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Em honra de Santo Antônio de Borba

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O turismo religioso movimenta milhões de reais e de pessoas durante o ano no Brasil. Os principais destinos para esse público são: Aparecida do Norte, em São Paulo, com oito milhões de romeiros no ano; Juazeiro do Norte, no Ceará, em novembro; Brejo da Madre de Deus, ou Nova Jerusalém, em Pernambuco, na Páscoa; Belém, com o Círio de Nazaré, em outubro; e Nova Trento, em Santa Catarina, cidade onde viveu Irmã Paulina, a primeira santa brasileira a ser canonizada, no ano inteiro.

No Amazonas, destacam-se Itapiranga, com homenagens a N. Sra. Rainha do Rosário e da Paz nos meses de maio, agosto e novembro; Parintins, com os eventos em honra de N. Sra. do Carmo ocorrendo em julho e Borba, onde acontece o maior de todos os eventos religiosos do Amazonas, de 1° a 13 junho, reunindo nesse período na cidade cerca de 15 mil pessoas.

Situada a menos de 200 km de Manaus, às margens do rio Madeira, Borba foi a primeira vila criada em território amazonense, em 1728, a partir de uma aldeia dos índios Mura. A população do município, até o ano passado, era de quase 40 mil pessoas, segundo dados do IBGE.

A veneração a santo Antônio, teria surgido logo nos primeiros anos de criação da vila, pois o seu fundador, o padre jesuíta João Sampaio, era devoto do santo e já havia fundado a aldeia de Santo Antônio das Cachoeiras, no rio Jamari, um dos afluentes do Madeira. A igreja foi construída pelo padre Bento José de Souza.

A, hoje, basílica de Santo Antônio, na sede do município, é a única no Norte do Brasil a ter relíquias do santo. Os festejos em torno dele reúnem visitantes de outros Estados e até de fora do país, movimentando o comércio, hotéis, pousadas, bares, restaurantes, mototaxistas, ambulantes, artesãos e diversos outros segmentos econômicos.

O bispo de Borba, dom Elói Roggia, lembrou que “a festa do padroeiro ocorre há 261 anos. As atividades religiosas começam a partir do próximo dia 31 com a Alvorada Festiva e continuam com a trezena de Santo Antônio, do dia 1º ao dia 13 de junho”, esclareceu.

Feijoada no domingo
Em Manaus as festividades começam neste domingo (28), com a Feijoada de Santo Antônio de Borba, organizada já há 18 anos pelo empresário Alcy Hagge Cavalcante, da Fundação Borba. “Minha esposa Ednea Saraiva Cavalcante é filha de Borba, então eu passei a amar aquela cidade, pequena, aconchegante e bonita”, falou.

“Trata-se de um evento beneficente, que este ano completa 18 anos consecutivos, com renda em prol do santuário de Borba e das obras sociais daquela prelazia”, disse. O interessante da Feijoada de Santo Antônio é que todas as pessoas que trabalham nesse dia como garçons, atendentes, coordenadores, cozinheiros, caixas e outros, são empresários e executivos de grandes empresas, além de autoridades e funcionários públicos que se dedicam a trabalhar duro e generosamente com o único objetivo de contribuir em prol do evento, em Borba.

“Tudo o que arrecadamos, vai pra lá. Borba, mesmo sendo um dos municípios mais antigos do Amazonas, ainda é pobre, e a Igreja Católica não tem como manter aquele templo religioso”, disse.

A obra de Marius Bell
Nesses 17 anos a Fundação Borba já conseguiu trocar todo o piso da igreja, substituiu duas vezes a sonorização do trajeto por onde passa a procissão, mandou restaurar, em São Paulo, os magníficos vitrais que estavam com peças quebradas e providenciou a restauração do ilustre homenageado, a secular imagem do santo, que originalmente tinha detalhes em ouro. “Até o hospital de Borba recebe nossa ajuda”, completou Alcy.

“A igreja é bonita, imponente, porém, muito grande e secular, o que faz com que sua manutenção seja bem dispendiosa, mas ela foi consagrada pelo Vaticano como sendo um Santuário (um dos três do continente americano) e nela está um relicário com fragmentos do corpo de Santo Antônio, mas nem por isso recebe verbas necessárias para a sua manutenção”, falou. E quem completa 20 anos, este ano, é a estátua do santo, à frente da basílica. Mandada construir pelo então prefeito Jones Karrer, a estátua, olhando para o Madeira, mede 13 metros de altura e foi projetada pelo artista plástico Marius Bell.
Quanto à feijoada, o ingresso custa R$ 50, e se ganha uma camisa estilizada, mas esgotaram as 1.500 mandadas fazer. “Estou providenciando outras 200 porque a procura continua alta, mas os interessados podem ir e pagar, independente de ter a camisa, ou não”, explicou. “A primeira feijoada teve umas 500 pessoas e já chegamos a ter 2.000, mas achamos melhor manter o número em 1.500, para não virar tumulto, com tanta gente”, acrescentou.

“O início dos festejos começam em Manaus, com essa feijoada, sempre no último domingo do mês de maio. Depois seguimos para Borba. Quem tem tempo pode ficar os 13 dias na cidade, senão, vai para os festejos finais, no dia 13, que este ano cairá numa terça-feira. Como a cidade não tem muitos hotéis, as pessoas ficam ‘hospedadas’ nas embarcações mesmo”, adiantou.

Outras informações sobre a feijoada podem ser obtidas pelos: (92) 3616-2600 (Soraia), 9 8112-1070 (Reginaldo), 9 8114-1038 (Lícia) e 9 9461-8884 (Cláudio). Os eventos acontecerão num sítio, no Tarumã, com entrada pela Vivenda Verde, mas quem tiver embarcação, pode ir pelo rio. Dom Elói Roggia rezará uma missa no local, apresentando o relicário com o fragmento do corpo do santo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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