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Empreendedor corporativo

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Muito se tem falado nos dias de hoje sobre empreendedorismo, startups, encontrar seu propósito, trabalhar com aquilo que realmente o deixa feliz e o que faz com que o trabalho nem pareça trabalho. Também sobre liberdade financeira, sobre contribuir de forma significativa com o outro, com o planeta, com o universo.

Enfim, são todos temas muito importantes e que por diversos motivos estão no nosso dia a dia. Um desses motivos é a grande quantidade de profissionais qualificados que podemos assim dizer, ficaram disponíveis no mercado nos últimos anos em virtude da redução no nível de emprego em todo o país.

No entanto quero colocar o foco hoje sobre o que podemos denominar de “empreendedor corporativo”, portanto alguém que está dentro das empresas, das fábricas, das indústrias, no comércio ou na prestação de serviços, e que atuam então como empreendedores organizacionais.  Nesse sentido, o tema também é bastante interessante para aqueles que hoje estão disponível no mercado e em breve devem estar ocupando novamente uma posição nas organizações.

Nesse sentido gostaria de apresentar algumas características e traços comportamentais que diferenciam esses empreendedores corporativos. Para isso é importante fazer uma diferenciação inicial para entender que dentro das organizações podemos de maneira geral classificar os colaboradores como num elenco de filme, onde temos o protagonista, normalmente representado por algum ator ou atriz mais famoso, que funciona como aquele que vai atrair o interesse do público devido seu histórico de sucesso; e que estará presente na maior parte das cenas do filme; sendo portanto indispensável.

Depois temos o coadjuvante, que também é importante, é uma peça fundamental na estrutura do filme, mas muitas vezes a posição desse personagem pode ser ocupada por outros atores sem comprometer o resultado final. E por fim temos os figurantes, em maior número, contribuem com o processo e muitas vezes podem ser reduzidos sem causar grandes impactos.

Acredito que nesse momento você já conseguiu identificar que o empreendedor corporativo é o protagonista dentro das empresas, aquele que realmente faz a cena acontecer. O coadjuvante pode até ser substituído desde que se mantenha alguém realizando sua função. Os que atuam como figurantes são os primeiros a serem demitidos quando a empresa passa por alguma dificuldade, e muitas vezes sua vaga nunca mais é aberta, pois a empresa acaba se adequando a essa nova realidade para poder se manter em funcionamento, pois são os que somam na cena, mas a participação não é tão ativa a ponto de realmente fazer diferença completa no enredo da história.

Nesse sentido o colaborador protagonista é portanto fundamental para a empresa, e ela deve fazer o possível para não perdê-lo, pois além de sua função ser importante ele é um profissional que entrega além do combinado, que resolve problemas, que propõe melhorias, que é um braço direito do gestor ou mesmo já é um gestor na organização.

E assim como já descrito em colunas anteriores e em muitos materiais sobre coaching que você já deve ter lido, o que temos presente nos empreendedores corporativos são um conjunto de comportamentos e atitudes que são consequência de suas crenças e valores, que moldam seus pensamentos, seus sentimentos e suas ações de forma diferenciada. Eles possuem um jeito diferente de pensar e de agir, com um padrão mental, que hoje em dia é popularmente chamado de mindset.

Ele sabe como ser empático, se relacionar com as pessoas em seu ambiente de trabalho criando as conexões necessárias, o envolvimento, a confiança e a parceria para o desenvolvimento das atividades, para solução de problemas ou mesmo para atuar em conjunto no estudo ou implementação de uma melhoria envolvendo diversas áreas da empresa. Enfim, é capaz de criar uma boa rede de relacionamentos, não com o poder que o seu cargo pode proporcionar, mas com a autoridade conquistada pelos seus méritos.

Ele sabe analisar as situações a sua volta, com uma visão geral, sistêmica e estratégica, que lhe permite tomar decisões. A capacidade de tomada de decisão no atual ambiente de incertezas em que vivemos é sem dúvida uma das competências mais valorizadas. A visão geral permite que ele analise a situação de forma abrangente, de mais de um ponto de vista, ou seja, ver tanto de perto quanto de longe, para avaliar todos os aspectos envolvidos, as informações necessárias e assim tomar a melhor decisão. Já a visão sistêmica se refere a capacidade de entender as causas e consequências, de considerar as interligações entre as partes e sua influência no todo. A falta dessa visão faz com que muitas vezes gestores de diferentes áreas tomem ótimas decisões pontuais olhando apenas a sua parte, porém para a empresa essas decisões se tornam prejudiciais.

E a visão estratégica é aquela que avalia também o futuro na hora de tomar decisões, de modo a alinhar os objetivos com o planejamento estratégico da empresa. Esse risco existe e é muito grande em virtude da busca pelas organizações em “fazer mais com menos” e que pode levar a decisões focadas apenas no presente.  É muito difícil olhar para as questões importantes quando se está sobrecarregado com as questões urgentes, que é o que acontece com profissionais atualmente. É realizar ações sustentáveis, que promovam resultados futuros sem deixar de atender as demandas do presente.

Ele tem motivação para realização, uma verdadeira necessidade de realização. Essa motivação muitas vezes vai além do empreendedorismo corporativo, pois acaba motivando comportamentos que potencializam também as realizações na vida pessoal. É uma necessidade de atingir objetivos desafiadores, de fazer sempre melhor que antes, de perseguir a excelência, o sucesso e o reconhecimento. É ter uma boa dose de ambição, não no sentido pejorativo como sinônimo de ganância, mas como uma vontade de realizar mais, vontade de conquistar mais, vontade de prosperar.

E aqui vale a pena diferenciar o que significa desejo e vontade. Ter o “desejo” de comer é diferente de ter fome. A fome é uma necessidade, que quando não é atendida aumenta e incomoda. Assim como a “vontade” de realização, quando não é atendida aumenta e incomoda.   Uma pessoa pode ter desejo de ter um emprego melhor, morar em um lugar melhor, comprar um carro melhor. Porém se faltar a crença de que é possível, não irá se esforçar para obter, porque no fundo acredita que isso não depende dela.

Falta a vontade de realização, e junto com ela algo que bloqueia, que trava e que limita imensamente muitos profissionais, que é a falta do que denominamos de locus de controle interno, que nada mais é que assumir a responsabilidade pelos seus resultados, sejam eles bons ou ruins. É como o profissional percebe a relação de suas ações com os resultados que atinge. Quando ele não é capaz de fazer essa relação, atribuindo a fatores externos a responsabilidade pelos seus resultados, como por exemplo o governo, o chefe, o subordinado ou a empresa, dificilmente encontrará motivação ou terá vontade de agir para mudar suas ações, mudar o cenário e conquistar seus objetivos.

*Cintia Lima é psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional – [email protected] – 92 981004470

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470
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