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Embrapa expõe produção sustentável de leite

O uso de tecnologias pode ajudar grandes e pequenos produtores de gado leiteiro na Amazônia a terem maior lucratividade sem a necessidade de abertura de novas áreas de floresta. É o que mostram os pesquisadores da Embrapa Rondônia que participam da segunda rodada do Mutirão Arco Verde – Terra Legal, que acontece no município de Nova Mamoré, na fronteira com a Bolívia, em Rondônia.
Técnicas que vão desde o simples controle da higiene na ordenha manual a recursos avançados de genética do rebanho podem fazer da produção de leite na Amazônia mais rentável e racional. A lógica que está por trás das pesquisas desenvolvidas é simples: criar animais altamente produtivos em pequenas áreas, gerando baixo impacto no meio ambiente, de acordo com a legislação. Para arrematar, cuidados com a qualidade do leite agregam valor ao produto e, como consequência, aumentam a rentabilidade.
“O sistema fica mais funcional e sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental”, concluiu o médico veterinário Marivaldo Figueiró, da Embrapa Rondônia,­ que apresenta a palestra Manejo de Rebanho Leiteiro – Higiene na Ordenha e Promoção da Qualidade, no próximo sábado, dia 27, em Nova Mamoré. Recuperação de pastagens e práticas de manejo e uso da terra também serão tratados por pesquisadores da Embrapa durante o mutirão.

Utilização da pastagem

Um dos pontos fundamentais para a sustentabilidade do sistema é a utilização correta das pastagens. De acordo com a pesquisadora Luciana Gatto Brito, da Embrapa Rondônia, o modelo tradicional de pecuária praticado no Brasil causa, de maneira geral, progressivo empobrecimento dos pastos. O processo pode desencadear uma busca contínua por capins de alto desempenho, sem a consciência de que a verdadeira causa da queda na produtividade está, na maioria dos casos, relacionada à fertilidade dos solos e ao manejo incorreto das pastagens.
Uma solução para este problema é a prática do pastejo rotacionado. O sistema consiste na divisão da pastagem em piquetes, ocupados pelos animais em diferentes momentos. Enquanto um piquete é utilizado, os demais ficam em descanso. Dessa forma, o capim se recupera até chegar ao estágio mais nutritivo, o solo fica um tempo sem o pisoteio, os animais gastam menos energia para se alimentar por conta da área reduzida e existe uma melhor distribuição das fezes.
O resultado prático que se observa em propriedades que adotam esta tecnologia é um aumento de até 25% na produção de forragem, sem uso de adubação nitrogenada. A utilização de plantas leguminosas na pastagem é outro recurso importante para a criação de gado leiteiro, isso porque pastagens com este tipo de planta fixam nitrogênio no solo e contribuem para a fertilidade. Como alimento, as leguminosas são também fontes de proteína para os animais.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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