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Dólar tem maior recuo registrado em um mês

Dados positivos da balança comercial chinesa reduziram a procura dos investidores por aplicações consideradas mais seguras, como o dólar, fazendo com que a moeda americana fechasse ontem em queda. O programa de intervenções do Banco Central no câmbio ajudou a cotação a ceder.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com desvalorização de 0,77% em relação ao real, cotado em R$ 2,279 na venda. É o menor valor desde 12 de agosto deste ano, quando ficou em R$ 2,273. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, fechou em baixa de 1,12%, a R$ 2,278 -menor preço desde 9 de agosto. Vale ressaltar que ambas as cotações do dólar são referências nos cenários mencionados: mercado financeiro e comércio exterior. O consumidor que vai comprar a moeda para viajar, por exemplo, pagará preços diferentes, que variam conforme o banco ou corretora, e, em geral, são mais altos que as referências de mercado.
O saldo comercial da China atingiu US$ 28,52 bilhões em agosto, enquanto o estimado era de US$ 20 bilhões e o resultado anterior havia sido de US$ 17,82 bilhões. As exportações chinesas cresceram 7,2%, enquanto importações aumentaram 7,0%.
“O real seguiu a tendência das principais moedas internacionais e se valorizou em relação ao dólar após os dados positivos da China terem aumentado o apetite por risco entre os investidores, que migraram para ações”, diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Hoje, o dólar só teve alta em relação a quatro das 24 principais moedas emergentes. O real ficou entre as que mais se valorizou, junto com a moeda da Indonésia, o peso filipino, a lira turca, entre outros.
Segundo Galhardo, a apreciação do real foi maior do que a de outras moedas por causa do programa de intervenções diárias do Banco Central.
A autoridade monetária realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos 10 mil contratos com vencimento em 2 de janeiro de 2014 por US$ 497,6 milhões.
O leilão do BC ontem estava previsto pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar. O programa do BC -que começou a valer em 23 de agosto – prevê a realização de leilões de swap cambial tradicionais de segunda a quinta, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.
Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra -mecanismo que pode conter as cotações sem comprometer as reservas do país.
“A queda do dólar também reflete uma mudança na posição dos bancos, que passaram a apostar na queda da moeda americana no mercado futuro”, diz Tarcisio Rodrigues, diretor do Banco Paulista.

Bolsa

A melhora na balança comercial da China, principal parceira comercial do Brasil, teve impacto positivo sobre a Bolsa brasileira hoje. O principal índice do mercado nacional, o Ibovespa, fechou em alta de 0,93%, a 54.251 pontos. É o maior nível desde 29 de maio, quando ficou em 54.634 pontos.
“A China é uma grande consumidora de commodities e, por isso, as grandes empresas brasileiras de matérias-primas subiram hoje”, diz João Brügger, analista da Leme Investimentos. “Esses papéis têm forte representatividade no Ibovespa, por isso ajudaram o índice a fechar no azul”, acrescenta.
As ações mais negociadas da Vale fecharam o dia com ganho de 2,70%, a R$ 33,07. A China é o principal consumidor do minério de ferro produzido pela mineradora brasileira.
Também ajudou a impulsionar o Ibovespa a alta de 2,31% das ações mais negociadas da Petrobras, para R$ 18,17. “A empresa também foi ajudada pela produção recorde de gasolina e diesel no mês passado”, diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
A estatal produziu em suas refinarias no Brasil 4,402 milhões de metros cúbicos de diesel e 2,530 milhões de metros cúbicos de gasolina, representando um acréscimo de 111 mil metros cúbicos de diesel e 20 mil metros cúbicos de gasolina em relação ao recorde mensal anterior, obtido em maio de 2013.
“A alta da Petrobras hoje não reflete os fundamentos da empresa, pois eles estão complicados. O mercado já deve estar considerando que haverá um reajuste nos preços dos combustíveis. Caso o reajuste não se confirme, é possível que o papel da estatal negociado em Bolsa sofra uma queda nos próximos dias”, diz Brügger, da Leme.
Em sentido oposto, as ações da OGX, petroleira de Eike Batista, fecharam o dia em queda de 17,3%, a R$ 0,43, após o empresário ter questionado a validade do exercício da opção concedida por ele à OGX que o obriga a injetar até US$ 1 bilhão na petroleira.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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