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‘É cedo para falar sobre eleição’ diz Wilson Lima

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), vê com boas perspectivas a retomada do desenvolvimento econômico após a pandemia que se abateu sobre o Estado. Mesmo sob o impacto na redução das atividades por conta da crise sanitária, ele avalia que a economia ganha fôlego e começa a voltar à normalidade, alavancando empregos e renda à população.

Segundo o governador, só em obras de infraestrutura os investimentos somam pelo menos R$ 2,5 bilhões. Hoje, são mais de 270 obras em andamento no Estado. Ele ressalta também que a parceria com a Prefeitura de Manaus dá mais opções para a construção de anéis viários, aumentando a mobilidade urbana na capital, um assunto tão controverso que sempre se apresentou como um grande desafio para as administrações públicas.

Temos trabalhado muito para superar os desafios, que se multiplicaram com a pandemia, para que o Estado do Amazonas avance cada vez mais, com crescimento econômico, distribuição de renda e melhor qualidade de vida para nossa população”, diz o governador.

Lima reforça que a defesa da ZFM (Zona Franca de Manaus) está fortalecida com uma atuação efetiva do Comitê de Assuntos Tributários Estratégicos, criado em sua gestão para o acompanhamento da reforma Tributária sob tramitação no Congresso –um mecanismo para combater qualquer ameaça contra as vantagens comparativas que alimentam as atividades econômicas do Amazonas e continuam ainda como a sua principal receita.

O governador Wilson Lima falou exclusivamente ao Jornal do Commercio na edição especial em comemoração aos 352 anos da fundação de Manaus. E aborda ainda variados assuntos de interesses econômicos, políticos e sociais, além de outros que têm como principal foco o desenvolvimento regional com base nas potencialidades dos recursos naturais, uma nova matriz econômica tão defendida por lideranças empresariais e políticas. 

1 – Governador, Manaus chega aos 352 anos de fundação num momento de instabilidade política nacional, ainda sob impactos da pandemia, e também a reforma Tributária é vista como ameaça à Zona Franca. Como o sr. avalia todo esse cenário e o que vislumbra para os próximos anos?

Nós temos trabalhado muito para superar os desafios, que se multiplicaram com a pandemia, para que o Estado do Amazonas avance cada vez mais, com crescimento econômico, distribuição de renda e melhor qualidade de vida para nossa população. E entendemos que manter a competitividade da Zona Franca é um dos caminhos para isso. Logo que assumi o governo criei o Comitê de Assuntos Tributários Estratégicos, que tem trabalhado, junto com a classe empresarial, para que a gente possa aprimorar nossa legislação no sentido de dar mais competitividade. Estamos finalizando um projeto de lei para prorrogação dos incentivos fiscais, garantindo segurança aos investidores.

Por outro lado, temos trabalhado também na atração de novos investimentos. Um exemplo é o mercado de petróleo e gás. Definimos um novo marco regulatório, dando competitividade ao setor e já estamos colhendo os frutos disso, com investimentos no campo do Azulão, em Silves, gerando emprego e renda para o Estado.

Temos recebido investidores interessados em ampliar negócios aqui no Amazonas, como grandes redes do varejo e outras indústrias e também pensando no desenvolvimento sustentável. Recentemente fomos credenciados por uma organização internacional, a Coalizão Leaf, e estamos aptos a entrar no mercado de carbono, captando recursos em troca da preservação que fazemos da nossa floresta. Tudo isso demonstra que estamos no caminho certo para trilhar uma trajetória de crescimento para o Amazonas.

2 – Como está a parceria do Estado com o prefeito de Manaus para alavancar a economia, gerando mais oportunidades de empregos e renda à população?

Trabalhar em parceria, principalmente com as prefeituras, é uma marca do meu governo porque eu sei que, juntos, podemos fazer muito mais e superar com mais facilidade os desafios. Em Manaus minha relação com o prefeito tem sido de muita cordialidade e parceria.

Hoje o Estado tem vários investimentos em andamento na cidade, são obras que vão melhorar a infraestrutura não só para a população de Manaus mas também a logística das empresas do Distrito Industrial, como os complexos viários do Anel Sul e Anel Leste, que estamos implantando.

Também temos obras com grande apelo social, como novos investimentos do Prosamim, que agora vai incluir bairros da zona Leste, além de melhorias de equipamentos urbanos tão necessários ao bem-estar da nossa população, incluindo revitalização de espaços de esporte e lazer, novas escolas como o Ceti que está sendo implantado no Monte Horebe, e o novo Cetam da zona Norte, que vamos inaugurar em breve. 

