como o atual, e criar perspectivas positivas para o futuro, é preciso que haja uma constante atualização, de todas as partes da corporação, levando empreendedores e colaboradores ao crescimento mútuo. Além disso, criar um ambiente de trabalho onde os funcionários sintam-se em casa é primordial para o progresso contínuo. Para tanto, existem várias alternativas. Novos benefícios podem ser instituídos, mas, acima de tudo, a liderança deve ocorrer de forma natural.
Diretores, gerentes, líderes em geral, não devem apenas comandar, mas aconselhar, tomar partido e se envolver nas questões do dia a dia. A tendência é que a legislação trabalhista seja modificada, que novas formas de se pensar organogramas surjam, e quem não estiver atento ficará estagnado, desaparecendo junto com a crise que, certamente, assim que acabar, dividirá o joio do trigo na hora de definir aqueles que souberam enxergar o futuro e não ficaram esperando que a solução para o momento crítico caísse do céu. Manter a postura profissional, sim, mas ficar estático esperando para ver como a crise deve afetar os setores empresariais seria o maior pecado que um executivo poderia cometer. E mais do que nunca, é com seus funcionários que ele deve contar para superar a turbulência econômica.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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