O Brasil é líder na produção de lixo eletrônico na América Latina, gerando 1,5 milhão de toneladas ao ano desse tipo de resíduo, segundo o estudo Global e-Waste Monitor de 2017, realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o levantamento, apenas 2% do total acaba reciclado. Esse descarte incorreto é algo grave, já que produtos do tipo contam com materiais tóxicos que podem ser prejudiciais à saúde, além de extremamente agressivos ao meio-ambiente. O TechTudo traz a seguir, junto ao especialista do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos), Raul Colcher, cinco dicas para jogar seu lixo eletrônico fora de maneira certa.
1. Entenda porque é importante
A maioria dos produtos não devem ser jogados fora de forma irresponsável na natureza, já que têm a capacidade de contaminar o solo e lençóis freáticos, comprometendo inclusive a qualidade da água em regiões próximas.
Itens como baterias, pilhas e diversos componentes eletrônicos são confeccionados com o uso de metais pesados, como o chumbo, mercúrio, níquel e cádmio. Uma vez expostos às ações do clima, por exemplo, podem acabar sendo liberados no ambiente e causando danos graves. Além do impacto ambiental do descarte incorreto desses produtos, é possível que o lixo eletrônico acabe nas mãos de trabalhadores informais que atuam na área dos grandes aterros das cidades brasileiras. Nesses casos, o risco passa a ser de saúde, já que os compostos tóxicos usados nos eletrônicos podem causar problemas sérios.
2. Siga o que o fabricante sugere
Segundo o especialista, fabricantes indicam maneiras e métodos corretos de descarte de produtos obsoletos, inclusive oferecendo programas de coleta e logística reversa para dar conta do lixo eletrônico. A recomendação da IEEE é que, em primeiro lugar, o consumidor procure se informar a respeito das políticas de descarte que o próprio fabricante indica.
3. Saiba quando o eletrônico é descartável
Diversos fatores podem sinalizar o fim da vida útil de um produto, como a quebra de algum componente cuja substituição se mostra mais cara do que a compra de um modelo novo, ou a obsolência de algum produto usado. Embora a recomendação seja sempre de consumo consciente, em que o correto é buscar reaproveitar ou dar destinação correta a produtos que não satisfazem mais, mas ainda funcionam corretamente, a verdade é que quem deve decidir o momento de descartar algum produto é o próprio consumidor.
4. Separe os materiais antes do descarte
Uma medida importante antes de se desfazer corretamente um eletrônico é lembrar de remover pilhas e baterias, que devem ser descartadas separadamente. No Brasil, há legislação que obriga comerciantes a oferecerem maneiras pelas quais o consumidor possa se desfazer de forma responsável de baterias e pilhas usadas. Exceto pelas baterias, a recomendação é de que você não exponha ou altere qualquer outro componente dos produtos de que pretende abrir mão.
5. Considere outros meios
Jogar algo fora pode nem sempre ser a melhor maneira de descartar um produto. Há ONGs especializadas que podem revitalizar seu dispositivo usado e cedê-lo a comunidades carentes, escolas, instituições de diversos tipos e mesmo microempresas. Se você pretende descartar algum eletrônico que ainda funciona, pode ser interessante investigar se, na sua região, há alguma ONG do tipo em ação.