A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, minimizou hoje o resultado da pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem, na qual ela aparece pela primeira vez com vantagem sobre o tucano José Serra. Segundo o levantamento, a petista aparece com 40% das intenções de voto. Serra tem 35%, e Marina Silva, 9%.
Ela disse ter achado a pesquisa “interessante”, mas afirmou que ainda “há muita água para rolar debaixo da ponte”. Segundo Dilma, um candidato não pode apostar que pesquisa substitui eleição.
“Nós não subimos em salto alto e ficamos achando que as coisas estão muito resolvidas, ou elas apontam uma situação que é definitiva. Há em todas as pesquisas uma certa precariedade porque elas sempre refletem o momento. É animador por um lado, mas, ao mesmo tempo, só tende a nos colocar com humildade e com a certeza de que há um grande desafio pela frente”, disse ela em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Dilma afirmou ainda que a tendência nesta eleição é de polarização e que defenderá a continuidade do governo Lula.
Sobre o dossiê que teria supostamente sido encomendado por integrantes de sua campanha contra tucanos e a pressão de Serra para que ela peça desculpas publicamente pelo fato, a ex-ministra de Lula disse que o caso é usado como estratégia eleitoral. “Eu acho que fazia parte de uma estratégia eleitoral do meu adversário que parece que não está dando muito certo”, disse.
Dilma também falou sobre a representação do Ministério Público Eleitoral contra ela por suposta propaganda antecipada durante inauguração de um hospital no Rio. A ação também acusa o ministro José Gomes Temporão (Saúde) e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de propaganda antecipada.
Segundo a procuradoria, a inauguração do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), no dia 7 de março, foi desvirtuada com a presença da pré-candidata. “Naquele evento estávamos comemorando o Dia Internacional da Mulher, não teve pedido de voto.”
Na entrevista, a petista não poupou elogios ao ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e tentou associar o nome dele a programas do governo, como o Bolsa Família.
Patrus será o vice na chapa de Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro. “Patrus contribuiu para todos os Estados, principalmente em Minas. Ele é uma liderança importantíssima, por isso fizemos esforço para que ele participasse da chapa.”
Dilma afirmou que os candidatos não podem achar que os eleitores são sua “propriedade” e disse que respeita a opção dos mineiros que votarem nela e no candidato do PSDB ao governo do Estado, Antonio Anastasia.
“A relação que a gente tem que ter com o eleitor é de respeito. Um candidato não pode achar que o eleitor é uma propriedade dele. O eleitor é uma pessoa, um cidadão com consciência, e é a consciência dele que vai definir o voto”, disse.
Dilma diz que estratégia tucana não está dando certo
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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