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Economia de Energia Limpa

O jornalista americano Thomas Friedman, um dos principais colunistas do jornal “New York Times” e autor do best-seller mundial “O Mundo é Plano”, afirma que os Estados Unidos podem recuperar sua liderança global com investimentos maciços em tecnologias de energia limpas, o que só será possível com uma estrutura tributária que preveja, por exemplo, taxação sobre o preço do carbono. Essa é a ideia central do seu novo livro, “Quente, Plano e Lotado”, que já está nas livrarias brasileiras. O livro é um aprofundamento de “O Mundo é Plano”, que desde 2005 vendeu 85 mil exemplares só no Brasil. A ideia-chave de “Quente, Plano e Lotado” pode ser resumida na frase do presidente Barack Obama: “A nação que liderar a economia da energia limpa será a que irá liderar a economia global; e os EUA precisam ser essa nação”.
Indagado sobre os argumentos que sustentam a ideia contida na frase de Obama, Friedman respondeu: “Algumas pessoas não acreditam no ‘quente’. Tudo bem, deixemos apenas o plano e o lotado. Plano é minha metáfora para mais e mais gente se juntando à classe média mundial e vivendo como americanos, quer estejam no Brasil, na Índia ou na China. Lotado é porque há cada vez mais e mais pessoas. No mundo plano e lotado há cada vez mais gente com casas, carros e Big Macs do tamanho americano. É claro para mim que a próxima indústria global será a tecnologia energética (TE), que vai capacitar mais e mais gente a melhorar seu padrão de vida sem destruir o planeta. O país que detiver TE terá mais segurança energética, nacional e econômica, companhias inovadoras e respeito global. Claro, quero que esse país seja o meu, mas quero que todos aspirem a ser essa nação”.
Desenvolvendo seu raciocínio em defesa da economia verde, o jornalista do NYT diz o seguinte: “Precisamos de políticas tributárias para incentivar a longo prazo a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia limpa. Houve um pouco no pacote de estímulo, mas é necessário muito mais. É preciso uma política de preços para o carbono. Sem isso, nada acontecerá. Sou um crente no mercado. Uma taxação de longo prazo, fixa e durável, estimularia 10 mil inovadores verdes em 10 mil garagens, tentando 10 mil coisas. Mil serão promissoras, cem serão realmente legais, e duas, os próximos Google e Microsoft limpos, que nos darão o que precisamos: elétrons confiáveis, limpos, baratos”.
Friedman, ao expor suas percepções sobre os problemas que o planeta enfrenta, fez o seguinte comentário: “Infelizmente, a combinação tóxica de ‘climagate’ [divulgação de e-mails de climatólogos revelando a tentativa de negar informação a céticos do clima], relativamente a pequenos erros no IPCC [acusado de ter cometido erros em relatórios] e recessão – e o fato de as pessoas mais do que nunca quererem energia barata – permitiu aos ‘negacionistas’ confundir e poluir o debate. Quem não queria acreditar ganhou razões para isso. E cientistas, políticos e membros do governo fizeram mau trabalho defendendo o caso”.
Apresentando a nova estratégia que se esboça no cenário político americano, Friedman afirma: “No momento, a estratégia está mudando. Pessoalmente, creio que o projeto ‘cap-and-trade’ [comércio de permissões para emitir CO2] esteja morto. Agora, os senadores John Kerry, Lindsey Graham e Joe Lieberman estão trabalhando numa estratégia baseada em três princípios. O primeiro: nunca use a palavra ‘clima’. Fale sobre ‘limpar o ar’. ‘Clima’ se tornou uma palavra suja. Segundo: dizemos que estamos fazendo isso para criar empregos; energia solar, baterias, eficiência energética, tudo isso rende muito emprego. E, terceiro, dizemos que estamos fazendo isso por segurança nacional, para ficarmos menos dependentes do petróleo do Oriente Médio. Esse é o novo consenso bipartidário, democrata e republicano. Mas, se haverá senadores o suficiente para isso, não sei”.
É sempre oportuno ouvir vozes lúcidas como as de Friedman, que deveriam inspirar não só os EUA, mas todos os países, inclusive o Brasil. O dilema ambiental é o maior desafio com que se depara a humanidade. Não é por acaso que surgem candidatos “verdes” à presidência de várias nações. Não é mais possível presidir países sem uma profunda sensibilidade ambiental.

Infraero

A Infraero, que em Manaus administra a entrada e a saída de cargas no aeroporto Eduardo Gomes, está no noticiário da mídia nacional. Infelizmente, não por motivos nobres, mas por deficiências em sua operação local. Infelizmente, esse órgão do governo federal está oferecendo serviço insatisfatório que vem retardando a liberação das cargas, acarretando prejuízos para as empresas. Essa deficiência eleva os custos dos produtos, na indústria e no comércio, e terá repercussão negativa na geração de renda e emprego na economia amazonense.

Virando a própria mesa

O empresário e escritor Ricardo Semler, controlador da Semco, ganhou fama nos anos 80 ao lançar o livro “Virando a Própria Mesa”, em que pregava organizações mais dinâmicas, sem hierarquias rígidas. Passadas mais de duas décadas, Semler acredita que a maioria das organizações ainda está presa aos modelos do século passado. “As empresas gostam de parecer modernas, estão no Twitter e tal, mas no fundo são as mesmas”, disse Semler em entrevista à série Grandes Líderes, da revista Exame, admitindo que nem na própria Semco ele conseguiu construir exatamente o tipo de empresa com que sempre sonhou. Parece ser difícil implementar idéias novas mesmo no próprio negócio. As organizações, em última análise, são formadas de grupos de pessoas com preferências e humores diversificados. Lidar de forma eficaz com as pessoas que compõem as organizações não é uma tarefa trivial.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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