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Desafios da conexão 5G para o Amazonas

Com o anúncio da chegada da internet 5G, considerada uma revolução para a Amazônia, pairam as dúvidas sobre o desafio para que o Estado desfrute do acesso à nova tecnologia. 

A preocupação se tornou ainda maior, após a Conexis Brasil Digital revelar que o Amazonas está entre os Estados  que não possuem legislações para instalação de infraestrutura e antenas para implementar a nova tecnologia.

Luciano Stutz, presidente do Movimento ANTENE-SE e presidente da Abrintel (Associação Brasileira de Infraestrutura de Telecomunicações), diz que o Estado do Amazonas por si só, por sua geografia, já representa um desafio de chegar com transmissão em fibra óptica em todos os municípios para conectar as antenas do 5G. “Lá ainda há uma demanda muito forte por outras tecnologia de conectividade, principalmente nas comunidades ribeirinhas, que poderiam ser inicialmente atendidas pelo cabo fluvial prometido como compromisso de abrangência em decorrência do leilão 5G, que vai conectar várias cidades, mas também portando tecnologias de conectividade móvel como o 4G ainda”. 

Mas afirma que, um ponto importante é, superada essa dificuldade de chegar com a conectividade em fibra óptica, para ligar as antenas e as tecnologias, é importante que todos os municípios tenham, sim, a sua legislação municipal alinhada à legislação federal, para que se possa implantar as ERBs (Estações Rádio Base), antenas de transmissão e as infraestruturas necessárias para prover a conectividade e a cobertura móvel. “Não vai adiantar se essas comunidades e esses municípios amazonenses tiverem conectividade à disposição, com o novo cabo subfluvial, caso os municípios tenham legislações que impeçam a implantação das antenas”, avalia. 

Então, é necessário mesmo assim, mesmo hoje, com a tecnologia não sendo a 5G, nas comunidades ribeirinhas e nos municípios afastados da capital, Manaus, que todos os municípios tenham uma legislação favorável à aplicação desses investimentos em conectividade móvel.

O assunto foi debatido esta semana pelo deputado estadual Serafim Corrêa (PSB). Ao alertar sobre o cenário desafiador para o Estado em relação a implementação da nova tecnologia.  

“A imprensa nacional divulgou que apenas sete capitais brasileiras têm essa legislação. No Amazonas, nem Manaus e nem nenhum dos 61 municípios do interior do Estado têm a legislação para poderem ser mandadas as antenas. Sem antenas nós não teremos tecnologia 5G. Reconheço a importância do leilão 5G, que já ocorre com algum atraso no Brasil”, alertou Serafim.

Ele reiterou que o leilão do 5G é o primeiro passo, mas nós dependemos que os investimentos aconteçam, nós dependemos de uma série de fatores para que tudo aconteça mais rápido. E um deles é a questão das antenas, que dependem de legislação municipal”, apelou o deputado.

Realidade

Estudos realizados pelo ANTENE-SE em seis capitais (Belo Horizonte, Goiânia, Manaus, Natal, Salvador e São Paulo) e também na Região Metropolitana do Rio de Janeiro revelaram que bairros e distritos pobres e periféricos dessas cidades são os que mais sofrem com a precariedade, e mesmo a inexistência de conectividade nessas áreas.

Pouca antena para muitos usuários significa baixa qualidade, ou mesmo inexistência, de sinal de internet. Durante a pandemia, esse problema ficou ainda mais evidente. Moradores das áreas periféricas das grandes cidades, e de muitas regiões do interior do país, que precisavam estudar ou trabalhar online, enfrentaram grandes dificuldades para conectar seus equipamentos, quando não tiveram suas atividades simplesmente inviabilizadas. Um preço incalculável cobrado de parte da população pelas deficiências dessa infraestrutura no país. “Acreditamos na conectividade como alavanca do desenvolvimento econômico e como ferramenta imprescindível na redução da desigualdade social”, diz Luciano Stutz.

Leilão

O leilão para a exploração e oferta de internet 5G no Brasil já tem os seus vencedores. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) concluiu o processo de análise de propostas de empresas e consórcios interessados nesta sexta-feira (5). O valor total do leilão rendeu R$ 46,790 bilhões

Implementação

Até julho de 2029 os municípios que tenham a partir de 30 mil habitantes já devem ter efetivamente essa tecnologia. O edital possui metas fixadas ano a ano. As primeiras vencem em julho de 2022, quando todas as capitais brasileiras devem ter cobertura 5G. Já em 2028, a meta é para cobertura de todas as cidades do país.

Operadoras

Além de atrair investimentos, o leilão do 5G também possibilitará a entrada de seis novas operadoras de telefonia móvel no Brasil. As empresas Winity II Telecom, a Brisanet, o Consórcio 5G Sul, a Cloud2u, a Fly Link e a Neko Serviços arremataram lotes e ganharam o direito de explorar as faixas para levar serviço de internet à população.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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