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Em ano de Copa do Mundo, sites de aposta se capitalizam e aguardam regulação

Em ano de Copa do Mundo, as plataformas de apostas esportivas já entraram em aquecimento e estão capitalizadas para o maior evento de futebol da terra. Num campo onde não falta concorrência, startups como Hit, GreenRun e Rei do Pitaco, que aceitam lances de fãs de futebol, recentemente levantaram rodadas de investimento para fazer a bola rolar no Brasil. Enquanto o governo tenta driblar impasses para regular e tributar o mercado, a maioria opera no país como offshore.

As plataformas de apostas financeiras complementam o segmento de fantasy games, liderado pelo Cartola, em que os usuários podem escalar times e prever resultados por diversão. De acordo com a Grand View Research, o mercado movimentou US$ 59,6 bilhões em todo o mundo em 2020 e vem crescendo 10% anualmente. A expectativa é que nos próximos cinco anos, o giro chegue a US$ 127 bilhões.

Não à toa, essas plataformas têm atraído capital. O Rei do Pitaco, que segue o modelo de negócio do Cartola, com escalação de times, levantou uma série A de R$ 180 milhões no início do ano. A rodada liderada pela D1 Capital Partners foi acompanhada por Globo Ventures e pela americana Left Lane Capital. A GreenRun, que atende também aos fãs de basquete e futebol americano, estreou em março no país, apoiada por uma rodada seed de US$ 4,2 milhões da Vice Ventura.

Mas não são só firmas de venture capital que têm entrado nesse campo. Personalidades do mundo dos esportes também querem jogar. Com um modelo que replica o famoso “bolão”, a Hit captou R$ 3 milhões com o goleiro Marcos e o argentino Sorín. O cheque inicial vai ajudar a plataforma, que entrou em operação no início do ano, a alcançar 2,5 milhões de usuários até o fim do ano — contando com a Copa para isso.

“Eu sabia que esse mercado estava aquecendo no mundo inteiro. O que me atraiu para a Hit, especificamente, foi a equipe, muito preocupada com segurança, e a simplicidade do jogo. Não é um fantasy game em que você precisa ser um especialista, ficar estudando para decidir seu palpite, é algo mais popular”, contou Marcos Reis, o ex-goleiro ídolo da torcida do Palmeiras, ao Pipeline. “Eu sou das antigas, de vez em quando jogo bolão. Agora, online.”

A Hit funciona como uma rede social, em que os grupos se organizam de forma autônoma para fazer a aposta. A plataforma já conta com mais de 70 torneios e, com o final da Champions League, registrou usuários em cerca de 40 países. A empresa está na jurisdição de Malta e Curaçao, assim como diversas concorrentes.

Hoje, são cerca de 450 sites de apostas esportivas atuantes no Brasil. Um estudo do Ibope Monitor afirma que os 10 maiores investiram quase US$ 12 milhões em publicidade no primeiro semestre de 2020. São concorrentes como Bet365, Betway, Sportsbet, Apostas.net, FezBet e a Betano, que investe fortemente para colocar sua marca em clubes de futebol. A lista não para de crescer.

Também por isso, o setor deve passar por um escrutínio regulatório em breve. Uma MP que determinava que as plataformas de apostas esportivas abrissem CNPJ no país, para que pudessem ser tributadas, seria assinada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro. Um impasse no Congresso, entretanto, atrapalhou a jogada. O colunista Lauro Jardim, de O Globo, informou na última semana que o presidente desistiu de assinar a MP porque Marco Feliciano é contra trazer os apostas para território nacional — a bancada evangélica rejeita os jogos de azar.

“O ambiente político atual, por conta das eleições, pode atrapalhar um pouco o andamento da MP. Somos a favor da regulamentação, sendo feita de uma forma que fomente o mercado, sem que se crie oligopólios”, diz Thiago Martins Machado, fundador e CEO da HIT. “A aposta pode ser feita de forma segura e saudável. Claro, há sempre o percentual de heavy users, mas é possível controlar isso também.”

Fonte: Pipeline Valor

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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