O bom humor global em relação à crise europeia, com a forte demanda por títulos portugueses na emissão de ontem, contribuiu para fortalecer o euro no exterior e derrubar os preços da moeda americana por aqui.
O dólar comercial desvalorizou 0,6%, para R$ 1,677, aproximadamente o mesmo nível de preços em que o governo anunciou medidas para conter a especulação cambial. Pela nova norma, os bancos serão obrigados a reduzir o montante de operações financeiras em que apostam contra o dólar, num prazo estipulado de 90 dias.
O recuo das taxas nos últimos dias, passado o impacto inicial da notícia, indicou para alguns profissionais do setor financeiro que os bancos podem ter postergado esses ajustes para mais tarde. “Se for dessa forma, tudo indica que o dólar pode subir mais lá na frente, chegando até R$ 1,70 possivelmente. O problema é que o Banco Central tende a subir os juros, o que atrai mais capital estrangeiro”, diz Marcos Trabold, da mesa de operações da B&T Corretora.
O Comitê de Política Monetária, colegiado de diretores do BC que decide a taxa básica de juros, volta a se reunir na semana que vem. É praticamente consenso entre os analistas do setor financeiro de que a chamada “Selic” (que serve de referência para os empréstimos bancários) deve subir dos atuais 10,75% ao ano para 11,25%.
O diferencial entre os juros domésticos (entre os mais altos do planeta) e os juros praticados no exterior (próximos de zero) é visto por muitos como um dos principais fatores que deprimem as taxas de câmbio.
Dólar desvaloriza 0,6% e fecha a R$ 1,67
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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