3 – Qual o balanço de seu governo ao cumprir mais um ano de mandato? E que metas deverá empreender em 2022?

Se pudesse resumir brevemente numa resposta, digo que está sendo um governo de superação contínua e que, apesar das dificuldades, conseguimos avançar muito. Temos mais de 270 obras no Estado. São mais de R$ 2,5 bilhões em investimentos em infraestrutura, desde 2019.

Além de avançarmos com obras que se arrastavam há anos, como a AM-070 que vamos entregar este ano duplicada, estamos realizando obras como a reforma da AM-010, novos complexos viários. Na saúde, mesmo com a pandemia, avançamos muito também e hoje o Delphina Aziz, que foi subutilizado desde que foi inaugurado em 2014, está funcionando com toda a sua capacidade, um dos maiores hospitais públicos do país.

Isso possibilitou ampliar os serviços de saúde para a população. Vamos entregar em breve o Hospital do Sangue em Manaus, outra obra que se arrastava há anos, e estamos implantando pela primeira vez UTIs no interior do Estado. Na educação, o programa Educa+Amazonas está levando formação aos educadores, valorizando nossos profissionais que voltarão a receber 14⁰ e 15⁰ salários, além de qualificar melhor nossos estudantes para o mercado de trabalho, com novas oportunidades de ensino.

Na segurança, estamos implantando um sistema inédito de monitoramento, o cerco inteligente, usando tecnologia e reforçando nossa inteligência. No setor primário, nunca se investiu tanto na agricultura familiar em tão pouco tempo, não só no fomento, mas também ajudando o produtor a escoar, vender sua produção e melhorar renda. Além disso, e por conta da pandemia, lançamos o maior programa de transferência de renda da história do Estado, que vai beneficiar 300 mil famílias em situação de pobreza, garantindo segurança alimentar principalmente àqueles que sofreram muito os impactos da pandemia da Covid-19. E vamos continuar avançando, esse é o meu compromisso e essa é a determinação para minha equipe.

4 – Provavelmente, o sr. deve disputar a reeleição no próximo ano. Já negocia com alguns partidos para a nova corrida eleitoral? E quais?

Considero toda eleição muito importante para o fortalecimento da nossa democracia, porque permite o debate, a discussão de temas importantes para nosso futuro. Mas ainda é cedo para falar sobre isso, principalmente porque os indicadores mostram que estamos saindo da pandemia e precisamos voltar a crescer.

Estou muito focado na busca de soluções, no desenvolvimento de políticas públicas que realmente melhorem a vida das pessoas, esse é um compromisso que assumi com a população, com aqueles que me elegeram.

5 – O sr. virou réu sob acusação de envolvimento no escândalo da compra de respiradores. O que tem a dizer sobre isso? Acha que será empecilho para disputar novamente o governo do Amazonas?

Já me manifestei sobre isso e aqui reforço que as acusações contra mim não têm fundamento e isso ficará provado no decorrer do processo. A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que eu tenha praticado qualquer irregularidade.

Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo.

6 – A Zona Franca continua sendo a principal receita do Estado. Também defende novas matrizes econômicas que venham fortalecer essas atividades industriais, espraiando o desenvolvimento econômico com foco nas potencialidades dos recursos naturais?

Sim, temos trabalhado no desenvolvimento de novas matrizes e, sem dúvida, uma das mais promissoras é o mercado de petróleo e gás. Com a mudança no nosso marco regulatório que tornou o mercado de gás mais competitivo no Amazonas, já começamos a receber investimentos, como o da Eneva na exploração do campo de Azulão, em Silves.

É um setor que certamente contribui muito para o desenvolvimento, não só porque estamos falando de uma energia limpa, que vai possibilitar mais desenvolvimento em bases sustentáveis, mas porque vai representar mais emprego e renda para a população e arrecadação para o Estado investir em mais e melhores serviços para a população e na infraestrutura.

Também temos outros projetos estruturantes, como o complexo viário de Humaitá, uma intervenção logística importante para fomentar o polo de grãos na região. E, já pensando em mercados promissores de longo prazo, temos o mercado de carbono. Estamos regulamentando a nossa Lei de Serviços Ambientais que vai permitir uma recompensa financeira pelos resultados que o Estado alcança na redução de emissão dos gases de efeito estufa que vêm do desmatamento e da degradação da floresta.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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