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De Atlântida a Zanzibar

Literatura

Este livro, de Steven Roger Fischer, é um estudo profundo das ilhas por meio de um conceito que inclui a geologia (que lhes dá forma), a biologia (que lhes traz vida) e a cultura, por meio da qual adquirem significado. Sempre levando em conta a sinergia entre os três vértices, o autor volta-se principalmente à cultura, tentando aquilatar o significado das ilhas para os seres humanos, cujo desenvolvimento entrelaça-se desde os primórdios a essas formações.
O autor demonstra que, corresponsáveis pela própria existência da Terra, as ilhas figuram entre os principais lugares de origem de plantas, animais e hominídeos do planeta. Verdadeiros laboratórios biológicos e culturais, contribuíram para a evolução da espécie humana, capacitando-a à adaptação vitoriosa e à sua expansão global.
Espalhadas por toda a extensão da Terra, as ilhas abarcam de continentes ancestrais a formações originadas por bancos de areia, diz Fischer, lembrando que hoje abrigam de pequenas comunidades a algumas das maiores metrópoles do mundo, como Nova York, Cingapura, Hong Kong, além de países inteiros, como Cuba, Islândia, Madagascar, Grã-Bretanha, Japão e Nova Zelândia.
Fisher relata como, ao longo dos diversos ciclos da temperatura do planeta, que remontam a milhões de anos, ilhas surgiram, desapareceram, voltaram a conectar-se a placas continentais. E comenta os motivos de prosperidade ou abandono das ilhas desde os primeiros hominídeos: “Cada uma delas, as quais entre ilhas e ilhotas somam mais de um milhão na Terra, conta uma história extraordinária”.

Trecho
Vulnerabilidade. Essa é, sem dúvida, a constante insular mais penosa. Não é possível sequer ter esperança em adiar o inevitável. Furacões, vulcões, terremotos e tsunamis – os Quatro Cavaleiros das Ilhas. Foram eles que as formaram originalmente e ainda o fazem. O Quinto cavaleiro acaba de chegar: o aquecimento global, que modifica os padrões climáticos, eleva os níveis do mar e exerce uma nova pressão nas placas da Terra. […] O aquecimento global transformará cada vez mais essas ilhas e culturas insulares como conhecemos hoje. Maior mortalidade, perda de lavouras e turismo, economias fracassadas, maior evasão – será a proliferação das “ilhas fantasmas”. […] As ilhas de altitude elevada – Tonga, Samoa, Havaí, Japão, Cuba, Sri Lanka, entre outras – enfrentarão uma taxa maior de crescimento na vegetação por causa do efeito fertilizante do CO2, se o solo tiver água e nutrientes suficientes para um novo crescimento. Contudo, elas também sofrerão tempestades mais frequentes e devastadoras.

Sobre o autor
Steven Roger Fischer vive em Waiheke, uma pequena ilha na Nova Zelândia. Nascido nos Estados Unidos, é diretor do Instituto de Línguas e Literatura Polinésia, em Auckland. Pela Editora Unesp, publicou História da escrita (2009) e História da leitura (2005).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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