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Demanda do mercado aquece o setor turístico

Demanda do mercado aquece o setor turístico

Como em todo país, a retomada do turismo em Manaus, vem respondendo de forma lenta e gradual. A crise instalada pela pandemia trouxe efeitos devastadores para o setor que está entre um dos últimos a se recuperar. Contudo, as agências de viagem têm registrado um crescimento de 20% entre os meses de agosto e setembro no volume de vendas. 

“De acordo com os nossos associados, as vendas substanciais começaram em agosto e mantiveram-se em setembro. O mercado começou aquecer. As pessoas começaram a procurar por pacotes turísticos para os próximos meses, para férias do fim do ano,  além de viagens para os feriados”, afirma o assessor da ABAV-AM (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Jaime Mendonça.

Conforme a perspectiva de Mendonça, a tendência é que o movimento registre índices maiores, caso a vacina contra a Covid-19 seja liberada para a população. “A esperança é que o nível de transmissões reduzam e a imunização por meio da vacina aconteça. Aí nós vamos ter um novo cenário de positividade para as pessoas começarem a viajar com mais segurança. 

As aberturas das fronteiras de um modo geral  também estão entre as expectativas de uma maior demanda no consumo por conta das viagens internacionais. “São poucos países que têm a fronteira aberta para os brasileiros, mas aos poucos as situações vão se ajustando e devem ganhar maior velocidade quando com a chegada da vacina”, reiterou. 

Em sintonia com o mercado nacional 

Todo esse interesse dos consumidores após o retorno das atividades, faz parte do sexto levantamento mensal da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), que percebeu esse comportamento nos dados de agosto sobre a comercialização e gestão de seus associados, que representam cerca de 90% das viagens de lazer comercializadas no Brasil, diante da pandemia da Covid-19. 

A entidade confirma que o setor vem marcando presença ativa na linha de evolução das atividades. Ao menos 79% das operadoras realizaram vendas no mês de agosto. Este indicativo manteve estabilidade ante os 78% apresentados em julho, fator traduzido com positividade, já que agosto é, tradicionalmente, um dos meses do ano com volume de vendas mais baixo. 

O percentual de empresas que apontou ter vendido de até 50% comparado ao faturamento do ano anterior deu um salto de 10% para 25% no mês de agosto, dividindo o segundo lugar no ranking com as empresas que faturaram de 11% até 25% em relação ao mesmo período de 2019. O número de operadoras cujo faturamento ainda está até 90% menor do que em 2019, segue alto, em 40%, mas tem apresentado queda desde julho (era 45% em julho e 72% em junho).

Essas variações positivas refletem o cenário já previsto anteriormente de uma retomada de faturamento lenta e gradual, mas, acima de tudo, presente. Tanto que para 87,5% das operadoras, agosto foi melhor ou similar a julho.

A maior parte das consultadas disse ter vendido viagens cujos embarques se concentram no primeiro semestre de 2021 (67%), seguidas de viagens que se realizarão em novembro (50%) e dezembro (50%) deste ano. Depois aparecem outubro (46%), setembro (44%) e agosto (29%). As viagens para o segundo semestre de 2021 mantiveram-se no patamar indicado em julho e fizeram parte das vendas de 38% das empresas.

Em queda

De acordo com o estudo, assim como no Amazonas, os pedidos de cancelamento caíram bruscamente e atingiram apenas 30% das empresas consultadas (em julho, esse número era de 73%), evidenciando a tendência de queda, mês a mês, neste quesito, acompanhada desde maio.

“Em Manaus, esse cancelamento é quase imperceptível. O que está havendo nessa questão diuturnamente, é que muitas das companhias aéreas estão cancelando voos e reacomodando passageiros, ou seja, eles cancelam voos e dão outra opção”, destaca Jaime Mendonça. 

Expectativas, gargalos e oportunidades

Quando o foco é o segundo semestre de 2020, 71% dos operadores acredita que o faturamento não atingirá 50% em relação a 2019.

Esse indicativo é um reflexo da escassez das matérias primas de trabalho das operadoras: variedade e volume de produtos ofertados, uma vez que as medidas de distanciamento reduziram a capacidade dos voos, hotéis, restaurantes, passeios, entre outros itens que compõem uma viagem. Como exemplo, dados da ABEAR (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), indicam agosto com a média diária mensal de partidas de 28,1% com a perspectiva de que, em dezembro, haja entre 60 e 65% da malha aérea no ar.

“Assim como o Turismo impacta uma enorme cadeia de atividades econômicas, ele também depende de todas elas para atuar plenamente. O turismo é plural e se faz em conjunto. Diante desse cenário, é importante ressaltar que entre os fatores responsáveis pela estabilidade das vendas no período pesquisado, bem como o aumento do faturamento, estão a criatividade, a flexibilidade e o alto poder de customização das operadoras para a criação de novos produtos, com o intuito de manter nas vitrines opções diferenciadas para todos os perfis de viajantes, apesar de todas as restrições atuais”, ressaltou Roberto Haro Nedelciu, presidente da Braztoa

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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