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Empregos seguem em alta há nove meses no Amazonas

O saldo de empregos com carteira assinada cresceu pelo sétimo mês seguido, no Amazonas, na passagem de agosto para setembro, embora tenha voltado a desacelerar em relação ao mês anterior. O Estado criou 4.302 postos de trabalho celetistas, gerando alta de 0,97% na variação mensal, dada a predominância das admissões (+18.207) sobre os desligamentos (-13.905). Mas, foi um resultado inferior ao registrado no mês passado (+1,33% e +5.847). Como de costume, os acréscimos se concentraram principalmente em Manaus (+3.893 e +0,95%), sendo alavancados por serviços e indústria.

O desempenho mensal do Amazonas bateu mais uma vez as médias nacional (+0,76%) e da região Norte (+0,83%). Com isso, o Estado conseguiu se manter no azul nos saldos dos acumulados do ano (+6,90% e +29.044) e dos últimos 12 meses (+9,12% e +37.617), com ajuste. O estoque – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – registrado no mês passado foi de 452.941 ocupações formais. Os números estão na mais recente edição do “Novo Caged”, divulgada pelo Ministério da Economia, nesta terça (26).

A mesma base de dados informa que o Brasil apresentou saldo de 313.902 empregos celetistas, em setembro, com as contratações (+1.780.161) voltando a superar as demissões (-1.466.259). Impulsionado pelo setor de serviços (+180.660), o resultado superou junho (309.114), maio (+280.666), abril (+120.935) e março (+184.140), mas desacelerou ante agosto (372.265), e ficou aquém de julho (316.580) e de fevereiro (+401.639) deste ano. No acumulado de 2021, já foram criadas 2.512.937 vagas (+5,71%), levando o estoque a contabilizar 41.875.905 vínculos empregatícios em todo o país, o que representa uma variação de 0,76% em relação ao mês anterior.

Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de emprego, no mês passado. Em termos relativos, os destaques vieram de Alagoas (+16.885 e +4,73%), Sergipe (+6.097 e +2,2%) e Pernambuco (+25.732 postos e +2,01%). Os Estados com menor variação relativa de empregos, por outro lado, foram Rondônia (+388 e +0,15%), Amapá (+281 e +0,4) e Mato Grosso do Sul (+2.776 postos e +0,49%).

Serviços e indústria

Assim como ocorrido nos quatro últimos meses, todos os cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos, entre agosto e setembro. Em números absolutos, o melhor dado veio novamente do setor de serviços, que abriu 2.173 novas vagas celetistas, gerando acréscimo de 1,10% em relação ao estoque de agosto – embora o número tenha ficado abaixo do apresentado no levantamento anterior (+2.956 e +1,51%).

Dentro do setor, os destaques ficaram no grupo das atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+896 ocupações), com incremento mensal de 1,03%, seguindo a tendência da média nacional. A maior variação veio do segmento de “outros serviços” (+3,68%) – que inclui atividades da economia criativa –, onde foram abertas 361 novas vagas. Em contraste, o único dado negativo veio dos serviços domésticos, que eliminaram 2 postos de trabalho, ao recuar 1,34%.

Com geração 1.120 de postos de trabalho formais, e saldo reforçado diante do resultado de agosto (+794), a indústria decolou da quarta para a segunda posição, ao avançar 0,99% em relação ao estoque do mês anterior. A maior parte das novas vagas veio da indústria de transformação (+1.062), que também acelerou o passo no confronto com o dado precedente (+765). Foi seguida de longe pela indústria extrativa (+28), pela divisão de eletricidade e gás (+26) e pelo segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+4) – que saiu do campo negativo.

Em um mês com apenas a “Semana do Brasil” para oferecer incentivos para o consumidor comprar, o comércio desceu da segunda para a terceira posição. O setor comercial – que reúne também a atividade de “reparação de veículos” – registrou alta de 0,68% e abriu 721 novos postos de trabalho, em compasso mais lento do que o de agosto (+0,91% e +959). Os resultados foram novamente melhores no varejo (+0,74% e +595), do que no atacado (+0,36% e 62) e no subsetor de veículos (+0,84% e +64).

Em contrapartida, o setor de construção (+241) caiu da terceira para a quarta colocação, ao abrir uma quantidade menor de vagas do que as registradas no saldo de julho (+867), com variação mensal positiva de 0,96%. Foi alavancado pela atividade de serviços especializados para construção (+3,49765% e +436), em detrimento das obras de infraestrutura (-2,39% e -103) e da construção de edifícios (-1,12% e -92). Já a agropecuária voltou a ficar na última colocação, com a geração de 47 vagas, embora tenha sido o setor a apresentar a maior expansão da lista (+1,28%), pelo segundo mês seguido. 

No acumulado do ano, o setor de serviços (+12.561) também foi o que mais abriu novos postos de trabalho no Amazonas, ao crescer 6,68%. Na sequência estão a indústria (+7,36% e +7.826 vagas) e comércio (+4,72% e +4.803). Embora tenha ficado no quarto lugar do ranking, a atividade de construção (+3.390) também foi a que mais cresceu nesse tipo de comparação (+15,53%), seguida de perto pela agropecuária (+14,32%), que gerou 464 novos empregos, de janeiro a setembro. 

Sazonalidade e incertezas

Para o presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, o desempenho do setor em termos de geração de empregos foi positivo, levando em conta que setembro é um mês fraco para o varejo. O dirigente avalia que comércio e serviços devem continuar trajetória de alta. “Os serviços foram os que mais cresceram com a queda dos números da pandemia e a flexibilização. Especialmente em informática e eventos. Tanto é que tivemos o jogo Brasil x Uruguai, com muito sucesso. No caso do comércio, as contratações temporárias para o fim de ano já começaram e as expectativas são as melhores”, afiançou.

O presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, avalia que o setor está indo bem em relação a empregos, e lembra que a atividade já tem tradição de ser a que mais emprega trabalhadores “com menos dinheiro”. “As construtoras empregam e treinam muita gente com pouca formação, que é o que mais tem no país. O panorama para 2021 é positivo e nosso saldo de contratações deve ser muito melhor do que o do ano passado. Presumo que de 10% a 15%, em face do número de empreendimentos vendidos e pelas obras do Estado e do município”, ponderou.

Já o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, assinalou que a geração de postos de trabalho é o principal indicador a ser considerado, no acompanhamento e análise do setor. “Muito mais importante do que o faturamento é a questão social que o modelo Zona Franca gera para a cidade, o Estado e o país. Isso tem sido uma constante no PIM, que continua acima dos 100 mil empregos diretos, pelo sétimo ou oitavo mês. Há um vetor de crescimento, já que as empresas estão trabalhando para atender a demanda de fim de ano. Mas, vamos aguardar o que vai acontecer em 2022, que é um ano incertezas, com eleições e essa instabilidade política que já estamos vivendo”, arrematou.  

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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