Pesquisar
Close this search box.

Desmatamentos afetam distribuição de chuvas no país, afirma pesquisador

A floresta está influenciando diretamente na distribuição das chuvas no restante do país, por exemplo, no Centro-Sul. O resultado é a perda de lavouras inteiras por produtores agrícolas ou pelo excesso ou pela falta de chuva. Foi o que afirmou o pesquisar do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Flávio Luizão, durante a Conferência Científica Internacional “Amazônia em Perspectiva: Ciência Integrada para um Futuro Sustentável”. O evento iniciou na última segunda-feira, 17, e prossegue até esta quinta-feira, 20.
Segundo Luizão, com a retida da floresta a distribuição das chuvas no país é afetada. Dessa forma, nas épocas em que costumava chover não chove e o contrário também acontece. Com isso, as plantações sazonais de determinadas culturas são afetadas. Isso ocorre porque a Amazônia possui características diferentes de outras florestas, uma vez que ela depende de processos complexos entre a biosfera e a atmosfera que afetam o Brasil e que está sendo alterado pela ação humana.
Outro problema ocasionado pela retirada da floresta para pastagem ou agricultura, de acordo com o cientista, é que o solo fica exposto a sol e chuvas intensos, consequentemente, causando erosão e perdendo sua funcionalidade. Isso acontece porque o solo é pobre em nutrientes.
Como a floresta depende de interações com atmosfera para manter-se, ele explica que os impactos são severos sobre a Amazônia. Contudo, com as informações produzidas no âmbito do projeto de LBA (Larga Escala da Biosfera Atmosfera da Amazônia) é possível recuperar o solo compactado.
Para a cientista do Inpa, Rita Mesquita, as consequên­cias devastadoras sobre a floresta só demonstram a importância de manter a floresta em pé para a estabilidade climática. “Há uma relação direta entre a floresta e o clima. E o primeiro impacto do desmatamento é a ausência de chuvas. Com isso, perde-se o potencial produtivo do solo em consequência da ação humana. Isto é significativo para a região”, ressaltou.
O LBA é um dos três maiores programas do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia). Os pesquisadores que fazem parte do programa estão apresentando os resultados de suas pesquisas durante a conferência.
Também participam do encontro os cientistas dos dois outros programas do MCT: o de PPBio (Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia) e da Rede Geoma (Estudos integrados para a construção de modelos e cenários ambientais e sócio-econômicos para a Amazônia).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar