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Droga é inimiga da carreira

Em agosto do ano passa­do, o palco do Teatro Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) foi ce­nário de um evento que co­me­morou um marco importante na história de sua parceria com a Secretaria Nacional An­didrogas: o 50º seminário da campanha nacional de prevenção ao uso de substâncias tó­xicas nas escolas superiores, que inclui ações como seminários, distribuição de folhetos explicativos e realização de concursos de monografias. Há sete anos, o Ciee atende a convite de universidades para promover, palestras nos campi com especialistas no tema e, para dimensionar o interesse que o assunto desperta entre os alunos e professores, já contabiliza um total de 13 mil presenças nas platéias que a campanha atraiu.

Muitos poderão achar que essa iniciativa do Ciee, embora meritória do ponto de vista humano e social, pouco tem a ver com sua missão principal, que é propiciar a inclusão do estudante no mercado de trabalho. Mas essa é uma impressão equivocada. Primeiro porque, além de inserir o jovem no mundo corporativo, o Ciee vem se dedicando há várias décadas a suprir as deficiências do ensino regular e, assim, contribuir para sua formação integral, como profissional e como cidadão –com isso, pretende que o jovem, que por seu intermédio teve acesso ao mundo do trabalho, nele permaneça e protagonize uma carreira de sucesso.

Aqui, o leitor poderá estar se perguntando: mas o que as drogas têm a ver com o sucesso na carreira ou com a capacitação profissional dos futuros talentos? Ao deitar um olhar mais atento na realidade corporativa atual, não levará muito tempo para se perceber o dano que o consumo de drogas, lícitas ou não, causam, tanto nas finanças da empresa como na possibilidade de ascensão do profissional.

No Brasil, existem poucos estudos sobre esses prejuízos,­ mas uma edição da revista “Problemas Brasileiros” do ano passado trou­­xe informações impressionantes. Nos Estados Unidos, os efeitos das drogas nos funcionários resultam em custos diretos ou indiretos de 100 bilhões de dólares/ano para as empresas, somando-se atrasos, faltas, acidentes, gastos com cuidados médicos, etc. O pior dado são as estatísticas do go­verno norte-americano, dando conta de que 40% das mortes e 47% das lesões que correm nas indústrias estão ligadas de alguma maneira ao consumo de álcool ou drogas ilícitas, como maconha, cocaína e heroína.

Diz ainda a revista que órgãos especializados detectaram, que ao contrário do que se supunha, a maioria dos usuários de drogas está ocupada no mercado formal de trabalho e utilizam tais subs­tâncias durante a jornada, o que leva um número crescente de organizações a rea­lizarem programas preventivos voltados a esse público. No Brasil, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) é autora de uma das pou­cas pesquisas nesse campo. Num estudo que abrange 107 cidades, o Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) constatou que mais de 11% dos entrevistados eram dependentes de álcool, seguido pelo tabaco, maconha e cocaína.

Empresas mais modernas e socialmente responsáveis decidiram deixar de lado um confortável “não é problema nosso” e atuar ativamente para reduzir o problema em seu quadro funcional, criando problemas específicos, encaminhando para tratamento médico e adotando outras medidas assertivas. Cau­telosamente, os gestores de RH afirmam, quase sem exceção, que a dependência de drogas, por si só, geralmente não leva à demissão do funcionário, mas não negam que, quando efeitos impactam o desempenho profissional a um ponto intolerável, não resta outra saída, a não ser o caminho da rua. Mas no outro lado da moeda há uma boa notícia: programas contra o consumo de drogas obtêm resultados interessantes, na casa dos 60/70% de sucesso entre os casos tratados –, incluído, aqui, o abandono do tabaco, que também reduz a produtividade por causa das horas paradas no fumódromo e das faltas ou atrasos provocadas por doenças causadas pelo cigarro. O tema drogas está, gradativamente,

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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