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Empresa oferece ‘elo’ entre novatos e o mercado

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Empreendedores usam experiência para impulsionar empresas novatas

Em polos como o Vale do Silício, a prática é comum. Empreendedores com um histórico de projetos próprios bem sucedidos —e muitas vezes com uma dose necessária de fracassos —usam os conhecimentos adquiridos nessa trajetória para apoiar outros pares iniciantes na trilha da inovação. Ainda pouco difundido no Brasil, esse modelo acaba de ganhar um exemplo local. Formada por quatro sócios com experiência nesse ambiente, a EZ5 nasce com o plano de abrigar e impulsionar empreendedores e companhias novatas de tecnologia. Das ideias ainda em fase de gestão às startups prestes a ganhar tração no mercado, o único recorte é o potencial do projeto em questão.
“Nosso modelo é bem flexível. Não somos uma incubadora, uma aceleradora ou um fundo de investimento. A ideia é ser mais acessível e menos engessado. Muitas vezes, aqueles ‘geeks’ de 17, 18 anos têm uma boa ideia, mas não conseguem ter acesso a esse mundo. Queremos ser esse elo, até mesmo porque, todos nós já fomos exatamente como eles”, diz Renato Bliacheriene, um dos sócios da EZ5, ao lado do irmão Michel, de Daniel Coquieri e de Nathan Peres.
A história da EZ5 começou a ser desenhada há três anos. Na época, após alguns projetos em parceria, como a empresa de mídia online AllMatch e o site de compras coletivas Clube de Descontos, o trio formado pelos irmãos Bliacheriene e por Peres se uniu a Coquieri para lançar a EZLike, companhia de criação e gestão de campanhas no Facebook, focada em agências e anunciantes de médio e grande porte. A rede social ainda estava em fase de estruturação de sua equipe no Brasil e a EZLike acabou se consolidando como uma de suas principais parceiras no país. Como reflexo dessa posição, o Facebook incentivou os sócios da EZLike a criar outra companhia, com a mesma abordagem, mas com foco em micros e pequenas empresas. A operação foi batizada de Tamboreen.
A boa aceitação da Tamboreen chamou a atenção da Luizalabs, braço de inovação do Magazine Luiza, que acabou adquirindo a companhia em dezembro de 2014. Quatro meses depois, a EZLike seguiu o mesmo caminho, ao ser comprada pela americana Gravity4. “As propostas foram muito boas e entendemos que era o momento certo de sair desses negócios”, diz Bliacheriene.
Capitalizado, o quarteto escolheu seguir um caminho diferente, em vez de investir em um novo projeto próprio. “O fato de termos vendido as duas operações com boa margem nos deu visibilidade nessa cadeia. Começamos a ser procurados por diversos empreendedores e percebemos que havia muitas boas ideias que não conseguiam ir para frente, por vários motivos”, afirma o executivo. “Já tínhamos infraestrutura, experiência e bons contatos nesse mercado, e decidimos aproveitar essa oportunidade. Em vez de botar todos os ovos numa única cesta, acreditamos que seria mais interessante investir em várias sementes e diluir o nosso risco”, observa.
Com um montante inicial disponível de R$ 1,5 milhão, a ideia da EZ5 é investir até R$ 100 mil em cada projeto, com a compra de participações minoritárias, semelhantes a um investimento-anjo. No modelo proposto, no entanto, o apoio não envolve necessariamente o aporte financeiro e vai muito além das cifras. O formato inclui frentes como oferta de espaço físico para os empreendedores; mentoria; suporte em áreas como marketing, finanças e jurídico; e conexão com redes de fornecedores, clientes e mesmo outros investidores, sejam eles pessoas físicas ou grandes fundos. “Tudo vai depender do estágio e da necessidade de cada projeto. Muitas vezes, a startup já está capitalizada, tem um produto, mas não tem contatos para ganhar escala no mercado”, explica.
Instalada em Barueri (SP) e em Belo Horizonte —no bairro que ficou conhecido como “São Pedro Valley”, por reunir diversos projetos de inovação —, a EZ5 planeja trabalhar com até dez projetos simultaneamente. Até o fim do ano, a projeção é ter oito companhias em seu portfólio.
Com capital 100% próprio, uma primeira operação já está em fase de pré-lançamento. Batizado de Gapi, o projeto é voltado à área de educação, mais especificamente aos grandes grupos do setor, universidades e também instituições de ensino público. O Gapi é uma plataforma de algoritmos que automatizam a elaboração e a correção de provas. Durante o primeiro acesso ao sistema, os professores incluem todos os seus formatos e tipos de provas no banco de dados da ferramenta, bem como as listas de seus alunos. Ao mesmo tempo, o software permite ao docente classificar o nível de dificuldade de cada questão, entre fácil, médio e difícil.
A partir desses dados, o sistema gera provas diferentes para cada aluno. A dificuldade das questões no teste segue um parâmetro estipulado pelo professor. Ele pode definir que determinada classe terá 20% de perguntas fáceis, 60% de nível médio e 20% difíceis. Quando a prova é concluída, a correção é feita em segundos por um aplicativo, que lê um QR Code impresso no teste, com o nome do estudante e o gabarito. A plataforma também consegue identificar caso o índice de alunos que tenham errado uma questão fácil fique acima de um percentual aceitável. O software pode ainda ser integrado aos sistemas das instituições e inclui outros recursos, como a comunicação entre alunos e professores.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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