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Emoção marca homenagem

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Misto de volta ao passado, emoção e projeções para um futuro promissor. Assim foi a sessão especial em homenagem aos 75 anos da Rádio Baré, ontem à tarde, no auditório Ruy Araújo, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.
Abrindo o evento, foi composta a mesa presidida pelo deputado Abdala Fraxe, seguido pelo deputado Sinésio Campos, autor da propositura que originou a homenagem; Sócrates Bomfim, diretor-presidente da Rádio Baré, Guilherme Aluízio, diretor-presidente do Jornal do Commercio; Ubaldino Meireles, diretor de mercado do Jornal do Commercio; Isis Barahuna, representante da família de Epaminondas Baraúna, o diretor mais longevo da Rádio Baré; Adalberto Santos, superintendente do Jornal do Commercio; Henrique Brasil, representante de Paulo Roberto Vidal, secretário de Segurança; Marcelo Lima, do Sindicato dos Notários; Átila Denis; Irazi Fonseca, representante do prefeito Arthur Neto, e Phelippe Daou Jr., da Rede Amazônica de Rádio e Televisão.
Após a composição da mesa, momento solene com a interpretação do Hino Nacional Brasileiro pelo tenor Miquéia William emocionou os presentes.
Em seguida ao Hino, Sinésio Campos ocupou a tribuna falando um pouco sobre a história da Baré. “Trata-se de uma Rádio que sempre prestou serviços ao povo, construindo um longo período de desenvolvimento, além de ter colaborado para a formação de excelentes profissionais nesses anos todos. Nesses 75 anos, formou laços fortes de respeito, amor e carinho com a população. Foram 75 anos de perseverança e conquistas. Hoje e sempre reconheço que a Rádio Baré tem prestado ótimos serviços para a população amazonense, por isso, essa homenagem também é um reconhecimento e gratidão aos familiares daqueles que partiram, mas muito fizeram pela Rádio. Vendo esse plenário repleto de ex-funcionários da Baré e várias outras pessoas que viveram aqueles tempos, bem como jovens representando as gerações futuras, significa dizer que a Rádio Baré terá vida longa, uma Rádio que fez de tudo antes da televisão. O tempo passou, mas a Assembleia está hoje, reconhecendo esse passado, o presente e o futuro da Baré”.

Pioneiros

Continuando o evento, foi exibido um vídeo com o depoimento de várias pessoas que passaram pelos estúdios da Rádio: Joaquim Marinho; José Azevedo, que foi radioator das famosas radionovelas das décadas de 1950 e 60; Valdir Corrêa, o Garotinho, que começou como radialista na Baré; o médico Expedito Teodoro, que quando universitário, teve um programa voltado para esse público na emissora; Paulo Guerra, Jerusa Santos, a mais antiga radialista da Baré ainda viva; e Moacir Andrade.
Após a exibição do vídeo, a jornalista Carol Bastos leu uma mensagem contando um pouco da história de três personagens que seriam homenageados em seguida com a entrega de placas: Jerusa Santos, Flávio de Souza e Fernando Moraes Leite.
Sócrates Bomfim falou em seguida, agradeceu a todos os presentes e em especial ao seu pai, Guilherme Aluízio. Depois, contou a história da Rádio Baré desde a sua origem, em 7 de setembro de 1938, ouvida apenas por poucos manauaras, até os dias de hoje quando a emissora se prepara para passar de AM para FM, acompanhando as evoluções tecnológicas e ser ouvida em todo o planeta através da internet. Sócrates finalizou agradecendo “aos empresários, que nunca deixaram de acreditar na Rádio Baré; aos funcionários, sem os quais a Rádio não existiria; à minha família, a base de tudo; e a Deus, esse Ser Supremo que em todos os momentos, fáceis e difíceis, sempre está ao nosso lado”.
Tomando a palavra, o presidente da mesa, Abdala Fraxe, disse ser difícil acrescentar mais alguma coisa a uma história tão grandiosa como a da Rádio Baré. Lembrou que a primeira vez que ouviu uma rádio, quando chegou a Manaus, foi a voz de Jerusa Santos que marcou na sua memória. “Essa empresa tem uma história muito bonita pelo esforço de cada funcionário que passou por lá. Por isso merece essa homenagem”, concluiu.
Já no coquetel realizado após o encerramento do evento, Sócrates Bomfim se disse sem palavras para expressar a emoção que estava sentindo. “Foi excelente. Estou bastante emocionado e honrado, muito grato ao deputado Sinésio Campos. Não sei se já foi feito antes alguma homenagem à Rádio Baré, mas se não foi feito, essa valeu por todas as que não aconteceram”.

Os homenageados

Jerusa Santos entrou para a história da Rádio Baré ao se tornar a segunda mulher locutora da emissora, em 1955, com apenas 20 anos de idade. A primeira fora Rosa Maria, que estreara bem antes. Rosa Maria morreu no ano passado, em Pernambuco, mas Jerusa Santos continua a lembrar e contar as histórias da rádio.
Quando Jerusa saiu da Rádio Baré em 1966, foi morar no Rio de Janeiro. Ao voltar para Manaus, em 1970, foi trabalhar novamente na emissora, onde ficou até 1973. Ainda trabalhou na TV Cultura, de 1973 a 2009; e na TV Amazonas, de 1978 a 2009, quando se aposentou, deixando sua voz marcada na mente de quem a ouviu tanto na rádio quando nas TVs.
Flávio de Souza aprendeu tocar violão ainda jovem com o pai e nem imaginou que, de posse de seu instrumento, acompanharia os grandes nomes da MPB das décadas de 1940 e 50.
Participou de toda a existência da Maloca dos Barés, entre 1948 e 1956, onde em praticamente todas as semanas se apresentavam artistas vindos da Rádio Tupi, de São Paulo. O diretor da rádio, Epaminondas Baraúna, dizia a Flávio quem vinha, aí ele pegava um disco do, ou da artista, ouvia todo e quando eles chegavam a Manaus, Flávio já sabia o repertório.
Além da Maloca dos Barés, Flávio de Souza trabalhava na Rádio acompanhando os cantores locais, ou no programa de calouros. Depois foi ser locutor de esportes, sua outra paixão. Trabalhou na Baré até 1969. Flávio de Souza é o autor do hino do Nacional Futebol Clube.
Fernando é atualmente o funcionário mais antigo da Rádio Baré e do Jornal do Commercio ainda em atividade, estando na casa desde 1982. Pela proximidade com a rádio, Fernando conheceu boa parte dos radialistas que passaram pela Baré, em sua fase sob a presidência de Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, a partir de 1984. Alguns já partiram deste mundo, outros seguiram por novas profissões, vários continuam atuando em outras emissoras e existe até quem virou dono de rádio.
Fernando trabalhou durante dez anos na circulação do Jornal do Commercio e mais 14 anos no setor de cobranças. Há seis está na portaria da empresa. “Ainda pretendo ficar mais alguns anos por aqui, até me aposentar, e ver a Baré voltar a ser uma das emissoras mais ouvidas de Manaus”, disse.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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