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Dislexia na educação infantil

Ler e escrever são necessidades básicas do ser humano, pois além de serem fundamentais para o acesso e aquisição da maioria dos conhecimentos de nossa cultura, tornam a pessoa intelectualmente independente.

Aprender a ler e escrever, a criança nasce novamente: se antes nasceu para a vida, agora nasce para viver no mundo da cultura. Toda a vida escolar é indubitavelmente marcada pelas primeiras experiências que as crianças vivem em relação à aquisição de conhecimentos e habilidades acadêmicas. Se essas experiências são freqüentemente frustrantes, é natural que a dedicação e a realização nessas áreas sejam prejudicadas e o acabem por produzir problemas na esfera afetiva e em todo o desenvolvimento da personalidade.

O domínio da leitura está ligada a vários processos que se associam para que seja possível ler e compreender o que se lê e esses dependem de diferentes funções cognitivas e sensoriais, como a atenção e concentração, a consciência fonológica e ortográfica, a decodificação rápida, a compreensão verbal, entre outras.

Apesar de se tratar de uma habilidade muito complexa, a maioria das crianças adquire facilmente essa capacidade. Entretanto, existe uma parcela significativa de alunos que apresenta grandes dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.

Podemos compreender a ansiedade dos pais em torno do sucesso escolar de seus filhos e principalmente em relação à sua alfabetização, da mesma forma que entendemos sua angústia e perplexidade quando a criança se mostra incapacitada a acompanhar a escolaridade, como o fazem seus coleguinhas de mesma idade.

A dislexia não é uma doença, mas sim um transtorno de aprendizagem, cujos sintomas podem ser percebidos desde a pré-escola e o diagnóstico é geralmente concluído, quando a criança alcança os sete ou oito anos de idade.
A dislexia é caracterizada fundamentalmente pela presença de grande dificuldade para a aquisição da leitura, geralmente acompanhada por idêntica problemática em relação à escrita, quando não existe atraso cognitivo, problema psicológico de porte ou deficiência sensorial que justifique tal transtorno. A maioria das crianças disléxicas sofre com os freqüentes fracassos escolares, os quais geram o rebaixamento da auto-estima e, conseqüentemente, levam a comportamentos que variam da apatia à agressividade, tornando a vida escolar e familiar muito desgastante.

Estudos e pesquisas atuais têm demonstrado que a dislexia é congênita, afeta mais os meninos do que as meninas e tem apontado para uma transmissão hereditária. Os sintomas da dislexia podem ser aliviados com o acompanhamento profissional adequado, permitindo à criança cursar normalmente a escolaridade regular, do ensino fundamental à graduação ou pós-graduação, dependendo de fatores individuais.

É possível perceber alguns sinais de risco para a aprendizagem da leitura e escrita desde os quatro anos de idade. Essa percepção precoce é importantíssima no encaminhamento da criança aos profissionais especializados em tal diagnóstico (psicopedagogos, neurologistas) a fim de evitar que os danos conseqüentes à baixa auto-estima e os problemas escolares comecem a se instalar.

Recomenda-se começar um trabalho de estimulação sobre a transição natural da fala à leitura e escrita. Aguardar que a criança supere por si as dificuldades pode ocasionar outras questões que apenas complicarão a sua problemática.

Maria Irene Maluf é pedagoga, especialista em educação especial e em Psicopedagogia .

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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