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Em cenário pandêmico, número de abstenção deve ser maior

Em cenário pandêmico, número de abstenção deve ser maior

O número de abstenções que a cada eleição aumenta, deve ser um pouco maior este ano, principalmente num ano atípico devido à pandemia do novo coronavírus. Serão mais de 400 mil seções eleitorais em todo país que esperam mais de 147 milhões de eleitores no dia 15 de novembro. 

Uma pesquisa do Poder Data veiculada na Agência Estado revelou que 43% da população acha arriscado sair de casa para votar. Resultados surpreendentes e falta de representação de parte da população podem ser algumas consequências da alta taxa de abstenção.

O doutor em Ciência Política Helso do Carmo prevê um patamar de ausência dos eleitores à urnas este ano ao explicar que a perspectiva de um quociente eleitoral  que seria de 28 mil deva ser menor, justamente por conta do abstencionismo. E há também uma certa resistência dos eleitores dos rumos que norteiam a política, ou seja, pouca confiança nos políticos e o peso que o voto representa. 

De acordo com o especialista, ao pesquisar as três últimas eleições municipais é possível observar que o número de abstenções, voto nulo e brancos aumentam. “Isso é fruto do desgaste que os políticos têm, face aos seus eleitores”. 

Para ele, a nova realidade em função da Covid-19, com a necessidade de não aglomerar deve fazer muita gente pagar multa do que avalizar a ida de pessoas que não têm boas intenções para os respectivos cargos eletivos. 

“A tendência é aumentar a  ausência. Eu adoraria estar errado. Eu entendo que a cidadania com a participação com o interesse, mas é difícil falar isso para um contingente que está cada vez mais inseguro. Eles estão cansados de promessas não cumpridas. As pessoas preferem pagar uma multa que é irrisória do que fazer parte do processo”. 

Ele lástima porque é bom lembrar que os 41 vereadores são os representantes escolhidos por nós e caberia a sociedade ser criteriosa nessas escolhas e cobrar o que muitas vezes não acontece. “Parte dos eleitores são culpados porque querem o ‘toma lá dá cá’, durante a campanha só querem obter lucro em cima do candidato e isso é lamentável”.

Ribeiro explica que um aumento no número de abstenção vai impactar o quociente eleitoral, além disso, acaba tirando a legitimidade, por mais que sejam eleitos, vai ficar caracterizado que a população não está aplaudindo muito e confirmando a pouca importância ao sistema eleitoral brasieliro.

Ele ressalta ainda que no atual pleito vai ter dois sistemas – o majoritário que é o cargo dos prefeituráveis o que significa que aquele que tiver mais votos está eleito e ponto, mas ele é categórico; “Manaus terá segundo turno”. Já para o cargo de vereador, o Brasil adota o sistema proporcional, por meio do quociente eleitoral que é o somatório eleitoral de todos os partidos, ou seja, todos os votos válidos dividido por 41 isso gera o quociente eleitoral. 

“Eu estou calculando que o quociente eleitoral deste ano vai gravitar em torno de 26 a 27 mil votos. Cada vez que um partido fizer essa quantidade de voto vai eleger um vereador. Então, um critério para a população é verificar qual é o partido que está votando porque o voto não vai pertencer aquele candidato e sim ao partido. Às vezes você vai votar no candidato A, mas vai eleger o candidato B que é do mesmo partido porque ele teve um pouco mais de voto”.

O presidente do TSE Luís Roberto Barroso, decidiu que por conta da pandemia, as eleições terão início uma hora mais cedo, às 8h da manhã, para que as pessoas com mais idade possam votar nas três primeiras horas.

Mas, segundo o especialista, não sabe até que ponto isso vai dar certo. “A gente observa muita aglomeração pela cidade. Muitas festas, encontros. E a eleição é dia de festa. Mas eu torço para que dê tudo certo”.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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