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Duas rodas, eletros e construção civil puxam recuperação

No galope da evolução do emprego, que registrou média de 11% de crescimento, o otimismo voltou a fazer presença no setor produtivo e industrial pelo terceiro mês seguido em Manaus. Eletroeletrônicos (2.686 operários), motocicletas (2.215) e construção civil (1.134) são os setores que mais contrataram no Estado, no intervalo de julho à primeira quinzena de setembro. Pelo menos de acordo com os dados divulgados pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos e Eletroeletrônicos do Estado do Amazonas) e Sine/AM (Sistema Nacional de Emprego do Amazonas) ao longo da última semana.
O volume de pedidos de TVs com tela de LCD e celulares, além da chegada neste último trimestre de quatro empresas japonesas do segmento metal-mecânico para adensar a cadeia produtiva do polo de duas rodas, aceleraram a demanda por trabalhadores na indústria local.
Nesse contexto de retomada da produção após uma sequência de cortes em decorrência da instabilidade econômica mundial, a indústria local deu sinais de recuperação, na avaliação do presidente dos trabalhadores metalúrgicos, Valdemir Santana. Conforme o dirigente, os setores de duas rodas e eletroeletrônicos trouxeram de volta ao parque industrial praticamente 5.000 trabalhadores, o que significa um incremento de 29,3% em relação ao segundo trimestre de 2009, encerrado com 3.788 contratações.
Santana lembrou ainda que, entre as razões que influenciaram diretamente no maior número de contratados, estão a aquisição tardia de insumos industriais e os pedidos das grandes redes varejistas do Sul e Sudeste deixados para a última hora. “Algumas empresas fizeram pedidos somente no início deste mês para começarem a produção em outubro, como é o caso de LG, Phillips e Sony. Entre as montadoras, Honda e Suzuki são exemplos de empresas que também tiveram pedidos ampliados. Juntas, as empresas representam o grosso dessas contratações”, informou o dirigente.

Contratações estão em ritmo acelerado no Amazonas

O diretor do Sine-AM, Murilo Alves da Cunha Júnior, concordou que o ritmo das contratações no Estado vem caminhando a pleno vapor e apontou como dado importante a queda de 41,3% no número de vagas preenchidas no acumulado de janeiro a agosto deste ano.
Segundo o executivo, nos dois primeiros quadrimestres, 3.332 pessoas foram inseridas no mercado de trabalho, restando um saldo de 8.056 vagas em aberto. “No ano passado, nesse mesmo período, havia saldo de 12.187 vagas não-preenchidas e pouco mais de 1.000 pessoas inseridas no mercado formal da região. Portanto, as empresas contrataram mais ou foram menos seletivas”, asseverou.

Volume de
solicitantes
Outro dado fornecido por Murilo Cunha se refere ao volume de solicitantes do seguro-desemprego (trabalhadores com mais de seis meses de carteira assinada), que em agosto alcançou 4.206, contra 5.356 de igual mês do ano passado. “Essa redução no saldo de vagas é um dos dados que mostram um mercado amazonense bem aquecido ultimamente. Ou seja, a despeito da instabilidade financeira que levou à queda nos níveis de contratação, em agosto, houve mais gente empregada que igual período do ano passado”, completou.
Sobre o assunto, o presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus), Athaydes Félix Mariano, destacou que a melhor notícia é que a indústria de duas rodas do Amazonas, segmento do PIM (Polo Industrial de Manaus) onde ocorreu a maior queda no emprego nos últimos meses graças aos reflexos da crise intenacional, começa a dar sinais de recuperação.

Aumento da cadeia produtiva ajudou fábricas de motocicletas

O presidente do Sinmen evitou falar sobre as novas empresas japonesas da cadeia produtiva de duas rodas e o total de empregados que estão sendo contratados, mas revelou que o adensamento do setor tem sido uma das razões que mantiveram o nível de emprego na região. “Além disso, a renda no setor não vem sendo afetada, pelo contrário, o que é excelente em uma época de turbulência. Pessoas que foram cortadas em abril e maio passaram a ser recontratadas, ainda que de maneira difusa”, afirmou Athaydes, completando que a preocupação agora passa a ser com o câmbio. “O dólar mais baixo nos deixa apreensivos, uma vez que facilita as importações”, pontuou.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, o último trimestre será pelo menos 15% melhor no ritmo das contratações. O presidente Valdemir Santana fez questão de frisar que a entidade está empenhada em não liberar horas extras, a fim de forçar a expansão do volume de mão-de-obra. “No ano que vem, haverá Copa do Mundo e grande parte dos trabalhadores deixará de ser temporária e não terá férias por conta do volume de pedidos. Se houver mais contratação, não haverá sobrecarga de pessoal”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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