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Dança que acolhe, transforma e resgata

A arte é uma porta para a liberdade e é uma poderosa ferramenta de empoderamento. É assim, com esse espírito, que o Projeto Arte sem Fronteiras vem atuando em Manaus, há 14 anos. Dedicado a trabalhar com pessoas de baixa renda, o projeto reinventou a inclusão social, utilizando a arte como ferramenta, canal e opção para uma vida melhor. 

E é sobre isso que o Trends JC conversou com Wilson Júnior, Arte Educador, coreógrafo e produtor cultural e Jéssica Moça – professora e produtora cultural, no último episódio, que, por sinal, já está no ar, prontinho para que você assista na íntegra. É só acessar sua rede social preferida (Youtube ou Facebook) ou direto no portal JCAM – www.jcam.com.br.

Com um bate-papo divertido e com bastante demonstração de dança, os convidados falaram sobre o projeto, que começou em uma escola pública, com dança popular, até chegar ao Jazz e Ballet. “Lá conseguimos montar 10 espetáculos. A comunidade inteira se envolveu e chegamos a 100 bailarinos”, contou o educador, lembrando o quanto a arte é um grande atrativo de pessoas e, nesse caso, atraiu muitos interessados de volta para as escolas.

O trabalho com as crianças se tornou, em pouco tempo, uma instituição, levando arte a quem precisa nas zonas mais necessitadas da cidade. “Sempre fui barrada nas audições por conta da minha estética, mas a dança sempre esteve no meu sangue. Esse projeto me acolheu e me abriu portas”, disse Jéssica Moça, professora do Arte sem Fronteiras.

Wilson exalta a essência de todo o grupo, que conseguiu reunir pessoas assertivamente em torno do mesmo objetivo. “Nós somos vários corpos que dançam e não apenas uma estética. Para mim é muito importante fazer parte desse processo formativo de talentos também. Temos bailarinos que passaram pelo Arte sem Fronteira que estão agora fazendo parte de importantes corpos de dança”, lembrando que têm bailarinos também espalhados pela Europa e Brasil.

O professor lembra que apesar da enorme quantidade de pessoas participando, esse é um processo rigoroso e que requer muita disciplina. “Quem vê tanta gente querendo aprender a dançar pensa que é só o glamour e os shows. Não. É um processo educacional rigoroso”, comenta Wilson.

Algumas das muitas comunidades que estão recebendo o projeto de dança possuem altos índices de vulnerabilidade. “Sempre foi meu foco trabalhar com essas zonas mais periféricas. Acho que são muitos os talentos. Acho que a gente consegue potencializar muita coisa e direcionar muita coisa e realmente eles são carentes deste olhar e dessa formação”, lembrou.

Para o Arte sem Fronteira, a missão é de entreter, sim, mas também de formar e conduzir o jovem a um bom caminho. “Já disputamos o maior festival de dança nacional e conseguimos colocar uma coreografia que ficou em 4º lugar, já na primeira tentativa. E ainda tivemos que derrotar também um certo preconceito que existe nacionalmente para com o Norte”, disse Wilson.

Em 2021, o Arte sem Fronteira melhorou sua colocação e ficou com o 2º lugar no maior festival do Brasil, o de Joinville. “Éramos os menos experientes e conseguimos esse posicionamento nacional”, revelou.

Futuro

Mas, o Arte sem Fronteiras realmente não quer uma fronteira que o limite. Neste ano, agora no segundo semestre, a Instituição deverá ampliar seu leque de artes para a música e o teatro. “Queremos, até 2024, trabalhar com todos os segmentos artísticos e mais aulas de idiomas. Penso na instituição como um processo internacional. Quero que nossos bailarinos possam falar pelo menos dois idiomas”, garantiu.

E no meio desse bate-papo emocionante, também teve o Bruno, o dançarino, claro, mostrando todo seu talento. Afinal, aqui a arte é para se aplaudir em todos os sentidos.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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