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Emprego formal cai pela metade em outubro

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A geração de empregos com carteiras assinadas no Amazonas caiu pela metade em novembro. Apenas 1.303 vagas foram criadas, 50,4% a menos em relação aos 2.627 postos de outubro. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 1.410 vagas foram preenchidas, a retração foi de 7,6%, colocando o estado em 15º lugar no ranking ente as unidades federativas brasileiras, segundo os dados do Caged (Cadastro geral de emprego e desemprego) divulgados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Apesar da criação de postos de trabalho ter sido a segunda melhor da região Norte, perdendo apenas para o Pará (4.226 vagas geradas), o resultado de novembro representa o terceiro pior desempenho da série histórica do Caged para o período. Dessa forma, fica atrás somente de novembro de 2008, ano da crise, em que 4.196 pessoas foram demitidas e de novembro de 2005, quando apenas 1.175 carteiras foram assinadas.
A queda foi puxada pela Indústria e pelo segmento da Construção Civil que demitiram 636 e 296 funcionários, respectivamente. Somente o comércio (+1.694 vagas) e o setor de serviços (+902) seguiram contratando.
O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, explica que o resultado está dentro do previsto, uma vez que coincide com o período de final de produção para o Natal nas indústrias e marca o início das contratações pelo comércio e pelo setor de serviços.
Já o vice-presidente da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas), Aderson Frota avalia que a retração foi um efeito retardado da crise. “Apesar de ter participação, as demissões na indústria não podem ser justificadas apenas pelo período. Analisando mais profundamente é possível perceber que a crise não está completamente estancada já que a queda de investimentos e o aumento consecutivo do dólar apontam para irregularidades na economia”.
De acordo com ele, os resquícios da crise justificam ações do Governo Federal, como aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a possível utilização de recursos retidos no Banco Central para fomentar o crédito e consumo novamente.
O economista esclarece ainda que, apesar de, aparentemente, o comércio e o setor de serviços estarem em fase de expansão nos últimos meses do ano, “eles estão ‘maquiados’ pelas contratações de fim de ano, mas não significa que após esse período o retrato da desaceleração não venha à tona”, destacou.
Para ele, é preciso esperar o fechamento do ano, e somente na metade de janeiro, aproximadamente, será possível observar o verdadeiro retrato econômico de cada segmento.

Acumulado

Apesar da retração observada em novembro, no acumulado do ano, 50.336 vagas foram criadas no Amazonas, o que representa uma expansão de quase 80% sobre o resultado do ano anterior, quando 28.000 vagas foram preenchidas.
Em primeiro lugar apareceu a indústria, que até novembro havia gerado 21.326 novas vagas, seguida do setor de serviços (+13.801 postos), da construção civil (+7.678) e do comércio, com 6.343 vagas.
De acordo com o Caged, o desempenho é o segundo melhor da Região Norte no acumulado, menor apenas que o do estado do Pará que criou, entre janeiro e novembro, 56.962 postos de trabalho.
O número global de empregos gerados até novembro, segundo o titular da SRTE-AM (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Amazonas), Dermilson Chagas, pode ser explicado pelo trabalho de fiscalização realizado pelo órgão durante o ano. “Especialmente a indústria, que responde pelo maior pacote de trabalhadores do Amazonas, possuía, antes da fiscalização, muitos temporários infiltrados como se fossem efetivados, ou seja, pessoas que tinham contratos curtos, mas que trabalhavam por tempo indefinido. Esse foi o principal foco das nossas ações e isso refletiu nesse aumento percentual”, encerrou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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