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Embrapa participa de livro sobre defesa vegetal

O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Marcelo Lopes da Silva é um dos editores do livro “Defesa vegetal: fundamentos, ferramentas, políticas e perspectivas”, lançado no dia 30 de junho em São Paulo. Editada pela Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF) e pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSV/MAPA), a obra carrega o importante predicado de ser a primeira sobre defesa vegetal no Brasil. Cerca de 60 autores de cinco regiões brasileiras participaram dos 27 capítulos que compõem o livro, cujo intuito é passar ao leitor o conceito de defesa sanitária vegetal como uma cadeia de responsabilidades, na qual todos os cidadãos são elos importantes na corrente de proteção das nossas agricultura e flora silvestre. A obra pode ser adquirida na página da SBDA pelo endereço: http://www.defesaagropecuaria.net/#!livrodefesavegetal/chr9
Dos 60 autores, 23 são pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e, desses, nove pertencem ao quadro da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Além de Marcelo, que é editor, participaram da obra: Carmen Pires, Débora Paula, Denise Návia, Edison Sujii, Márcio Elias Ferreira, Márcio Sanches, Norton Benito e Vilmar Gonzaga.
O livro foi lançado durante o Workshop Internacional Ameaças Fitossanitárias, que também é inédito, pois foi o primeiro evento internacional realizado nessa área no País. O Workshop reuniu representantes do Brasil, Chile e Espanha e aconteceu no World Trade Center em São Paulo, SP, no dia 30 de junho. O fato de ser um evento internacional é muito importante no caso da defesa vegetal, pois permite conhecer a experiência de outros países em relação à vigilância sanitária.
Marcelo Lopes explica que a edição dessa obra é a concretização de um sonho, visto que é a primeira sobre este assunto na língua portuguesa e poderá ser usada como referência em cursos de graduação e pós-graduação no Brasil.
Além disso, o livro está sendo lançado em um momento muito oportuno, já que o País está priorizando a modernização de seus sistemas de defesa agropecuária, especialmente em decorrência do aumento crescente do comércio internacional. Prova disso foi o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária pela ministra Kátia Abreu, que colocou o assunto como prioridade máxima em sua gestão.

Pragas: ameaças silenciosas
Não faltam motivos para explicar a priorização da defesa vegetal no Brasil. Recentemente, os ataques de pragas exóticas (de outros países) à agricultura brasileira migraram das lavouras para as manchetes dos principais veículos de comunicação do País. Para se ter uma ideia dos prejuízos que a entrada inadvertida de uma praga pode causar à economia nacional, pode-se tomar como exemplo a lagarta Helicoverpa armigera que, em menos de um ano devastou lavouras de algodão, milho e soja, causando prejuízos de bilhões de dólares ao agronegócio brasileiro. E ela é apenas um exemplo, já que em um passado não tão remoto os produtores de soja sofreram com os danos de mais de 25 bilhões de dólares causados pela ferrugem da soja, entre muitos outros exemplos de devastações às lavouras nacionais.
No caso de pragas, a solução é prevenir, pois remediar é difícil e oneroso. Considerando que o agronegócio é o carro-chefe da economia brasileira, a questão é ainda mais premente. Por isso, os assuntos relacionadas à defesa vegetal vêm integrando pesquisadores, acadêmicos, iniciativa privada, profissionais e governos na tentativa de conter as ameaças fitossanitárias que colocam em risco as lavouras do País. Há um consenso entre todos esses agentes sobre a necessidade de investimento na defesa vegetal e animal no Brasil, envolvendo apoio à pesquisa, ações de vigilância e desenvolvimento de tecnologias de controle de pragas.
Defesa vegetal é um sistema complexo, pois engloba uma incontável quantidade de pragas, que podem afetar desde a semeadura até a colheita. Um estudo conduzido pela Agropec Pesquisa, Extensão e Consultoria aponta que nos últimos10 anos, pelo menos, 35 novas espécies de pragas foram detectadas em território brasileiro.
Por isso, o livro não espera conseguir esgotar o assunto, mas iniciar um debate permanente entre todos os elos da cadeia envolvida com a defesa vegetal no País.
Dividido em quatro seções, os primeiros seis capítulos apresentam os fundamentos da defesa vegetal no Brasil, com conceitos básicos e definições. Os outros capítulos trazem métodos e políticas relacionados à prevenção de pragas. Há ainda capítulos voltados à discussão de tendências e perspectivas para garantir que o Brasil continue avançando e se consolidando como importante agente no mercado internacional de alimentos, agroenergia e fibras.
Para garantir que a obra abranja uma gama ampla e diversificada de temas, cobrindo o máximo possível da área de atuação da defesa vegetal, o perfil dos autores é multidisciplinar, incluindo pesquisadores, fiscais, consultores e profissionais do setor privado.
Mas, para Marcelo Lopes, “mais do que sintetizar os diferentes componentes da defesa vegetal no Brasil, a obra pretende estimular uma nova geração de cientistas, agentes tomadores de decisão, produtores e consumidores”. O objetivo é fazer com que o leitor perceba a defesa vegetal como uma corrente de proteção à agricultura brasileira na qual os elos de conhecimentos e ações estão entrelaçados.
“É importante que o leitor se veja como um desses elos. Porque para defender a nossa agricultura e a nossa flora silvestre do ataque de pragas precisamos do apoio de todos os cidadãos. A garantia de lavouras saudáveis é um compromisso de todos, pois a porta de entrada para muitas pragas pode ser uma planta ornamental, semente ou mudas trazidas de outros países”, finaliza o pesquisador.
O livro “Defesa vegetal: fundamentos, ferramentas, políticas e perspectivas” pode ser adquirido na página da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) pelo endereço: http://www.defesaagropecuaria.net/#!livrodefesavegetal/chr9

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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