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Demissões no comércio dividem setor

Em Manaus, uma provável crise no comércio divide opiniões entre os dirigentes das entidades de classe do setor. Diante do quadro de 11.073 demissões registradas no 1º trimestre do ano, contra 10.173 admissões que gerou um saldo negativo de 900 desempregos com variação negativa de -1,13% no período, de acordo com dados divulgados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
De acordo com o presidente da Fecomércio (Federação do Comércio do Amazonas), Roberto Tadros existe um crescimento moderado da inflação no país, que está sendo controlado pelo governo federal, mas que vem sendo alardeado de forma manipuladora com o intuito de causar pânico à população, “de olho” nas eleições de 2014, com principal foco no governo estadual e federal. “Alguns políticos inescrupulosos estão fazendo mais barulho do que deveriam, inclusive com o possível nível de desemprego aumentando aqui e em todo o país. Tanto que está contaminando a economia nacional e amedrontando a população, já motivados pela proximidade das eleições do ano que vem”, declara.
Em março houve uma sensível recuperação com saldo positivo de 67 novos postos de trabalho gerados no mês, frente a 3.322 admissões contra 3.255 desligamentos registrados no período com uma variação de 0,09% positiva. Fato que levou a opiniões divergentes dos representantes da categoria.
Já na opinião do presidente da CDL-M (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, o comércio de Manaus apresenta um comportamento diferenciado das demais metrópoles do país. Enquanto as vendas e o nível de emprego caem com a inflação anunciada pelo governo federal, a capital amazonense bate recorde de compra no comércio com campanhas, descontos e liquidações promovidas em conjunto com empresários e governo municipal e estadual e garante geração de emprego e renda para quem possui capacitação. “Estamos diante de uma inflação na alimentação, em alguns itens da cesta básica do manauara, motivada pelo aumento da gasolina e do diesel em dezembro do ano passado, consequentemente, aumentou o frete desses produtos alimentares, é fato, mas o emprego e a renda no comércio crescem a cada campanha”. afirma.
Por outro lado o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bichara Filho, entende que as demissões são decorrentes de vários fatores (econômico e políticos) que afetam o poder aquisitivo da população e faz com que diminua a circulação de moeda no comércio, em detrimento ao aumento da cesta básica, considerada gênero de primeira necessidade da população manauara. “Temos um exemplo no Corredor de Importação de Bebidas Alcoólicas. Com a nova tributação provocou uma redução sensível no comércio na contra partida do aumento da cesta básica. Que fique claro que não somos contra a substituição tributária, ao contrário, somos a favor, mas desde que venha de encontro aos nossos interesses aqui de Manaus e de todo o Estado inclusive. Somos contra a discriminação de quem desconhece os benefícios garantidos por decreto-lei Constitucional que protege nossa região a quase meio século”, afirma.
Tadros ainda diz que é preciso evitar o pânico na população, porque a atual inflação foi criada como medida de controle interno do país diante da crise internacional, principalmente na Europa. Ele alerta para os gastos públicos desnecessários e da alta carga tributária que recai sobre a indústria e o comércio, que levam o país a perder a competitividade internacional, resultando em queda do nível de emprego e renda da população, ficando atrás apenas da Venezuela. “Acredito que ao estabilizar a economia no 1º Mundo, ao reduzir substancialmente os gastos públicos desnecessários da máquina do governo, e alinhando os tributos cobrados de forma exagerada, que ora são repassados como custo indireto dos produtos nacionais – inclusive os produzidos na Zona Franca de Manaus com suas vantagens tributárias-, a economia interna estabilize. Mas, assim com todo esse barulho, o país perde a competitividade internacional num cenário de crise na Europa que poderia ser a nosso favor”, conclui.
Ralph rebate e diz que por outro lado o nível de emprego vem aumentando na cidade estimulado por campanhas de forte apelo comercial para o consumidor. “Esse resultado foi um pouco na contra mão da nossa realidade, nosso dia a dia é totalmente diferente. Difícil está, mas quem está no mercado de trabalho vem ousando mais e trocando de emprego para melhor”, completa.
Ele ainda afirma que no varejo há vagas e falta mão de obra qualificada ou capacitada para manter o trabalhador empregado, principalmente no comércio especializado. “Nós da CDL conhecemos a realidade do comércio varejista de Manaus, recebemos centenas de e-mails por dia, respondemos e captamos informações do que ocorre nas vendas, por isso deveríamos participar mais das reivindicações e das negociações com o governo do Estado, especialmente neste momento de discussão para manter o foco na nossa realidade e generalizar menos,” desabafa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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