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“Desempenho do Polo Industrial de Manaus neste ano é surpreendente”

Jornal do Commercio – Como o senhor avalia o desempenho do PIM neste fim de ano?

Oldemar Ianck – Surpreendeu. As empresas estão correndo para atender a demanda de pedidos que aumentou ultimamente. A prova disso é que nessa última reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) houveram muitas comunicações adicionais de pauta de importação e remanejamento de produtos que são deliberações feitas pela própria superintendência com o CAS para prover as empresas da agilidade de resposta ao mercado. Tudo isso porque alguns produtos passaram dos limites do que os próprios empresários estavam esperando em seus projetos. Por isso, precisaram da suplementação de cota de importação.

JC – É possível que essa fase positiva continue em janeiro?

Ianck – A parada de janeiro é normal e natural, mas algumas empresas estão dizendo que não vai ser possível trabalhar em janeiro porque têm muitas encomendas, mas alguns segmentos – como o de duas rodas, que ainda não teve aquela recuperação toda que precisava, embora esteja caminhando para isso – deverão manter as férias coletivas em janeiro.

JC – Como está o otimismo da Suframa para 2010?

Ianck – Está bom por conta da recuperação econômica e dos investimentos no sistema energético que a Eletronorte está fazendo, especialmente no PIM, decorrente dessa nova matriz que já começou a ser introduzida [gás natural], cujo cronograma vai até setembro de 2010, além do linhão de Tucuruí.

JC – O gasoduto é uma alternativa viável para o PIM?

Ianck – O gasoduto é uma realidade, mas só vai se consumar plenamente ao longo do tempo. Já começou o processo de transformação das usinas de óleo para o gás natural. Isso vai se consumar ao longo do tempo e a indústria vai poder ter uma energia mais limpa.

JC – Em que estágio está o linhão de Tucuruí?

Ianck – Os leilões principais já tinham sido feitos, os contratos assinados, mas faltavam ainda os pedaços finais que são os ramais de distribuição interna dentro da Região Metropolitana de Manaus. Isso foi feito na semana passada pelo sistema Eletrobrás. Agora completou todo o ciclo. Logo, os investimentos já estão todos prontos para serem desencadeados.

JC – Em que Manaus vai ser beneficiada?

Ianck – Com o linhão, a capital amazonense vai ficar interligada ao sistema nacional. Naturalmente que por conta disso nos vamos ter energia suficiente em abundância, ou seja, teremos um sistema energético muito mais robusto com garantia de fornecimento, tanto em quantidade como na qualidade do fornecimento.

JC – Como está o projeto do Porto das Lajes?

Ianck – Ainda está em fase de licenciamento ambiental, mas há perspectiva de que o porto vá realmente ser construído, porque tudo o que foi exigido pelos órgãos de controle ambiental está sendo cumprido, inclusive, uma boa parte do terreno irá se transformar num grande parque. Uma área de preservação fabulosa.

JC – Esse porto é uma boa alternativa para a indústria?

Ianck – Sim, primeiro pela localização, porque está próximo do Distrito Industrial, e naturalmente, o frete será mais barato. Além disso, se a distância for menor, vai ter menos queima de óleo o que é bom para o meio ambiente. Outro dado positivo é que as carretas não vão passar por dentro da cidade, o que aponta para um trânsito melhor sem engarrafamentos. Além do que, vai gerar uma maior concorrência com os portos existes, o que faz com que os preços do frete baixem.

JC – Como o senhor avalia o serviço dos três portos existentes atualmente?

Ianck – Estão atendendo ainda de uma forma que não é o ideal. Têm questões que eu não quero colocar. Certamente têm condições que não são as ideais. Os donos dos portos fizeram grandes investimentos, mas tendo mais um porto será melhor porque aumenta a concorrência.

JC – O senhor está apostando na BR-319?

Ianck – Está dentro das obras do PAC (Programa de Aceleramento do Crescimento). Inclusive as duas pontas – 200 quilômetros de um lado e de outro da estrada – já estão praticamente prontas em processo bastante adiantado da restauração da estrada. O que existe ainda é a falta do licenciamento ambiental dos 500 quilômetros que ficam no meio da rodovia, mas já foram feitas muitas exigências pelos órgãos ambientais e estão sendo cumpridos.

JC – O que representa a BR-319 para o PIM?

Ianck – Maior concorrência na área de transporte; uma ligação por terra com o mercado nacional – São Paulo, Rio de Janeiro e o Centro Sul do país – que é o principal comprado do Polo Industrial de Manaus.

JC – Qual o balanço que o senhor faz da Fiam, haja vista terem sido feitas duas reuniões próximas?

Ianck – Esse era o nosso grande receio, mas vimos que as empresas receberam muito positivamente os visitantes – vieram com tudo – fizeram lançamentos de novos produtos. Os produtores regionais foram um sucesso e o pavilhão do governo do Estado foi excelente, assim como o pavilhão Amazônia, que recebeu muitos elogios, principalmente do pessoal de fora que nos visitou.

JC – Qual foi o saldo da feira?

Ianck – A Fiam teve mais de 300 expositores; os negócios fechados cresceram mais de 15% na rodada de negócios, atingido mais de US$ 15 milhões fechados na hora, fora os agendamentos. O apoio do Sebrae-AM (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Amazonas) foi excelente no processo de negociação, o que nos ajudou muito.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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