As contas externas no Brasil apresentaram no primeiro semestre deste ano saldo negativo de US$ 23,76 bilhões, que equivale a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, segundo dados do Banco Central.
De acordo com o professor de economia da FGV-EAESP, Evaldo Alves, “a tendência é de permanência do déficit nas contas externas enquanto persista a ausência de uma estratégia de desenvolvimento bem definida por parte das autoridades econômicas.
Esta estratégia deverá incluir também a solução de alguns gargalos como as deficiências na infraestrutura, transportes, energia, bem como o encaminhamento de uma solução para o déficit público em todos os níveis – federal, estadual e municipal – que já atinge os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Alves acredita que o remédio para o desequilíbrio nas contas externas, também favorecida pela taxa de câmbio sobrevalorizada, é a mobilização para o crescimento econômico. “É necessário produzir internamente um volume maior de bens e serviços ao invés de importá-los. No entanto, considerando a crise sistêmica que as economias de mercado enfrentam, os investidores buscam países que apresentem um cenário de estabilidade e crescimento, o que a maioria dos emergentes está oferecendo de modo agressivo e eficiente. China, Índia e Coréia concorrem diretamente com o Brasil na atração de investimentos externos.”
Outra solução para equilibrar as contas públicas, segundo Alves, é diminuir o consumo de produtos importados.
“O consumo de bens importados, sobretudo os duráveis, pode sobrecarregar as contas externas do país.”
E acrescenta: “Além da criação de uma política industrial e comercial que estimule a produção interna, é preciso que a qualidade e o preço dos produtos brasileiros sejam compatíveis com os patamares do mercado internacional.”
Déficit das contas externas deve continuar, diz professor da FGV
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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