11 de dezembro de 2024

Empregos crescem pelo nono mês no Amazonas

O saldo de empregos com carteira assinada acelerou no Amazonas e cresceu pelo nono mês seguido, na passagem de outubro para novembro. O Estado criou 4.817 postos de trabalho celetistas, gerando alta de 1,08% na variação mensal, dada a predominância das admissões (+17.825) sobre os desligamentos (-13.008). O resultado superou o registro anterior (+0,47% e +2.099) e foi o melhor desde agosto (+5.868). Mas, ficou atrás do desempenho de 12 meses atrás (+5.412). Os acréscimos foram puxados por Manaus (+4.437 e +1,09%), sendo alavancados principalmente pelo comércio.

O desempenho proporcional do Amazonas bateu as médias nacional (+0,79%) e da região Norte (+0,82%). Com a nova performance positiva, o Estado também conseguiu se manter no azul nos saldos dos acumulados do ano (+9,14% e +37.691 vagas) e dos últimos 12 meses (+8,40% e +34.873), na série com ajuste. O estoque –que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos –registrado no mês passado foi de 451.051 ocupações formais. Os números estão na mais recente edição do “Novo Caged”, divulgada pelo Ministério da Economia, nesta quinta (23).

A mesma base de dados informa que o Brasil apresentou saldo de 324.112 empregos celetistas, em novembro, com as contratações (+1.772.766) voltando a superar as demissões (-1.448.654). Impulsionado novamente pelo setor de serviços (+180.960), o país obteve o terceiro melhor resultado do ano, ficando atrás apenas de fevereiro (+397.915) e agosto (+373.344). Superou com folga o dado de outubro de 2021 (253.083), mas ficou devendo em relação a novembro de 2020 (+408.948). No acumulado de 2021, já foram criadas 2.992.898 vagas (+8,09%), levando o estoque a contabilizar 41.551.993 vínculos empregatícios em todo o país, representando alta de 0.79%. 

Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de empregos, no mês passado. Em termos relativos, as maiores variações mensais vieram do Amapá (+1,39% e +971), Rio de Janeiro (+1,1% e +35.654) e Espírito Santo, (+1,1% e +8.535), enquanto Mato Grosso do Sul (+0,39% e 2.206), Mato Grosso (+0,33% e +2.600) e Goiás (+0,32% e +4.335) ficaram no outro extremo. Em termos absolutos, São Paulo (+0,86% e +110.198 postos), Rio de Janeiro (+1,10% e +35.654) e Minas Gerais (+0,55% e +24.035) concentraram a oferta de novos postos de trabalho.

Comércio na frente

Quatro dos cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos, entre outubro e novembro – contra três, no mês anterior. No mês da Black Friday, o melhor dado veio do comércio. O setor – que reúne também a atividade de “reparação de veículos” – registrou alta de 2,41% e abriu 2.489 novos postos de trabalho, em compasso mais acelerado do que o de outubro (+0,79% e +801). O varejo (+2,21% e +1.747) concentrou o maior número absoluto e o subsetor de veículos (+7,20% e +514) teve a maior variação relativa, superando o atacado (+1,32% e +228). 

Depois de liderar a lista nos últimos meses, o setor de serviços desceu da primeira para a segunda posição do ranking amazonense de geração de empregos formais, ao abrir 1.256 novas vagas celetistas e gerar acréscimo de 0,63% em relação ao estoque de outubro – em número acima do apresentado no levantamento anterior (+1.014 e +0,51%). O destaque positivo veio de alojamento e alimentação (+2,36% e +419) e o negativo, mais uma vez dos serviços domésticos (-1,40% e -2).

Com geração de 1.097 de postos de trabalho formais, e saldo mais forte do que o de outubro (+0,57% e +645), a indústria em geral ficou na terceira posição, ao avançar 0,96% em relação ao estoque do mês anterior. O impulso na geração de novas vagas veio da indústria de transformação (+0,99% e +1.037), que também acelerou o passo no confronto com o dado do mês precedente (+678). Foi seguida de longe pela divisão de eletricidade e gás (+0,84% e +24), indústria extrativa (+1,17% e +22) e pelo segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+0,28% e +14) – que saiu do campo negativo.

Em contrapartida, o único dado negativo da lista veio do setor de construção (-0,36% e -86), que se manteve na quarta colocação, voltando a enxugar empregos com carteira assinada – embora em menor grau do que em outubro (-352). A performance da atividade foi depreciada novamente pelas obras de infraestrutura (-8,74% e -335), em detrimento dos serviços especializados para construção (+1,78% e +229) e da construção de edifícios (+0,29% e +20). Já a agropecuária trocou o sinal, ao gerar 61 vagas (+1,64%), sendo favorecida principalmente pela produção de lavouras temporárias (+5,91% e +71). 

No acumulado do ano, o setor de serviços (+15.613) foi o que mais abriu novos postos de trabalho no Amazonas, ao crescer 8,39% sobre o estoque anterior. Na sequência estão a indústria (+9,15% e +9.664) e comércio (+8,73% e +8.486). Embora tenha ficado no quarto lugar do ranking, a atividade de construção (+3.395) também foi a que mais cresceu nesse tipo de comparação (+16,86%). Foi seguida de perto pela agropecuária (+16,46%), que gerou 533 novos empregos, de janeiro a novembro deste ano. 

“Ano eleitoral”

O presidente do Cieam, Wilson Périco, comemorou o novo desempenho positivo do setor em termos de contratações e reforçou à reportagem do Jornal do Commercio que, mais do que faturamento e produção, a geração de empregos deve ser considerado como o principal indicador de desempenho da atividade. O dirigente lembra que, além dos 450 mil postos de trabalho diretos gerados pelo PIM na capital, há outros 500 mil gerados em diversos pontos do país, por meio do fornecimento de produtos a Manaus e pela geração de renda no mercado de trabalho local.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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