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Da competência do Espírito Santo

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Consta que o Cristianismo quando explica a Santíssima Trindade, sobre a figura da mentira assevera que cabe exclusivamente ao Espírito Santo a competência de julgar os males causados por essa maldade, bem como a administração de combatê-la sem tréguas tanto quanto a condená-la, tão grave é esta versão do pecado, capaz de causar males irreversíveis. Como bem se sabe, é uma questão grave, poderosa, permanente e já no Éden esteve presente, hoje domiciliada sobretudo em Brasília. Bem se diz.

Da história colhe-se, a propósito, que Voltaire, zombando dos seus adversários, reconheceu “caluniai, caluniai, que alguma coisa ficará.” É mesmo, não é mentira…

Nessa marcha, atribui-se aos sofistas gregos a antinomia ou paradoxo do mentiroso, diz-se de um conjunto complexo de proposições que traduz uma contradição insolúvel e que descreve, na verdade, a auto referência assim expressa, olha só: “Você diz que você mente. Se isso é verdade, então você mente também ao dizer que você mente, e então é falso que você mente. Mas se isto é falso, então você não mente também ao dizer que você mente, e portanto é verdade que você mente”. Entendeu? Jura?

Dos dicionários consta em todos os idiomas que mentiroso é o “que engana, que foge à verdade, um enganador, ilusório, falso etc.,” No Brasil, é fato, prevalece sempre o tempero tupiniquim, para o caso, sobretudo na comunidade dos políticos profissionais, mesmo quando candidatos não eleitos. 

Contudo, não figura no acervo do conhecimento humano nenhum vetor seguro para que se reconheça um mentiroso, que não seja por meios tecnológicos aplicados. O conhecimento popular, a crendice, o empírico, ao contrário, acreditam que podem dispor de variados recursos para a identificação do mentiroso e neles confiam inteiramente, a partir de práticas cabalísticas onde tais e tantos indícios desenhariam o perfil da pessoa do mentiroso.

Resta que o sistema de crenças antigas como o Druísmo, o Tantrismo, o Taoísmo, o Xamanismo e outras, acreditava que a face de todo mentiroso era marcada de alguma forma pelo estigma sobrenatural da mentira. Então alguns povos representavam com carrancas a figura dos maus como um rosto caolho, por exemplo. Quando não uma marca na face, esculpiam figuras narcisistas e hibridas – homem /mulher –  procurando também mostrar jeitos e trejeitos afeminados como sinal de imperfeição do caráter indicando desvio da sexualidade. 

Em outro painel as carrancas diziam de certos estragos faciais onde além de outras deformidades destacava-se toda sorte de mutilações corporais, fossem adereços ou pinturas indecifráveis tanto quanto uso de vestes as mais diversas.

Opa! Não se está falando dos dias em curso! Eis que lá não se via como agora bonés postos ao contrário; indumentárias rasgadas de alto a baixo, sujas e riscadas tal como se vê nos muros, trabalho dos grafiteiros; os adereços de variados feitios e tamanhos apenas pendendo das orelhas, ventas, e acredita-se de outros locais mais encobertos. 

Vivemos mesmo um passo de modernismo e liberdade! Assume-se a sexualidade que entender e até se proclama-a com orgulho e rebolado, se calhar. Nada como aqueles chatos do passado! Ora, ora!

*Bosco Jackmonth é advogado de empresas (OAB/AM 436). Contato: [email protected]

Bosco Jackmonth

* É advogado de empresas (OAB/AM 436). Contato: [email protected]
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