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Dívida pública ameaça crescimento de 2010

Apesar dos indicadores apontarem para o crescimento da economia brasileira em 2010, empresários do comércio e da indústria do Amazonas alertam que se faz necessário administrar a dívida pública internamente para evitar um novo colapso econômico, a exemplo do que ocorreu a partir de outubro de 2008, gerando reflexos na economia global durante os seis primeiros meses de 2009.
O presidente da Fecomercio-AM, José Roberto Tadros, disse que a crise mundial ainda não foi debelada completamente, porque os países para tentarem resolverem o problema de forma imediata, estão com a sua dívida pública interna explosiva. Segundo o empresário, o passivo interno dos EUA corresponde a 100% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto o do Brasil representa 54%. “A ordem agora é administrar a dívida pública de tal maneira que isso não venha afetar de novo os empregos e salários”, aconselhou.
Apesar do cenário negativo no primeiro semestre, Tadros aponta que os resultados de 2009 do comércio surpreenderam diante do momento difícil vivido pelo setor, que projeta fechar com alta de 5% em relação a 2008. “A situação poderia ser muito pior, diante da crise econômica global deflagrada em outubro do ano passado. Ficamos atônitos diante da economia brasileira, qualquer país que entrasse em crise, nos afetaria profundamente”, comentou.
O dirigente lembrou que as crises financeiras internacionais dos anos 1990 – na Turquia, Rússia, Argentina e Tigres Asiáticos – abalaram as estruturas brasileiras de forma profunda. “Dessa vez, atingiu as dez maiores economias do mundo e o Brasil sofreu os efeitos porque vive num processo de globalização, mas sobreviveu”, apontou ressaltando que 2010 é o ano da recuperação.

Liquidez econômica

O consultor econômico, Rodemarck Castelo Branco, concorda que os países avançados aumentaram sua liquidez econômica e que se essa situação se não for bem administrada pode virar uma bolha, com sérios problemas econômicos. É o caso dos EUA, onde a crise econômica foi deflagrada. O mercado imobiliário daquele país, que havia passado por uma fase de expansão acelerada logo após a crise das empresas “pontocom”, em 2001 foi surpreendido com a quebra do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que passou a reduzir sua taxa de juros, a fim de baratear empréstimos e financiamentos e encorajar consumidores e empresas voltarem a gastar.
O economista explicou que, como o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos, a demanda por imóveis cresceu, atraindo compradores. Vale destacar que em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano, considerada a menor taxa desde o fim dos anos 50.

Dólar barato prejudica indústria

Rodemarck Castelo Branco avaliou que, diferente das grandes potências, que não devem crescer muito em 2010, os países asiáticos e alguns da América Latina, a exemplo do próprio Brasil, devem crescer por conta das commodities. “As projeções econômicas apontam que o Brasil deve crescer 5%, a Índia 6% e a China pode chegar a 10%”, disse, lembrando que o câmbio em baixa está sendo desfavorável para a política industrial.
Segundo o especialista, todas as moedas do mundo estão sobrevalorizadas em relação ao dólar. Ele alertou que, se o câmbio cair ainda mais, a indústria brasileira pode perder a competitividade no mercado exterior. É diferente dos chineses, observa o economista, que são grandes exportadores e cujos produtos ficam mais competitivos com o cambio desvalorizado. “Essa tem sido a política utilizada pelos asiáticos”, avaliou.
O superintendente interino da Suframa, Oldemar Ianck, avaliou que pelo conceito industrial, os países endividados que estão com algum problema são países periféricos, enquanto os que têm poder de fogo econômico, a exemplo dos EUA estão sob controle. “Pelo menos é o que todos dizem, inclusive alguns grandes críticos falam isso”, finalizou o Iank.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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