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Emprego industrial sofre queda de 0,1% em abril

O emprego na indústria brasileira manteve, em abril deste ano, uma certa estabilidade em relação ao mês anterior, ao reduzir em 0,1% o pessoal ocupado. Em março, também foi registrada estabilidade no emprego industrial, em relação a fevereiro. Apesar disso, em comparação com abril do ano passado, houve um avanço de 1,7% no total de pessoal ocupado.
Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De março a abril, houve redução de 0,4% nas horas pagas e queda de 0,8% no valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria.
Já na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês de 2010, houve alta de 1,2% no número de horas pagas e de 4,7% na folha de pagamento real. Nesse tipo de comparação, o emprego cresceu em 11 dos 14 locais pesquisados.
No confronto com abril de 2010, o emprego industrial mostrou expansão em 11 dos 14 locais investigados pelo IBGE. O Paraná obteve o maior índice de crescimento (5,4%). As influências positivas mais significativas vieram de meios de transporte (13,7%), outros produtos da indústria de transformação (15,8%) e produtos de metal (18,3%). A região Norte cresceu 2,2% na mesma comparação.
Entre as atividades pesquisadas, as principais contribuições positivas no âmbito nacional vieram de meios de transporte (8,1%), alimentos e bebidas (2,5%), produtos de metal (5,6%), máquinas e equipamentos (4,1%), metalurgia básica (8,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,2%).
Até abril, houve expansão de 2,4% no emprego, com aumento de 2,2% nas horas pagas e 6,1% na folha de pagamento real. Em 12 meses, as taxas de crescimento foram 3,7% no pessoal ocupado, 4% nas horas pagas e 7,5% na folha de pagamento real.

Ritmo menor não deve reduzir contratações no 2º semestre, aposta Dieese

A desaceleração da economia não deve alterar o comportamento do nível de emprego no segundo semestre – indicador que, tradicionalmente, cresce mais na segunda metade do ano que na primeira. O que deve ocorrer, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e sindicalistas, é um crescimento menor do emprego neste ano em comparação com 2010, o que contribuirá para que a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas do país continue a cair, embora em ritmo mais lento.
De acordo com o economista do Dieese, Sérgio Mendonça, o nível de ocupação é um indicador com comportamento sazonal. “Se olharmos para o comportamento do desemprego em um ano típico, não é difícil prever que o desemprego comece a cair em maio e vá caindo até novembro ou dezembro. É a trajetória típica do desemprego porque, no Brasil, o PIB no segundo semestre é maior que no primeiro”, lembrou.
Para as centrais sindicais, a expectativa é de que a desaceleração econômica não afetará fortemente os planos das empresas a ponto de provocar demissões no segundo semestre. De acordo com o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Quintino Severo, os sindicatos têm repassado à entidade a avaliação de que as empresas têm mantido o ímpeto de contratações, mas em ritmo menor que o de 2010. “Os sindicatos têm falado que as empresas estão colocando placas com vagas abertas nas portas das fábricas, uma prática que em muitas regiões do país nunca tinha acontecido”, destacou.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, admitiu que o aumento da taxa de juros tem provocado impacto nas contratações do comércio, mas não como ocorria no passado. “A tendência é que o impacto dos juros faça o emprego crescer menos do que poderia. Mas, apesar das incertezas, os sindicatos não têm falado em desemprego”, disse.

Anos difíceis

Desde 1985, quando a taxa de desemprego em São Paulo começou a ser calculada pelo Dieese e Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), apenas em cinco anos, todos marcados por fortes crises, a taxa de desemprego cresceu no segundo semestre. Em 26 anos da série, a taxa de desemprego só cresceu em anos de crise, como 1995, 1997, 2001, 2002 e 2003.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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