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Embrapa testa soluções para mandioca

Mesmo tendo a mandioca como um dos alimentos tradicionais mais consumidos, o Estado do Amazonas, constantemente vem sofrendo com a falta do produto no mercado, o que gera uma alta nos preços. Entre todos os subprodutos da mandioca, a farinha aparece sempre como a grande vilã da cesta básica. De acordo com a pesquisa mensal divulgada em 03 de julho pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a farinha de mandioca teve um aumento de 5,28% no último mês de junho.
Visando aumentar a produção no Estado, a Emprapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vai promover capacitações sobre multiplicação rápida de manivas (hastes da planta) de mandioca, método que permite propagar uma quantidade 160 vezes a mais de manivas comparado ao método tradicional. O projeto chamado “Manareiro” será implantado nos municípios de Manaquiri e Careiro Castanho e receberá recursos do Governo do Estado do Amazonas e Sepror (Secretaria de Produção Rural) no montante de R$ 386.497,05.
O projeto foi aprovado pela Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), no âmbito do Pró-Estado (Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa) e terá ainda o apoio do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) e das prefeituras dos municípios contemplados e de suas secretarias municipais de agricultura e produção.
Pelo projeto “Manareiro”, a Embrapa Amazônia Ocidental, unidade de pesquisas da Embrapa, propõe capacitações no método de multiplicação rápida, pelo qual é possível a partir de uma planta adulta, selecionar manivas para produzir cerca de 160 outras, das quais, depois de estabelecidas em um campo de multiplicação, produzirão cerca de 1.600 manivas-semente de 20 cm, no período total de 16 meses.

Resultados futuros

Mesmo sendo um cultivo tradicional no Amazonas, nem sempre os produtores conseguem manter uma reserva de manivas-semente que tenham uma boa qualidade ou resistência, é o que explica o superintendente da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Ocidental, Raimundo Rocha “este é um grande gargalo para a produção. Com o projeto visamos aumentar as safras, que anualmente ficam em torno de oito toneladas para 25 toneladas por comunidade. Para isso levaremos essa tecnologia para o campo, mas sem dispensarmos as tecnologias tradicionais que estão dando certo.”
Os resultados começarão a ser vistos em 12 meses e poderão equilibrar os valores da cesta básica amazonense “é o que buscamos com o projeto, o aumento da produtividade e o equilíbrio dos preços, sendo bom para os produtores e para os consumidores. A maior produção de mandioca terá um forte impacto na economia da Região Metropolitana de Manaus que é a maior consumidora de farinha e outros derivados da mandioca” afirma Raimundo Rocha.

Saiba mais sobre o método

A multiplicação rápida de manivas é um método que foi desenvolvido pelo Ciat (Centro Internacional de Agricultura Tropical), da Colômbia, na década de 80, e depois adaptado às condições brasileiras por pesquisadores da Embrapa- Mandioca e Fruticultura. Esse método é considerado simples e barato para propagação rápida de manivas-semente de mandioca e é avaliado como viável para o reestabelecimento em curto prazo, de uma quantidade de manivas-sementes com qualidade genética adequada, que no caso do Amazonas serão priorizadas as mais produtivas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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