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Diferencial competitivo do voluntariado

Vivemos um tempo onde as pessoas se isolam uma das outras e dessa forma algumas delas padecem de necessidades básicas e outras amarguram o vazio existencial. A consequência da objetividade pragmática que domina o senso comum daqueles que estão numa fatigante escalada social é o bloqueio da percepção para a poesia da vida, para o valor do abraço de um amigo ou para uma agradável brisa de um dia reconfortante. Quando atingimos o tão sonhado patamar social – objeto de um plano cuidadosamente posto em prática, descobrimos muitas vezes que de tanto lutar pela vida esquecemos de viver. Reconhecemos que o grande e verdadeiro projeto é aquele que nos enche de satisfação e orgulho quando é realizado. E esse sentimento está diretamente ligado à ideia de fazer a diferença nesse mundo sendo útil ao próximo e a comunidade em que vivemos; é o ideário de ser parte integrante de um grupo, de ser aceito, de interagir com as energias positivas à nossa volta.
A prática do voluntariado é uma excelente oportunidade de experimentar o prazer de fazer outra pessoa feliz, além de aprender com as diferenças. Ao mesmo tempo, ainda nos ajuda a refletir sobre a nossa vida e o que fazemos dela. Muitas vezes reclamamos de tudo e de todos como se o mundo fosse nossa babá. A proximidade com pessoas que vivem numa realidade bem diferente da nossa nos faz mais humanos e maduros, visto que nesse processo é feito o exercício da empatia, qualidade essencial nos relacionamentos interpessoais nas empresas. O voluntário é como um ator social e agente de transformação, que doa seu tempo e conhecimentos e presta serviço não remunerado beneficiando a comunidade ao qual está inserido, manifestando assim seu espírito solidário.
Oferecer-se voluntariamente para trabalhar em atividades de cunho social transforma seu praticante numa pessoa muito bem quista pela sociedade e pelas empresas. O trabalho voluntário está evoluindo para se transformar num diferencial competitivo no futuro, apesar de atualmente ainda não ser considerado como critério de desempate em processos de seleção. Destarte, campanhas e as diversas mídias têm trabalhado intensamente na valorização do voluntariado. Nesse ritmo, quem sabe assim possamos um dia nos igualar a Europa, que inseriu a prática do trabalho voluntário no seu padrão de currículo. No nosso dia a dia já se observa em muitos formulários online de currículos de importantes empresas um destaque para a atividade voluntária, indicando desse modo uma tendência de evolução do assunto. Pode-se dizer que a importância do voluntariado toma corpo de tal modo como os conceitos de sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Quem se dispõe a prestar um serviço voluntário demonstra espírito de engajamento, maturidade, responsabilidade e nobreza de caráter. Muitos e muitos jovens de todas as idades são extremamente receptivos à ideia de atuar em um projeto social, mas veem seu entusiasmo se esvaziar por ausência de ressonância aos seus anseios. Ou seja, faltam empreendedores sociais que liderem uma marcha e conduzam ávidos atores até o palco do voluntariado. Esse tipo de coisa deveria ser fomentado nas escolas. Seria muito proveitoso para o aluno, principalmente para o jovem ansioso por fazer e acontecer. Resumindo, faltam líderes, falta ação.
No ano de 2002 um grupo de três alunos da Universidade Federal do Pará resolveu promover uma palestra num depauperado auditório do campus da UFPA com o intuito de arrecadar alimentos para ajudar uma comunidade carente. Foi então que entrou em cena o quarto integrante que fez uma proposta arrojada, ou seja, promover um evento de envergadura e alto nível profissional. A ideia assustou o trio de estudantes, que em pouco tempo abraçou o desafio. O projeto foi refeito e o quarteto partiu em busca de recursos, além de trabalhar duro durante um bom tempo. O resultado da saga estudantil foi um acontecimento nunca visto e nunca repetido por alunos de Ciências Contábeis na cidade de Belém. O grupo conseguiu uma robusta arrecadação proveniente de contribuições de várias empresas. Foi feito um grandioso trabalho de programação visual com banners, grandes cartazes, certificados, crachás, folders, panfletos etc.; foram realizadas muitas visitas a várias instituições de ensino, uma instituição particular cedeu um luxuoso auditório, pessoas de renome local e nacional palestraram; houve todo um procedimento de credenciamento, cerimonial, shows, sorteio de brindes, prestação de contas etc. E no final, o objetivo, que era a arrecadação de alimentos, foi um sucesso estrondoso. E tudo foi fruto do trabalho de quatro simples alunos, que andavam de ônibus e que se entregaram a uma causa de corpo e alma. O registro desse fato memorável está no site www.jornadacontabil.rg3.net

Reginaldo Oliveira

é consultor empresarial, palestrante, professor do ensino superior e especialista em capacitação profissional nas áreas de ICMS Básico e ICMS Substituição Tributária
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