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Dólar baixo anima mercados

Casas de câmbio, agentes de viagem e importadores de Manaus fazem parte de alguns setores e mercados que se aquecem com as seguidas quedas nos preços da moeda americana. Ainda que alto (R$ 3,30 nesta terça-feira, 5), o valor atual do dólar é capaz de aquecer estes setores fazendo a economia girar num momento que coincide com férias escolares e alta temporada turística. O momento é ideal para quem compra em dólar, dizem empresários amazonenses, ainda que com isso, as exportações sejam afetadas negativamente.
A baixa do dólar tem trazido para o segmento de turismo, garante o agente de viagens home-based, Marcello Jobim. “Com a moeda americana em baixa, o segmento de vendas de passagens pela internet teve um salto, a isso se soma a volta de algumas operações turísticas na região, como a LATAM restabelecendo alguns voos saindo de Manaus que haviam sido cancelados. Com isso companhias estrangeiras voltarão a voar para o Brasil”, disse o agente que trabalha com turismo emissivo.
Jobim acredita que o cenário político tem influência na oscilação cambial. “Espera-se a definição do afastamento da presidente, o que vem causando essas variações. E quando tudo aponta para o afastamento definitivo, temos o dólar despencando. Coincidência? Não acredito. Com isso (o impeachment) o empresariado pode aproveitar e investir com segurança”, afirma.
Segundo o agente, o segmento emissivo sente diretamente o impacto. “O dólar estava operando em R$ 4,40 mês passado e hoje R$ 3,30, ou seja, um ponto! É muita coisa! Pra quem compra passagem internacional é uma diferença significativa, a confiança vem voltando aos poucos apesar de estarmos receosos”, conclui Jobim.

Alta temporada

Nas casas de câmbio a oscilação é vista com bons olhos, afirma o gerente comercial da Mundi Câmbio, Ricardo Chamma. “A atividade do mercado de câmbio é favorecida com o que vem acontecendo, inclusive se observa a falta de cédulas nos distribuidores. As expectativas são ainda melhores e esperamos que o dólar se estabilize em R$ 3,20. R$ 3,30 no máximo seria o ideal”, comenta Chamma.
O dólar baixo coincidindo com alta temporada de férias é outro fator que anima o mercado. “É natural que nos meses de junho e julho aumente a demanda nas casas de câmbio. Com isso algumas até praticam um preço maior, confiando nessa demanda e sabendo que podem. Mas é bom atentar para o fato de a economia ser volátil e tudo pode mudar de uma hora a outra”, conclui o gerente comercial.

Mercado popular

A volatilidade da economia que faz oscilar o câmbio, hoje pode ser favorável, mas não é possível manter os patamares para sempre, o que causa preocupação, conta a microempresária, Socorro de Feitas. “A hora é boa para fazermos estoques, mas não sabemos qual será a cotação de amanhã ou depois. No caso de subida, teremos que repassar ao cliente”, disse a vendedora de produtos importados no Centro da cidade.
A encomenda de produtos variados para presentes, também vai ser maior esse mês, conta a microempresária, Rosivete Pinto. “Trabalhamos em bazares, sempre focando em datas comemorativas. Mas como estamos em época de férias, os bazares aproveitam para fisgar esse público e vamos na ‘onda’. Já passamos da fase de recuperar o investido e agora é aproveitar para comprar mais”, resume.

Consequências do dólar em baixa

A curto prazo vê-se um aumento nas importações, mas causa como efeito colateral uma queda nas exportações. Ainda assim, a balança comercial parece estar no azul. No primeiro semestre, o saldo do comércio exterior foi o maior em 28 anos, quando começou a série histórica.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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