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Dia dos Namorados anima mercado local

A CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) projeta alta de 4,5% para as vendas do Dia dos Namorados. A receita bruta deve ser superior a R$ 60,87 milhões, com ticket médio de R$ 155, em números melhores do que os do ano passado. A sondagem indica ainda que três em cada quatro consumidores da capital devem comprar presentes. “Preço” ainda se sobrepõe à “qualidade” entre os critérios de escolha, mas a preferência ainda recai sobre os shoppings. E, apesar do aumento dos juros e das taxas de endividamento, o cartão de crédito parcelado é a modalidade de pagamento predominante.

De acordo com a entidade, 75,5% dos entrevistados vão às compras neste Dia dos Namorados. Praticamente metade desse grupo (41%) pretende gastar de R$ 101 a R$ 200 (37,40%), seguidos por aqueles que pretendem limitar os dispêndios entre R$ 81 e R$ 100 (27%), ou de a R$ 201 a R$ 300 (14%). Mas há também consumidores que querem limitar o gasto a R$ 80 (13%) e uma minoria que estima investir R$ 401 ou mais (5%) no mimo.

Em torno de 9% estão indecisos e outros 15,50% já disseram que preferem conter os gastos. Os motivos apontados não são apenas econômicos, já que 54,30% dizem que não têm namorada ou namorado e 6,80% explicam que namoram à distância. O peso da crise econômica brasileira se faz sentir entre os que informam que estão simplesmente sem dinheiro (19,80%) ou que vão usar os recursos disponíveis para priorizar o pagamento de dívidas (12,70%). Mas, há também quem diga que não gosta ou não tem esse costume (5%), ou alegue “outros motivos” (1,40%). 

Outra tendência que se repete no levantamento da CDL-Manaus é que os namorados e namoradas não serão os únicos presenteados na data, embora respondam por 57,20% dos homenageados no próximo dia 12 de junho. Os cônjuges (24,70%) são a segunda opção mais frequente entre os entrevistados, seguidos pelos noivos e noivas (12,40%), amigos e amigas (3,30%) e até “ficantes” (2,40%).

Preços e parcelamentos

As preferências de compras são para itens de vestuário (15,20%), perfumaria e cosméticos (14,80%), produtos de beleza (10,80%), lingerie (9,40%), calçados (8,50%), flores/buquê (7,70%), almoço/jantar (7,40%). Itens de maior valor agregado, como joias e relógios (6,60%), smartphones (4,20%) e eletroeletrônicos (1,50%) também são opções, além de bolsas e similares (6,50%), bicho de pelúcia (4,90%) e cesta/chocolates (4,30%). Mas, 4,30% ainda não sabem o que comprar. Os homenageados apontam uma lista parecida, mas incluem também livros (2,30%).

Em sintonia com os tempos de crise, na hora de escolher o presente, o preço (54%) ainda é o fator prioritário a ser levado em conta, em detrimento da qualidade dos produtos (48%). Variedade de produtos e marcas (43%), atendimento (38%), facilidade no pagamento (20%) localização (12%), promoções e descontos (11%), estacionamento (10%) e comodidade (7%) entram como fatores secundários. Os locais de compras preferenciais ainda são os shopping centers (45%) por uma larga margem. Centro (29%), internet e lojas virtuais (15%) e comércio de bairros (9%) são as opções seguintes, mas 2% ainda não decidiram.

Diferente do ocorrido nas pesquisas para a Páscoa e o Dia das Mães, o consumidor de Manaus manifesta inclinação maior para comprar o presente parcelado no cartão de crédito. É a escolha de nada menos do que 35% dos entrevistados. Na sequência, e com percentuais bem mais modestos, estão aqueles que preferem pagar em dinheiro (19%), no Pix (16%), no cartão de débito e no cartão de crédito à vista (ambos com 15%).

Pandemia e emprego

O presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, lembra que, em função da proximidade com o Dia das Mães e a Páscoa, a maior parte do comércio conteve as contratações para aproveitar o ingresso dos 300 novos trabalhadores temporários admitidos em abril. O dirigente acrescenta que o aumento das expectativas leva em conta o crescimento vegetativo do número de consumidores. Mas, avalia também que a economia está melhor, em função do arrefecimento da pandemia, e que este é um fator decisivo para o otimismo.

“No ano passado, tinha muita gente sem emprego e preocupada em não comprar porque não sabia se iria continuar trabalhando. Este ano é diferente. O que estamos tentando é ver se a gente trabalha o Dia dos Namorados para que seja uma oportunidade para as pessoas presentearem quem gostam, sejam amigos ou colegas de trabalho. Que este seja um dia de grande troca de presentes. Se isso acontecer, a data pode crescer muito”, resumiu. 

“Consumo moderado”

O presidente da assembleia geral da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Ataliba David Antonio Filho, pondera que, embora não esteja entre as datas comemorativas mais rentáveis, o Dia dos Namorados ainda é uma oportunidade importante para o setor capitalizar negócios, e muito bem-vinda entre os lojistas. O dirigente reforça que o consumidor que emergiu depois dos dias mais duros da pandemia, e em meio a uma crise econômica que parece não ter fim, ficou mais prudente nos gastos. 

“O Dia dos Namorados está entre as datas do calendário do comércio varejista. Mas, é aquilo que falamos: embora seja aguardado um aumento de vendas, o consumo deve ser mais moderado. Acho que a inflação e fatores inerentes a ela são o principal motivo para os indicadores da pesquisa confirmarem uma linha de gastos que não onere demais o bolso”, avaliou, lembrando que a data comemorativa ocorre em um cenário em que a maioria dos consumidores ainda está endividada com os presentes da Páscoa e do Dia das Mães. 

Diante das dificuldades impostas pelo quadro econômico desfavorável, e pelo menor apelo da data, o presidente da assembleia geral da ACA diz que as opções do comerciante são promover descontos ou oferecer condições mais facilitadas de pagamento. Mas, diante das dificuldades de caixa sentidas também pelos lojistas, o mais provável é que a estratégia não seja adotada por todos. “Acho que a empresa que ainda tiver uma gordurinha para queimar, deve ter esse comportamento de oferecer abatimentos nos preços. As que não estiverem nessa situação, devem trabalhar nas prestações. Creio que esta será a opção da maior parte do setor, mas talvez esses parcelamentos ocorram em prazos menores”, arrematou. 

Boxe ou coordenada: Saiba mais sobre a pesquisa

A pesquisa da CDL-Manaus foi realizada via Google Formulários e aplicada por e-mail marketing e aplicativo de mensagens instantâneas, entre 2 e 9 de maio. Foram ouvidas 728 pessoas, entre mulheres (58%) e homens (42%), divididos entre as faixas etárias de 18 a 34 anos (42%), entre 35 e 49 anos (48,30%), e de 50 anos em diante (9,70%).

A maioria dos entrevistados tem grau de instrução de ensino médio completo (51,20%). Em seguida estão os que contam com ensino superior completo (37,90%) e os que não passaram do nível fundamental (10,90%). A parte majoritária dos consumidores reside nas zonas Norte (35,20%) e Leste (20,60%) da cidade. Na sequência estão aqueles que vivem nas zonas Oeste (12,50%), Centro-Oeste (12%), Sul (11,80%), e Centro-Sul (7,90%).

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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