O setor de bares e restaurantes estima que as restrições impostas pelo decreto governamental elevem o índice de empresas fechadas em definitivo. Dados da Abrasel indicam que mais de 30% dos estabelecimentos do segmento que atuam como ‘alimentação fora do lar’, fecharam as portas.
De acordo com o presidente da (Abrasel-AM) Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-Seccional Amazonas, Fábio Cunha, se persistir o decreto de suspensão das atividades não devem restar 30% de empresas abertas. “Se projetarmos dois a três meses parados, o colapso vai ser significativo”.
Em Manaus, há 13 mil empresas cadastradas no ramo de ‘alimentação fora do lar’. Cunha explica que devido ao decreto estadual, os empresários precisaram conceder férias coletivas para os funcionários. Ele torce para que no mês de fevereiro a situação se estabilize. “A gente está confiante de que o prazo do decreto expire e as atividades possam retomar para que não necessite de demissões, porque com as portas fechadas e sem faturamento não tem como manter os negócios de pé, muito menos os empregos”.
O que deve trazer um fôlego é o programa do Governo Federal com a volta da suspensão de contrato de trabalho pela MP 936. Que segundo ele, foi uma medida positiva no primeiro pico da pandemia, ajudando cerca de 44% dos funcionários. “Tudo vai depender do término do decreto. Essa foi uma saída porque conseguiu estancar as demissões, mas ainda assim tiveram muitas”.
Embora o setor venha buscando o equilíbrio em relação aos direitos dos funcionários durante a pandemia, Fábio Cunha diz que a situação preocupa. De acordo com ele, o MPT-PRT 11 (Ministério Público do Trabalho do Amazonas) requer que as empresas garantam o pagamento dos salários dos funcionários neste momento.
“O órgão devia fazer um papel de interlocução para que junto ao Governo Federal suspenda os contratos de trabalho. É justo as empresas terem um socorro. Mesmo porque sem elas, não existe o emprego”, reiterou.
Delivery
Mesmo com as inovações do setor por meio do delivery, as dificuldades são muitas porque poucos são os que atuam com o sistema – em média 50%. “Muitas são as dificuldades na operação, principalmente porque a demanda por pessoal (entregadores) é grande”. Além disso, o horário está limitado para as entregas”.
Rodrigo Zamperlinni, membro do conselho da Abrasel, diz que a atividade por meio do delivery é muito importante para a população e espera que logo possa ser retomado o horário em sua normalidade, ou seja, 23h. “Essa atividade é uma maneira de levar comida pronta para quem não tem como cozinhar em casa ou no seu local de trabalho. A gente acredita que passando esse período torcemos para que tenha essa fleixibilizacao”.
Ele ressalta que a Abrasel, através dos seus associados, está engajada em ajudar com fornecimento de lanches, refeições aos profissionais de saúde, verdadeiros heróis nessa batalha que está sendo travada contra a Covid-19 e os familiares dos pacientes internados. “Essa é uma maneira muito importante que está fazendo uma diferença enorme para muitas pessoas e ao mesmo tempo está reconhecendo e elevando a moral dos profissionais de saúde que estão sendo muito exigidos no momento.
No decreto governamental, que inclui o toque de recolher, os restaurantes só podem funcionar até antes das 19h em formato de delivery até o dia 31 de janeiro.
Fábio Cunha diz que o toque de recolher foi compreendido e acatado pelos empresários, visto que a situação nos hospitais se encontra fora de controle, mas esperamos que logo normalize e possam atender com o serviço de delivery, drive thru e take away até as 23h.