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Dia das Mães deve aquecer shoppings

Pesquisa do Ifpeam aponta que 98% dos consumidores de Manaus querem presentear as mães

Pelo menos 98% dos consumidores de Manaus pretendem comprar presentes neste Dia das Mães, data comemorativa considerada pelo varejo como o segundo Natal do ano. Mas, assim como no ano passado, a preferência ainda recai sobre produtos de menor valor agregado, como perfumes, roupas e calçados. A maior parte das intenções de compras está na faixa de R$ 100 a R$ 200. É o que aponta a pesquisa do Ifpeam (Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas) para intenção de compras para a data.

O levantamento confirma também o gosto dos manauenses por compras em shoppings, em detrimento do Centro da cidade e dos bairros. E, apesar da alta no endividamento e da inadimplência, alimentados pela escalada dos juros, a modalidade de pagamento mais frequente deve ser o cartão de crédito parcelado. A Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), por outro lado, estima um crescimento real de 7% a 10% nas vendas. A meta corresponde a praticamente o dobro do índice de crescimento registrado pela data comemorativa em 2021 (+4,4%).

“A chegada do Dia das Mães é sempre um grande evento, não só pela perspectiva de movimentar milhões de reais no comércio brasileiro, mas também pelos sentimentos que evoca”, salientou o texto da pesquisa do Ifpeam. “Em 2022, o Dia das Mães será comemorado no dia 8 de maio e a data tem crescido em importância no país. Acima de tudo, esse é um dia voltado para a gratidão: neste levantamento, 72% dos entrevistados veem na ocasião uma oportunidade para agradecer por tudo o que as mães fizeram ou ainda fazem por eles”, completou.

Vale notar que, embora seja Dia das Mães, não serão apenas elas a ganharem presentes na data. As mães respondem por 72% das intenções de compras dos consumidores ouvidos pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas. A lista também inclui esposas (12%), filhas(10%), avós (2%) e “outros” (5%). 

Lista de compras

Entre os segmentos de produtos mais procurados neste Dia das Mães, o destaque ficou novamente para perfumes e cosméticos, com 27% das escolhas dos entrevistados. Na sequência estão calçados (19%), vestuário (16%), almoço e/ou jantar (15%), bolsas e/ou acessórios (11%), eletrodomésticos (9%), flores e/ou cestas (8%), celulares/smartphones (8%), viagens/passeios (2%). Em torno de 3% apontaram “outros” itens não citados, e os 3% restantes ainda se dizem indecisos.

O Ifpeam sondou também as mães para saber delas o que elas gostariam de ganhar de presente. As preferências são similares à lista geral de compras dos filhos, com perfumes/cosméticos (23%), vestuário (23%), calçados (15%), bolsas e acessórios (12%) liderando o ranking dos objetos de desejo –embora joias e relógios também sejam citados (3%), no lugar de celulares/smartphones.

Em sintonia com tendência captada em outros anos e outras datas comemorativas, o consumidor manifesta intenção de gastar menos. Praticamente metade dos entrevistados (45%) espera limitar os dispêndios a um faixa de R$ 101 a R$ 200. São seguidos por aqueles que esperam que o presente custe de R$ 50 a R$ 100 (28%). Um em cada cinco (19%) cogitam que a despesa fique entre R$ 201 e R$ 500, mas 3% estão dispostos a ir de R$ 501 a R$ 999, enquanto 5% arriscam gastar mais de R$ 1.000.

Os locais preferenciais de compras são os shoppings centers (32%), mas uma parcela pouco inferior dos entrevistados (31%) ainda manifesta preferência pelas lojas do Centro da cidade. Já as chamadas “lojas de bairro” são a opção predileta de 27% dos consumidores, enquanto 6% planejam fazer suas compras em modalidade remota, via e-commerce. Ao menos 4% dos entrevistados ainda estão indecisos e não souberam informar onde pretendem comprar o presente.

Apesar da escalada dos juros e da inadimplência, as compras parceladas em cartão de crédito ainda contam com primazia entre os consumidores de Manaus, sendo a escolha de 43% destes. Pix e dinheiro (18%) aparecem empatados em um distante segundo lugar. As modalidades de pagamento à vista no cartão de crédito (11%), cartão de débito (9%) e crediário de loja (5%) respondem pelas posições seguintes.

Segunda data

O presidente em exercício da Fecomércio AM, Aderson Frota, avalia que o fato de 98% dos entrevistados terem manifestado intenção de comprar, demonstra carinho pelo gênero feminino, incluindo mães, esposas, filhas e irmãs – “já que muitos entrevistados já não tem mais suas mães vivas”. O dirigente enfatiza que o Dia das Mães é a segunda melhor data para as vendas do varejo em todo o país e, por isso, um período muito aguardado pelos lojistas. E acrescenta que, diferente do ano passado, quando o setor ainda passava pelos ciclos de flexibilização e reabertura pós-segunda onda, as lojas contam com mais estoque para oferecer à clientela.

Mas, as diferenças entre 2021 e 2022 não se resumem à capacidade da oferta, mas se concentram principalmente na demanda. No que tange aos pontos de atenção que devem ser observados pelos comerciantes, Frota ressalta que a mudança de cenário ocorrida nos últimos 12 meses acabou gerando maior comprometimento de renda do consumidor, em virtude do aumento dos preços e dos juros bancários, que acabam limitando o alcance das compras. O presidente da Fecomércio-AM lembra também que 66,9% das famílias de Manaus estão endividadas e 28,8% já estão inadimplentes.

“A nossa expectativa é positiva, embora não exatamente da forma que a gente queria, por conta desses fatores. Sofremos com os aumentos das commodities, em função da pandemia e da guerra. Isso se reflete em fretes e operações portuárias. Mas, o BC (Banco Central) reage colocando a Selic para cima, o que piora a inadimplência. Por isso, os consumidores estão mais cautelosos e exigentes. As crises que desencadearam o aumento nos preços e comprometeram a renda ainda estão presentes no cenário econômico, e isso exige a atenção dos lojistas, para que levem crédito, promoções e vantagens”, arrematou. 

O levantamento do Ifpeam foi realizado com 315 moradores de diferentes zonas da cidade, entre os dias 4 e 14 de abril. No corte por renda familiar, 37% ganham de 1 a 3 salários mínimos, 29% recebem de 3 a 5 mínimos, 28% sobrevivem com 1 salário mínimo e 6% contam com rendimentos acima dos 6 mínimos.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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