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DAVOS

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A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou na sexta-feira (24), em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que o Brasil segue o regime de metas e que a inflação permanece sob controle no país. Segundo ela, o descontrole de preços no passado mostrou aos brasileiros o poder destrutivo da inflação para empresas e para a população. “Reitero que buscamos com determinação a convergência para o centro da meta inflacionária”, disse.
“A estabilidade da moeda é um valor central do nosso país. Não transigimos com a inflação”, afirmou. Segundo a presidente, o Brasil, que ainda sofre com algumas condições de desigualdade social, está sendo construído sem abdicar dos fundamentos macroeconômicos. “O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são essenciais para assegurar a estabilidade”, disse.
Dilma afirmou também que tem como uma meta importante melhorar o superavit primário de Estados e municípios. “Olhando o futuro, queremos aprimorar controle das contas dos entes federados”, afirmou.
Segundo a presidente, outra meta do país “é o reposicionamento dos bancos na expansão do crédito.” “Nós construímos um sistema financeiro sólido, que contribuiu para a expansão sustentável do crédito ao longo dos anos”, afirmou. Dilma disse ainda que o sistema é eficiente e funciona com harmonia entre as instituições privadas e públicas.
Durante o período de crise financeira global, disse Dilma, as instituições financeiras desempenharam um importante papel. “Com a normalização, a orientação estratégica é que as instituições públicas retornem suas vocações naturais”, afirmou.
Segundo a presidente, a crise global ganha novos contornos, nesse momento de retirada de estímulos pelos países desenvolvidos, mas “ainda persistem desafios que geram volatilidade nos mercado financeiros.”
Citando as reservas internacionais brasileiras, de US$ 376 bilhões, Dilma afirmou o país tem “um colchão seguro de absorção dessa volatilidade.” “O Brasil tem na flutuação cambial sua primeira linha de defesa”, discursou.
Dilma lembrou ainda do programa do swap do Banco Central e disse que ele tem sido capaz “de dar previsibilidade e estabilidade ao mercado de câmbio.” Além disso, a presidente disse ainda que o fluxo estrangeiro “se mantém direcionado ao Brasil.”

Meta fiscal
A presidente afirmou que em breve o governo definirá a meta fiscal para 2014, sem, no entanto, especificar uma data para o anúncio. Ela disse que as despesas correntes do governo central estão sob controle no Brasil e que houve uma “melhora qualitativa” das contas públicas nos últimos anos, com a redução da dívida líquida e da dívida bruta. “A meta de superavit do governo será condizente com essa diminuição do endividamento”, afirmou a presidente, citando que a dívida bruta federal passou de 60,9% para 58,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013. “Creio que temos um dos menores endividamentos públicos do mundo”, comparou.
Em seu discurso, Dilma defendeu também o repasse dos royalties do petróleo à educação. Segundo ela, a decisão “histórica” de destinar 75% dos royalties do “pré-sal e do pós-sal” contribuirá para o desenvolvimento do ensino brasileiro. “Vamos transformar a riqueza finita (o petróleo), em riqueza perene (a educação)”, revelou.
A presidente disse que a medida beneficia todos os brasileiros e, ao garantir maior investimento em educação e formação de mão de obra, provocará ganhos de produtividade, contribuindo para o crescimento econômico.
Ela também citou o programa Ciências Sem Fronteiras, que oferece intercâmbio para estudantes brasileiros no exterior. “Nosso objetivo é criar uma geração de técnicos, pesquisadores e cientistas”, destacou.

Trabuco classifica discurso como auspicioso
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, avaliou o discurso da presidente Dilma Rousseff como “auspicioso” para o setor bancário. Logo após a fala da presidente brasileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o banqueiro classificou o conteúdo apresentado por Dilma como “auspicioso na direção da competição bancária.”
“A visão é que a presidente quer bancos estrangeiros, privados nacionais e estatais”, disse Trabuco. Para o presidente do Bradesco, instituições financeiras públicas têm papel relativamente distinto das casas privadas. “Bancos públicos são mais adequados nas políticas anticíclicas. Quando essas fases passam, existe possibilidade de redirecionar o funding”, disse.
Diante da expectativa de analistas de que Dilma poderia emitir um sinal mais forte para a política fiscal, Trabuco sinalizou que não esperava indicação desse tipo. “Davos talvez não exista para fazer alteração de direções, mas serve para reafirmar princípios e valores. E ela reafirmou que o governo tem uma crença muito grande nas parcerias entre o público e o privado. Esse é o lado ideológico destacado”, disse.
Trabuco comentou ainda que o discurso, no geral, teve “conteúdo protocolar e conteúdo político.” “Mas ela teve a possibilidade de dar algumas mensagens ao público de Davos”, disse.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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