Por entender que aumentos na taxa básica de juros (taxa Selic) elevam ainda mais os gastos do governo federal com juros da dívida pública, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) condenou, em discurso nesta semana, um possível aumento de juros pelo BC (Banco Central) para tentar segurar a inflação. Para ele, o governo deveria adotar medidas creditícias e monetárias, aumentando os recolhimentos compulsórios exigidos pelo BC das instituições financeiras. Isso reduziria a oferta de dinheiro no mercado que não depende da taxa Selic, o que aumentaria os juros. E juros mais elevados para o consumidor ajudam a segurar a inflação.
O senador apoiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de cortar R$ 50 bilhões no orçamento deste ano, medida destinada a esfriar a economia e reduzir a pressão inflacionária.
“Não existe crescimento econômico sustentado dentro de um quadro inflacionário”, ensinou. Francisco Dornelles, ex-ministro da Fazenda e ex-secretário da Receita Federal, ponderou ser cada vez maior a oferta de crédito no sistema bancário insensível a um aumento da Selic.
Citou os financiamentos do BNDES e o dinheiro emprestado com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Alertou que o tamanho da dívida pública já faz o governo gastar com juros R$ 171 bilhões por ano, como em 2010 – 5,44% do PIB (Produto Interno Bruto). Sustentou que “há uma tendência” no Brasil de se aumentar a taxa Selic “ante qualquer sinal de pressão inflacionária e antes mesmo de uma análise mais profunda de suas causas”.
“De nada adianta o esforço para conseguir um superavit primário mais elevado, muitas vezes obtido até mesmo através do corte de investimento, se ele é anulado pela despesa com juros, que leva inclusive a um deficit nominal das contas públicas. Entendo que deve ser medida a importância da Selic na formação da taxa de juros no mercado livre e as consequências do seu aumento sobre as contas públicas”, recomendou o senador do Rio de Janeiro.
Dornelles condena aumento maior de juros para segurar a inflação
Redação
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