11 de dezembro de 2024

Democratas critica defesa de Luiz Inácio aos envolvidos com o mensalão

O comando do DEM (ex-PFL) divulgou nota em que acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de cumplicidade com os acusados de envolvimento no escândalo do mensalão.

Segundo a nota -que será submetida à Executiva nacional do partido- “ao defender os réus do mensalão, o presidente, em vez de cumprir seu dever constitucional de respeito às leis, mostra ao país que seguirá acumpliciado aos acusados dos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, peculato e evasão de divisas”.
No sábado, durante o 3º Congresso do PT, Lula pediu que o partido defendesse os petistas acusados em processo aberto pelo Supremo Tribunal Federal. “Lula deixa claro que a questão não tem para ele a gravidade que tem para o resto do país”, criticou o presidente do DEM, Rodrigo Maia.
O DEM afirma ainda que a proposta de constituinte exclusiva para a reforma política é “tentativa velada de instituir, por plebiscito, a terceira eleição do presidente Lula, passo que será fatal para a democracia brasileira”. A idéia de extinção do Senado e a de revisão da privatização da Vale do Rio Doce também são atacadas pelos democratas.
Ação contra
João Paulo Cunha
O Ministério Público Federal no Distrito Federal incluiu o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) em mais uma ação por improbidade administrativa apresentada contra réus no processo do mensalão. Além dos três crimes pelos quais João Paulo já responde no Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente da Câmara é acusado de enriquecimento ilícito e atentado aos princípios da administração pública.
O crime de improbidade não dá direito a foro privilegiado ao deputado, e um eventual julgamento ocorrerá na Justiça comum. Entre as punições previstas estão a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, além de ressarcimento dos bens obtidos de forma ilícita. A ação por improbidade administrativa se baseia nas mesmas investigações que deram origem à denúncia do mensalão.
Segundo informações prestadas pelo publicitário Marcos Valério, apontado como operador do esquema, João Paulo recebeu R$ 50 mil por meio de saque em agência do Banco Rural feito pela mulher do deputado em setembro de 2003.
O dinheiro, segundo as investigações, foi um pagamento pelo tratamento privilegiado dado à SMPB, uma das empresas de Marcos Valério, na contratação de agência de publicidade pela Câmara dos.
Na avaliação dos procuradores da República, João Paulo Cunha já conhecia a estrutura montada para financiar campanhas políticas, aceitou a oferta de Marcos Valério e enviou a mulher para sacar o dinheiro “com o intuito de ocultar a origem da propina”.

Ex-secretária é acusada

A sexta ação apresentada contra réus do mensalão também acusa a ex-secretária parlamentar do deputado Silvana Paz Japiassú, cinco pessoas ligadas a Marcos Valério e quatro dirigentes do Banco Rural. A secretária de João Paulo Cunha teria tido passagens aéreas e hospedagem para ela e sua filha pagas pelo publicitário.
João Paulo disse, por meio de assessoria, que vai aguardar o momento de apresentar sua defesa. Ele disse que não cometeu nenhuma irregularidade. A assessoria de Marcos Valério não respondeu aos recados de retorno solicitados pela Folha de S.Paulo.
Há duas semanas, o Ministério Público no DF apresentou as cinco primeiras ações por improbidade administrativa contra 37 dos envolvidos no esquema do mensalão. As ações foram divididas por partido.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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