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Demanda externa na indústria interrompe recuperação, diz FGV

A demanda externa da indústria de transfor-mação interrompeu o processo de recuperação no mês de fevereiro e acendeu o “sinal amarelo”, avalia Aloisio Campelo, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O nível de demanda caiu de 89,5 pontos, em janeiro, para 84,3 pontos em fevereiro e voltou ao patamar de setembro de 2009 (84 pontos), de acordo com pesquisa de Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação divulgada pela FGV. O levantamento foi rea-lizado com 1.056 empresas entre os dias 02 e 23 de fevereiro.
“A demanda externa, que já estava num patamar fraco em termos históricos, caiu fortemente. Isso pode ser um primeiro sinal de que os problemas que estão sendo verificados na Europa já estão tendo algum impacto aqui”, avaliou.

As dúvidas sobre a capa-cidade de alguns países da zona do euro de saldar suas dívidas têm aumentado o temor de que a crise europeia coloque em risco a recuperação da economia global. O foco principal dessa preocupação é o grupo de países batizado de PIGS (sigla em inglês para Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), que enfrentam grandes déficits em seus orçamentos.
Para Campelo, há sinaliza-ções de que a recuperação na Europa poderá ser mais lenta. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos a recuperação do emprego também está demorando, o que tem abalado a confiança do consumidor norte-americano.

Segundo o coordenador da FGV, havia uma expectativa de que neste ano as exportações tivessem uma contribuição maior no aquecimento da indústria. “No momento, isso está ameaçado porque a recuperação que estávamos vendo deu uma rateada grande em fevereiro”.
Entre os setores que mais sentiram esse impacto estão o de metalurgia (caiu de 106,5 para 99,1 pontos entre janeiro e fevereiro), material de transporte (61,2 para 45,3) e alimentos (118 para 108,8).
A demanda interna, que vem impulsionando a indús-tria, também teve uma leve retração em fevereiro, de 121 para 118,5 pontos. Apesar disso, ainda está em um nível elevado, “confortável para a indústria”, segundo Campelo.

Confiança recorde

Apesar das dúvidas em relação às exportações, a indús-tria está otimista. A expectativa dos empresários em relação à situação futura dos negócios – nos próximos seis meses – está em 169,6 pontos, nível recorde. Para 71,2% dos entrevistados, os negócios irão melhorar, enquanto apenas 1,6% acreditam que irá piorar.
“Há um quadro virtuoso para 2010, que se reflete nas expectativas favoráveis, como do emprego e da situação dos negócios”, disse o diretor da FGV. O emprego previsto nos próximos três meses subiu de 120,8 para 128,3 pontos.

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) em fevereiro cresceu 1,9% sobre janeiro, ficando em 115,8 pontos, contra 113,6 um mês antes. Trata-se do maior nível desde dezembro de 2007 (116 pon-tos), considerando-se dados com ajuste sazonal.
Já o Nuci (Nível de Utili-zação da Capacidade Instalada, indicador que mede o uso de máquinas e equipamentos das indústrias) passou para 84% após dois meses de estabilidade, em 83,8%. Segundo Campelo, não há motivos para preocupação, o que deve ocorrer apenas quando o índice estiver próximo de 86%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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