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Eletrônicos puxam alta do faturamento do PIM em julho

O faturamento em dólares do PIM voltou a crescer, entre junho e julho, além de manter trajetória ascendente em relação aos patamares do ano passado – época em que a indústria incentivada já seguia retomada pós-primeira, embora já sentisse dificuldade no fornecimento de insumos. A média de empregos, no entanto, seguiu com viés de desaceleração, registrando o pior número do ano. É o que revelam os dados mais recentes dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta segunda (4).

As vendas em moeda americana subiram 1,97% em relação a junho, passando de US$ 2.54 bilhões para US$ 2.59 bilhões, além de superar a marca de 12 meses antes (US$ 2.10 bilhão) por uma margem de 23,33%. Contabilizado em moeda nacional (R$ 13,29 bilhões), o resultado apontou para acréscimo de 4,48%, ante o mês anterior (R$ 12,72 bilhões), e alta de 21,81% em relação ao mesmo período de 2020 (R$ 10,91 bilhões). O acumulado do ano segue positivo em ambos os casos. Houve uma escalada de 42,89% em dólares (US$ 16.39 bilhões) e uma decolagem de 52,51%, em reais (R$ 87,37 bilhões)

De acordo com a Suframa, 25 dos 26 subsetores de atividades monitorados mensalmente fecharam o acumulado do ano no positivo, na análise em reais. As principais influências positivas vieram dos segmentos de bens de informática (R$ 23,8 bilhões e +60,01%), eletroeletrônico (R$ 19,03 bilhões e +29,82%), de duas rodas (R$ 10,9 bilhões e +52,12%), termoplástico (R$ 7,84 bilhões e +89,23%), têxtil (R$ 155,86 milhões e +102%), metalúrgico (R$ 7,79 bilhões e +61,27%) e químico (R$ 7,25 bilhões e +52,13%). 

Em dólares, praticamente todos os subsetores listados pela Suframa também avançaram na mesma comparação, quantidade igual à de maio e junho. O único dado negativo veio do polo de brinquedos (US$ 18.90 milhões e -3,13%). Responsáveis por praticamente a metade das vendas do PIM, os polos de bens de informática (US$ 4.46 bilhões e 27,26%) e eletroeletrônico (mais de US$ 3.57 bilhões e 21,78% de participação) cresceram 52,12% e 21,67%, respectivamente. Já o polo de duas rodas (US$ 2.05 bilhões) aumentou sua fatia no faturamento global do PIM, de 12,47% para 12,52, entre junho e julho, e avançou 40,73% sobre o aglutinado dos sete meses iniciais de 2020.

Produtos e empregos

Assim como ocorrido nos meses anteriores, os principais resultados vieram de bens de informática e eletrônicos. Os maiores aumentos proporcionais de produção vieram de home theaters (+294,70%), aparelhos de áudio portáteis (+120,59%), tocadores de DVD/Blu-ray (+146,61%) e microcomputadores portáteis (+91,52%), entre outros. Medido em faturamento, o desempenho foi melhor para TVs LCD (US$ 3.99 bilhões e R$ 20,9 bilhões), celulares (US$ 2.76 bilhões e R$ 14,5 bilhões), motos (US$ 2.1 bilhões e R$ 11,1 bilhões) e condicionadores de ar split system (US$ 1.22 bilhão e R$ 6,43 bilhões).

O dado negativo veio novamente dos empregos, que amargou mais uma queda no ritmo das contratações. Em julho, o PIM registrou média de 99.656 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho superou em 10,87% o patamar do mesmo mês de 2020 (89.883), mas sofreu o recuo mensal seguido, ficando 1,48% abaixo do número de junho de 2021 (101.152). Foi o pior dado deste ano, que teve seu ápice em março (103.579).

A média mensal de mão obra, no acumulado até julho, foi de 101.926 postos de trabalho, sendo 7,90% superior à média registrada ao longo de 2020 (94.463). Foi também o melhor número desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015) – ano inicial de crise anterior, e de PIB negativo para o país. O saldo acumulado pela indústria incentivada nos sete meses iniciais de 2021, levando em conta apenas a mão de obra efetiva, foi de 4.680 vagas, dado o predomínio das contratações (19.116) sobre os desligamentos (14.436). Também foi o melhor desempenho desde 2016 (-6.123 vagas).

“Faturamento robusto” 

Em material divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o superintendente da autarquia, Algacir Polsin, considerou o desempenho dos indicadores de janeiro a julho não foi apenas positivo para a indústria incentivada de Manaus, como também sinaliza desempenho ainda melhor no encerramento de dezembro, dado que o setor começa a aumentar o ritmo de trabalho já neste mês, em função das festas de fim de ano. 

“[Os números] sinalizam que, até dezembro de 2021, teremos um crescimento expressivo nas vendas da Zona Franca de Manaus, com faturamento robusto, bem acima de 2020, evidenciando os esforços do setor industrial na recuperação da dinâmica econômica do Amazonas e do país, mesmo tendo que enfrentar as dificuldades na cadeia de suprimentos logísticos”, declarou o titular da Suframa.

“Processo de superação”

Em texto postado no site da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), o presidente da entidade, José Jorge do Nascimento Junior, ressalta que “o momento ainda não deve ser encarado como retomada econômica”, dado que a indústria ainda está em “processo de superação das sequelas” da crise da covid-19. O dirigente lembra que a pandemia aqueceu a demanda, mas isso exigiu “rápida reprogramação” da cadeia produtiva, o que acaba conflitando com o câmbio desfavorável, escassez de componentes, e logística travada. 

“Em breve, virão a Black Friday e o Natal. O avanço da vacinação e o retorno gradual de outros ramos produtivos estimulam o aquecimento do setor. Mantemos a confiança de que política públicas para a saúde a economia, bem como reformas estruturais, serão implementadas para estabelecer um ambiente de negócios mais competitivo. O resultado será a geração de empregos, renda e oportunidade de negócios para todos”, afiançou. 

“Curva de aceleração”

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o presidente da entidade, Marcos Fermanian, salientou que, a despeito do gargalo dos insumos, o uso da motocicleta cresceu de forma significativa durante a pandemia, fortalecendo a demanda. O dirigente informou ainda que as montadoras decidiram rever sua projeção de crescimento para este ano, dado que as unidades fabris registram “curva de aceleração da produção”.

“Ainda há desequilíbrio entre oferta e demanda. Mas, aos poucos, estamos conseguindo atender aos consumidores. Temos um mercado bastante aquecido, pelo fato de a motocicleta ser instrumento de trabalho e opção de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público. Ainda estamos bem distantes do recorde de produção de 2011, que teve mais de dois milhões de unidades produzidas. O importante, no entanto, é que a indústria está consolidando sua recuperação e os sinais indicam o início de um novo ciclo de expansão”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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