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Empreendedorismo em alta

Empreendedorismo em alta

Nunca o empreendedorismo esteve tão em alta no Brasil como agora. Há alguns poucos anos os filhos eram incentivados pelos pais a estudar para conseguir bons empregos, e quanto mais estudassem, maior era a possibilidade de conseguir os melhores empregos. Depois, era só viver felizes para sempre. Mas a realidade não era bem assim. Era difícil se ter um emprego onde se fosse completamente feliz. Também, há alguns anos, aqueles empregos ‘pra vida toda’, comuns na época de nossos pais e avós, deixaram de existir. A velocidade das mudanças no mundo, exigiu que as empresas da mesma forma mudassem mais rapidamente seus funcionários. Talvez essa insegurança e instabilidade nos empregos tenha sido a semente que gerou o empreendedorismo na cultura brasileira.

No ano passado uma pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) mostrou que o empreendedorismo inicial no Brasil atingiu a maior marca, desde 2002, quando começou a ser medida, com 23,3% da população adulta, na faixa etária de 18 a 64 anos, abrindo algum tipo de negócio. E quem pensa que a pandemia do coronavirus veio ‘atrapalhar’ esses números, engana-se. Ao contrário. As pessoas ficaram em casa, de quarentena, e desse isolamento forçado surgiram muitas idéias, que se tornaram realidade. Segundo o Sebrae, é provável que o país chegue aos 25% da população adulta tendo se tornado empreendedora ao final de 2020.

“O Brasil tem a fama de ser criativo, por esse motivo posso afirmar que a questão do empreendedorismo veio para ficar, e é tão forte esse tema que as grandes universidades já ministram disciplinas voltadas exclusivamente para essa atividade”, falou Diego Ferreira, professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Teresa e gerente financeiro da Fametro.

Empreender é para qualquer um

“Sobre essa questão de as pessoas priorizarem se tornar empreendedoras, ao invés de investir nos estudos, entendo que para muitas famílias a necessidade de sustento venha em primeiro lugar, porém, não podemos esquecer que a educação é a base de tudo. Se o novo empreendedor aliar a força de vontade para inovar e empreender com a conhecimento ministrado em sala de aula, já sai com uma grande vantagem no mercado”, ensinou.

Outros números do GEM mostraram que, no ano passado, existiam cerca de 54,3 milhões de empreendedores, seja à frente de algum negócio, ou dando os primeiros passos como patrão. É aí que surge uma pergunta: se é tão fácil se tornar patrão, então por que todo mundo não deixa de se ‘sujeitar’ como empregado e passa a ser dono do próprio negócio, mandando e desmandando, chegando a hora que quer, folgando quando se achar cansado? A coisa não é bem assim.

“Empreender é para qualquer um, mas ter sucesso é para poucos. Essa afirmação serve para todo tipo de negócio ou segmento. Muitos tentam, porém, nem todos seguem adiante. Uma empresa para ser considerada sólida, necessita de ao menos dois anos em funcionamento. O mercado não aceita amadores. O que ajuda muito a prolongar a vida de um empreendedor é ter uma boa consultoria na parte estratégica do negócio”, explicou.

De acordo com o Sebrae, entre os principais fatores apontados para uma empresa não ir adiante, cinco se destacam: não enxergar a longo prazo, não ter controle financeiro, perder o senso de realidade, misturar as contas da empresa com as despesas pessoais e gastar muito na busca do produto perfeito.

“Mas acima de tudo o empreendedor deve ser ousado e corajoso. Essas duas características alinhadas com uma boa pesquisa de mercado são itens fundamentais para o sucesso do negócio, e se no meio do caminho algo der errado, ter a humildade de refazer os passos e ver o que deu errado para corrigir, e dobrar o que deu certo”, disse.

Chegou a sua hora

As redes sociais também têm sido importante fator para o impulsionamento dos novos negócios, fáceis de administrar e rápidas para atingir um grande número de potenciais clientes.

“O dia a dia das pessoas começou a ser muito corrido, o tempo às vezes é mínimo e a forma de entendimento fácil que cabe na palma da mão é o celular, onde todas as redes estão conectadas, visto isso o caminho mais fácil para captação de novos clientes foi focar nas redes sociais. Pra completar, o Brasil é o campeão da América Latina em acessos às redes sociais, com os brasileiros ficando, em média, até 3h30 conectados diariamente”, afirmou.

Não só nessa pandemia, mas também nas recessões globais de 2008/09 e 2014/16 houve aumento no número de empreendedores e o motivo principal é a escassez de emprego aliada à vontade de ser patrão, e não necessariamente se tornar um rico empresário.

“Existe um ditado que diz ‘a oportunidade faz o ladrão’, nesse caso a oportunidade faz surgir um novo empreendedor, com a tecnologia voltada para os aplicativos de entregas, os e-commerces em alta, fora que o Governo Federal ajudou bastante com a liberação de linhas de crédito com taxas menores, os empresários em potencial viram que havia chegado a sua hora,”, concluiu.      

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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