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Discursos não convencem

A pandemia de Covid-19 tem feito os consumidores ficarem mais atentos à sustentabilidade. Muitos estão dispostos a pagar do próprio bolso ou a receber um salário menor por um futuro sustentável. Pelo menos é o que aponta um novo estudo do IBM Institute for Business Value feito com mais de 14 mil consumidores em nove países, incluindo o Brasil.

De acordo com a pesquisa, 71% dos funcionários e candidatos a emprego entrevistados dizem que as empresas ambientalmente sustentáveis são os empregadores mais atraentes. Além disso, mais de dois terços de toda a força de trabalho potencial têm maior probabilidade de se candidatar e aceitar empregos em organizações ambientalmente e socialmente responsáveis –e quase metade aceitaria um salário mais baixo para trabalhar nessas organizações.

Ao mesmo tempo, menos da metade dos consumidores pesquisados (48%) confia nos compromissos corporativos com a sustentabilidade, com 64% dos entrevistados esperando um maior escrutínio público no próximo ano.

“Os consumidores estão cada vez mais preocupados e vocais sobre a sustentabilidade e as empresas precisam mostrar, não apenas contar, seu compromisso com este tema para manter ou ganhar credibilidade, mas para contribuir para um futuro mais sustentável”, diz o gerente-geral da IBM América Latina, Tonny Martins.

“Hoje, menos da metade dos consumidores confia nas declarações das empresas sobre a sustentabilidade ambiental. É nosso papel como líderes colaborar para mudar esses números, aplicando tecnologias inovadoras como IA e blockchain para aproveitar os dados e alavancar juntas empresas mais sustentáveis, sociedades e países”, complementa.

Sustentabilidade e investimentos

Quase metade (48%) de todos os investidores pessoais pesquisados já leva a sustentabilidade ambiental em consideração em suas carteiras de investimento e um quinto (21%) afirma que provavelmente o fará no futuro. Ainda de acordo com o estudo, 59% dos investidores pessoais entrevistados esperam comprar ou vender participações no próximo ano com base em fatores de sustentabilidade ambiental.

Metade de todos os consumidores pesquisados concorda que a exposição de uma empresa às mudanças climáticas impacta o risco financeiro dos investidores. Os entrevistados no Brasil refletem o perfil médio geral –o país está em 4º lugar na classificação por nível de concordância. Os entrevistados na Índia e na China relataram, de longe, os níveis mais altos de associação de risco climático com risco financeiro, enquanto Alemanha, EUA, Reino Unido e Canadá são os mais dominados pela incerteza.

Pagando mais por sustentabilidade 

Apesar do impacto financeiro da pandemia Covid-19 em muitas pessoas, 54% dos consumidores pesquisados estão dispostos a pagar mais por marcas que são sustentáveis ou ambientalmente responsáveis.

Além disso, 55% dos consumidores pesquisados relataram que a sustentabilidade é muito ou extremamente importante para eles ao escolher uma marca –22% a mais do que os consumidores pesquisados antes da pandemia. Um pouco mais de seis em cada dez consumidores pesquisados disseram que estão dispostos a mudar seu comportamento de compra para ajudar a reduzir o impacto negativo no meio ambiente. Os consumidores pesquisados na Índia (78%) e na China (70%) são os mais dispostos. Os consumidores pesquisados em países da América Latina, México (69%) e Brasil (66%) também relataram alto grau de disposição para mudar seu comportamento de compra para ajudar a reduzir o impacto negativo no meio ambiente.

Com relação às viagens, quase um em cada três entrevistados acredita fortemente que seus hábitos pessoais de viagem contribuem para a mudança climática. Além disso, 80% dos consumidores pesquisados globalmente relataram que estão ativamente procurando viajar por meios de transporte mais ecológicos, pelo menos um pouco. Na América Latina, 88% dos entrevistados no México e 82% no Brasil disseram o mesmo.

Impacto da pandemia

Nove em cada dez consumidores pesquisados relataram que a pandemia afetou seus pontos de vista sobre a sustentabilidade ambiental. O impacto da pandemia foi maior, por exemplo, do que os de incêndios florestais, desastres devido a eventos climáticos e cobertura de notícias sobre o assunto.

A pesquisa também revelou diferenças na opinião do consumidor entre as geografias, com os americanos pesquisados relatando a menor preocupação com a sustentabilidade em muitos tópicos. Apenas 51% dos consumidores americanos disseram que lidar com as mudanças climáticas era muito ou extremamente importante para eles –18 pontos percentuais abaixo da média.

O IBM Institute for Business Value pesquisou mais de 14 mil adultos globalmente de nove países (Estados Unidos, Índia, Reino Unido, Canadá, Alemanha, México, Espanha, Brasil e China) durante março de 2021.

Foto/Destaque: Divulgação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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