Nosso encontro semanal trata de um tema muito em voga nos ambientes corporativos de empresas de todos os tamanhos e segmentos deste país, notadamente nas rotinas laborais dos gestores de talentos, no uso de suas atribuições na seleção de pessoas e suas práticas visando encontrar o perfil ideal exigido pela empresa, através de análises e performances de cada candidato, sua compatibilidade para ocupar determinada função.
Esta semana, recebemos um convite da ABRH seccional do Amazonas para participar de evento de altíssimo nível, o qual reuniu a massa crítica do setor de RH do PIM (Pólo Industrial de Manaus), no hotel Confort. Na oportunidade foi abordado um assunto com muita propriedade pelo palestrante convidado, Odilon Medeiros, de Recife-PE, sobre a aplicação da dinâmica de grupo como ferramenta indispensável na condução de um processo de seleção, dentre outras aplicações.
Dinâmica de grupo e procedimentos necessários à aplicação
Para começar o selecionador deve verificar as condições do ambiente, iluminação, material para uso, análise dos instrumentos, disposição física dos candidatos para participar, a logística necessária, um número limitado de participantes, não podendo ultrapassar determinado valor para não comprometer o produto final do que se está buscando. Dentre as dicas, Odilon Medeiros sinaliza que nenhum evento, ou mesmo numa palestra, o instrutor poderá dar a largada de sua apresentação, sem antes utilizar uma atividade do tipo “quebra-gelo” para tornar o ambiente mais acolhedor e estrategicamente favorável àquilo que se deseja alcançar em termos de objetivos. Para eficiência do ferramental e demais das técnicas lúdicas a serem empregadas num processo seletivo ou mesmo numa integração de equipes para atingimento de metas. Prevenindo certas demandas que poderão ocorrer no meio do caminho é necessário fazer um check-list numa ordem de prioridades. Por outro lado, recomenda-se fazer uma breve apresentação dos treinandos, em seguida a fase do aquecimento, visando diminuir as tensões do processo. Sem jamais esquecer de que o “o corpo fala”. Assim, é imperioso usar de neutralidade, sempre pontuando cada passo da dinâmica, esclarecer possíveis dúvidas e usar uma comunicação bastante interativa do que é dispensável.
Necessidade de conhecimento e treino do aplicador
Especialistas não recomendam nenhum “curioso” a fazer uso de atribuições que não são suas. Mesmo porque o risco de comprometer o resultado da seleção é grande. Odilon abordou com conhecimento de causa, sobre nuances diversas que ocorrem no momento da aplicação da atividade lúdica e recomenda alguns requisitos básicos para os gestores de RH, antes de aplicarem uma dinâmica. Entre elas: clareza e objetividade; fazer observações de forma precisa, olhar criterioso e ouvidos acurados na interpretação de nuances comportamentais; fazer previsões via planejamento sistemático antes de escolher a dinâmica. A dinâmica quando selecionada, deve atender a requisitos mínimos para sua utilização.
Ética do selecionador traz lisura ao processo
Aliás, um comportamento bastante fora de pauta na rotina de certos “gestores de RH” que precisam repensar seus comportamentos, sob pena de suscitar um sentimento de descrédito por parte do candidato, pondo em cheque a profissão do psicólogo. Se não vejamos. Nossa leitura sustenta a fala de Odilon quando lembramos que a eficiência de uma dinâmica de grupo depende em muito da competência de quem a aplica. Por vezes o “caras e bocas”, a ausência domínio e o descaso com a pessoa que está a sua frente, é uma postura do antiprofissional, pondo em risco o resultado do seu trabalho pela sua imperícia. O recomendável é possibilitar um ambiente favorável, estabelecer empatia, agir com espírito humanista, lembrando que ali poderá estar um excelente profissional talentoso, mas que por seu procedimento inadequado, poderá não apresentar o rendimento esperado.
Dinâmica de grupo, armadilhas e o que está nas
