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Editoras levam boa leitura da Amazônia para o Brasil

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

No domingo passado, 10, encerrou a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo com números recordes depois de o evento ficar dois anos sem acontecer (dois devido à pandemia). Mesmo tendo a duração de nove dias, um a menos do que a última edição presencial, em 2018, a Bienal recebeu 10% a mais de visitantes, ou 660 mil pessoas. Os números de livros vendidos também surpreenderam: três milhões de exemplares, o que demonstra que os impressos não se deixaram vencer pelos digitais. E ainda não acabaram os recordes. Os visitantes gastaram 40% a mais do que em 2018.

Entre os autores, 300 nacionais e 30 internacionais cujos livros foram disponibilizados nas estantes de 182 expositores, entre eles, o da Editora UEA, que participou pela terceira vez da Bienal, e da Editora Valer, estreando no evento.

“Essa é nossa terceira vez participando da Bienal, estivemos também em 2018 e 2019 (online). Inclusive, não posso deixar de mencionar a importância também da Abeu (Associação Brasileira das Editoras Universitárias) para a concretização disso, uma vez que ela coletiviza um estande para as editoras universitárias juntas exporem suas obras”, contou Isolda Prado, diretora da Editora UEA.

“Nossa maior motivação foi o ideal de que é necessário levar para fora dos muros da universidade a produção científica desenvolvida aqui dentro. É preciso refletir sobre o papel que o Amazonas e as universidades amazônicas carregam lá fora, não só em sua riqueza de fauna e flora, mas também suas contribuições científicas, culturais, históricas, literárias, linguísticas entre outras”, disse.

“Sabemos da necessidade de mostrar para o mundo a Região Norte, por isso entendemos que possuímos um papel de deixá-la em evidência. Portanto, divulgar nossas produções é uma forma de manifesto, uma maneira de dizer que estamos aqui”, completou.

Instituição, autor e sociedade

A Editora UEA levou 28 títulos para a Bienal, dentre esses, ‘A imprensa operária no Amazonas (1891-1920): algumas dimensões’; ‘Ritual de passagem: das terras indígenas às áreas urbanas dos sateré-mawé’; ‘Dicionário de palavras de origem indígena nas toadas dos bois-bumbás de Parintins’; ‘O mundo-texto arqueológico amazônico: do inferno verde ao novo Eldorado’; ‘Olhares sobre o ensino de arte em Manaus e região’ e ‘Tecendo reflexões sobre a educação no contexto amazônico’, além das demais obras que estão disponíveis no catálogo da Editora abordando os mais diversos temas, sempre com destaque para as pesquisas ora sendo desenvolvidas no Amazonas e na Região Norte.

“Pretendemos continuar com os lançamentos de livros no decorrer do ano. Queremos ampliar nossa participação em feiras e eventos de diversos nichos e em diferentes espaços para levar nosso trabalho, além de propormos oficinas, rodas de conversa e cursos gratuitos para a comunidade da UEA e pessoas que não têm como pagar por algo do tipo. Pretendemos, para isso, firmar parcerias com instituições públicas e ou privadas interessadas em participar dessas iniciativas”, falou.

“A produção científica da universidade deve ser amplamente conhecida através da participação em Bienais, como a de São Paulo e do Rio de Janeiro. Recentemente a Editora da UEA lançou mais de dez obras numa parceria com o Casarão de Ideias. Aproximar a instituição e o autor da sociedade é uma oportunidade ímpar”, afirmou o Prof. Dr. André Zogahib, reitor da UEA.  

Valer estreou

Quem também participou da Bienal, e pela primeira vez, foi a Editora Valer.

“Foi uma experiência positiva e o início de uma caminhada para participar das próximas edições. No contexto em que a Amazônia se encontra, com o desmatamento e a violência que, infelizmente, vêm aumentando, representar a Amazônia significa levar a sua voz adiante, por isso foi muito importante a nossa participação”, falou Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer.

A Valer levou mais de 200 títulos, entre eles, ‘A árvore que chora’, de Vicki Baum, um romance sobre a borracha; ‘Antes o mundo não existia’, um clássico do catálogo da Editora; ‘Relação do famosíssimo e muito poderoso rio chamado Marañón’, de Frei Gaspar de Carvajal, primeira edição integral, traduzida, com estudo feito pelo professor Auxiliomar Ugarte; e a obra do escocês W. Barbrooke Grubb, ‘Os lengua-maskóy do chaco paraguaio’. Entre os autores, Thiago de Mello, Márcio Souza, João de Jesus Paes Loureiro, Violeta Loureiro, Tenório Telles, Wilson Nogueira, Neiza Teixeira, Samuel Hanan, Jaime Diakara e infanto-juvenis. A Valer ocupou um estande da Atma, sua distribuidora em São Paulo.

“Valeu a pena participar, sim, e dizemos que foi um grande sucesso, porque estamos fazendo um investimento em um público mais amplo e que precisa conhecer a Amazônia, os nossos autores e obras que são necessárias para a humanidade. É a nossa colaboração no fomento de um mundo melhor”, finalizou Neiza.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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