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Empregos em MPEs seguem em alta em abril

O saldo de empregos com carteira assinada das MPEs (micro e pequenas empresas do Amazonas) chegou a 2.485, na passagem de março para abril, superando com folga, pelo segundo mês seguido, os dados globais estaduais (+1.952 vagas formais). Com isso, os pequenos negócios amazonenses apresentaram média de 16,17 novos postos de trabalho celetistas a cada mil já existentes, superando a marca anterior (12,17), e elevando o Estado à primeira posição do ranking nacional.

No quadrimestre, contudo, o saldo das MPEs amazonenses (3.028) ficou aquém da média do Amazonas (4.080). Em um cenário impactado pelos meses de segunda onda, a média de 21,06 empregos por milhar situou o Estado na penúltima posição, à frente apenas do Rio de Janeiro (18,26). É o que revela o mais recente boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), embasado nos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O desempenho de abril foi melhor do que os registrados em março (+1.952), fevereiro (-913) e janeiro (-454). Foi suficiente para segurar o acumulado do ano no azul, com as MPEs amazonenses respondendo por 74,21% dos empregos do Amazonas – além de superar com folga o saldo negativo apresentado no mesmo quadrimestre de 2020 (-3.811). Na média nacional, os pequenos negócios responderam por 70% dos postos de trabalho (677.459), no mesmo período.

As médias e grandes empresas do Amazonas foram na direção oposta e sentiram piora significativa entre o terceiro (-8 vagas) e o quarto (-531) mês de 2021. Ainda assim conseguiram sustentar o acumulado dos quatro meses iniciais no azul (+807), respondendo por 19,78% do saldo do Amazonas. A comparação do quadrimestre de 2021 com igual intervalo de 2020 – quando as MGEs amargaram eliminação de 7.167 ocupações – mostra panorama melhor para os negócios de maior porte, neste ano. A administração pública, por sua vez, pontou criação de 1 e 42 empregos, em abril e no acumulado. 

Na média brasileira, as micro e pequenas empresas também seguem encabeçando a geração de empregos, respondendo por 71% do total contabilizado em abril (85.869). As médias e grandes Empresas (MGE) tiveram números positivos pelo quarto consecutivo e contribuíram com 22,2% (26.847) dos postos de trabalho formais do período. No acumulado, as MPEs tiveram fatia de 70% (677.459) e as MGEs, de 22% (212.218). A administração pública gerou os empregos restantes (1.676 e 14.517, na ordem).

Serviços e comércio

O setor de serviços foi o que mais puxou a abertura de empregos nas micro e pequenas empresas do Amazonas, com 1.030 novas vagas – em paralelo com um corte de 534 ocupações, nas médias e grandes. Foi seguida pelo comércio (+929) – que gerou apenas 12 empregos nas companhias de maior porte. Na sequência do ranking das MPEs amazonenses vieram construção (+271), indústria de transformação (+249) e agropecuária (+18), sendo que o único dado negativo da lista veio novamente dos SIUP (serviços de utilidade pública), que eliminaram 6 empregos.  

Em relação ao saldo total do quadrimestre, as contratações das micro e pequenas empresas amazonenses também foram impulsionadas pelos serviços (+1.426), assim como pela indústria de transformação (+1.321), sendo seguidos por construção (+317), comércio (+144) e agropecuária (+27), com cortes apenas nos serviços de utilidade pública (-3). As MGEs, por sua vez, pontuaram saldos respectivos de +947, +242, +247, -812, +40 e +99. 

Em âmbito nacional, assinala o Sebrae, a diminuição do padrão de contratações detectada desde março de 2020, se refletiu nos setores econômicos, no mês seguinte. As MGEs cortaram empregos em comércio (-1.696), construção (2.706) e SIUP (-1.957). Já nas MPEs, a indústria de transformação (+7.121) caiu do segundo para o quarto lugar, enquanto serviços (+39.554) continua sendo o setor que mais contrata, seguido por construção civil (+23.046) e comércio (+9.630). A mesma dinâmica se deu no comparativo do acumulado do ano.

Efeito flexibilização

A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, avalia que o Amazonas teve “um excelente destaque” em abril, no que se refere aos empregos gerados por pequenos negócios. Mas, não deixa de observar que ainda sofre os efeitos de janeiro a fevereiro, meses agravamento da pandemia, medidas mais drásticas de isolamento social e, consequentemente, saldo negativo para as MPEs locais.

“Na região Norte, o Amazonas foi o Estado mais afetado com perda de empregos no início do ano. Os dados de abril mostram um sinal de recuperação para o Amazonas, que foi destaque nacional e regional no saldo de empregos. Outra coisa importante a se dizer é que os pequenos negócios foram os primeiros a gerar emprego, após a flexibilização do isolamento social.  Isso significa que qualquer política geradora de emprego tem de ser estruturada, levando em consideração o fortalecimento das micro e pequenas empresas locais”, arrematou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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