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Empregabilidade pode cair no início do ano

A indústria vai produzir menos, o que poderá resultar em um número entre 5% a 10% menor de contratação neste primeiro trimestre do ano na comparação com igual período do ano passado, segundo avaliação da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas).
Citando números dos indicadores do desempenho da indústria divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), a instituição concorda que, com a queda do consumo interno e externo, as fábricas entraram em 2009 com estoques altos, e o corte na produção pretende ajustar a oferta à demanda.
O diretor executivo da Fieam, Flávio Dutra, ob­servou que, apesar do saldo positivo de 7.641 na mão-de-obra efetiva (resultado da diferença entre o número de admissões e a quantidade de operários demitidos), que fez a indústria amazonense fechar com 8,87% a mais que 2007 no número de empregados, este primeiro trimestre ainda é uma grande incógnita na evolução da mão-de-obra do Polo Industrial. “No início deste primeiro trimestre, a indústria produziu menos, o que talvez influencie na queda da média das contratações em relação ao mesmo período do ano passado.
A reação no volume de produção vai depender da demanda para o Dia das Mães, a partir de março”, considerou.
A coordenadora-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Suframa, Ana Maria Oliveira de Souza, já havia acenado para essa possibilidade de queda na evolução do emprego no PIM (Pólo Industrial de Manaus) no início da última semana, quando opinou sobre quais consequências o encurtamento do mercado interno pela falta de liquidez poderia trazer para as indústrias locais ainda neste primeiro semestre. Segundo a executiva, a baixa liquidez será determinante para a manutenção da capacidade produtiva de determinados segmentos que dependem de financiamentos de longo prazo, inclusive externo. “Como a atividade econômica é um fluxo, havendo limitação de crédito em um dos segmentos que dependam deste tipo de financiamento este irradiará aos demais. Por exemplo: havendo limitação de crédito para a construção civil, haverá impactos negativos para o segmento metalúrgico do PIM, que tem na construção civil (mercado local) parte significativa de seu faturamento”, avaliou.

Setores que dependem de financiamento sofrem mais

Para o analista econômico da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ama­zonas), José Fernando Silva, os setores mais dependentes de financiamento, como o de bens duráveis (motocicletas e eletroeletrônicos) e o de bens de capital (máquinas e equipamentos), são os que mais devem sofrer nestes primeiros seis meses. Com relação à movimentação de mão-de-obra, o especialista analisou que seu crescimento está vinculado ao de um mercado onde se consuma o que se produz. “Mercadoria parada vira estoque e tem custo financeiro médio próximo a 60% ao ano. Sobre o bem produzido, comer­cializado ou não, cabem quase 40% sob a forma de impostos. Portanto, se a indústria produzir além do consumo, o banco e o go­verno apropriam-se do capital de giro da empresa. Por isso, junto com os sindicatos, eles não querem que a indústria pare de produzir e contratar”, explicou.
Mas apesar da leve postura de otimismo, uma das grandes preocupações das indústrias do PIM é que os principais clientes do Brasil, como os EUA e a Argentina que cortou em quase 50% as encomendas em janeiro, estão reduzindo suas compras. “Outra preocupação para a manutenção da taxa de empregabilidade é que países como a China co­mecem a dar descontos em seus produtos e que isso possa neutralizar os efeitos de uma taxa de câmbio mais favorável às exportações”, concluiu Flávio Dutra.
A situação desfavorável à indústria foi detectada na semana passada pelo PMI (Índice Gerentes de Compras), do Banco Real, indicador que mostra o desempenho do setor industrial. Ele atingiu 38,1 pontos em janeiro deste ano, o quarto recorde consecutivo de queda. Em dezembro do ano passado, foi de 40 pontos.
Esse índice mostra o desempenho da produção, dos pedidos em carteira, do emprego, dos estoques e da entrega de fornecedores. Abaixo de 50 pontos indica que, de modo geral, a economia industrial brasileira está em retração.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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