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Custos com descarte crescem 342%

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Os custos com o descarte de resíduos sólidos da construção civil cresceram quase 400% em pouco mais de um mês. A afirmação foi feita em coletiva cedida pelo Sinduscon-AM (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas) na tarde da última sexta-feira (25).
Segundo o diretor da CII (Comissão da Indústria Imobiliária) do sindicato, Newton Veras, desde o dia 23 de abril o preço de uma caçamba para o recolhimento e descarte dos resíduos das obras saltou de R$ 70 para R$ 240, aumento de 342,85%.
Isso significa que com uma obra, que utiliza em média uma caçamba por dia, os gastos de uma construtora totalizavam R$ 2.100 por mês. Agora para o descarte da mesma quantidade na mesma obra, o valor pago passa a ser R$ 7.200.
“Existe um decreto -portaria nº 011/2012 da Semulsp- impedindo que as construtoras joguem os resíduos sólidos no aterro sanitário a partir dessa data. Agora, apenas uma empresa em Manaus está autorizada a receber nossos resíduos, e como não há concorrência, não há controle nos preços cobrados”, detalhou.
O presidente do Sinduscon-AM, Eduardo Lopes, também presente na coletiva, lembrou que a medida não afeta apenas o segmento da construção civil.
“O Distrito Industrial também está amargando as perdas, assim como os hospitais que também realizam os descartes. Até a população foi afetada. Quem quiser derrubar uma parede na sua casa também vai ter que pagar a mais”, argumentou.
O presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Amazonas), Carlos Monteiro, diz que os novos valores também impactam o PIM. “Quando o empresário paga o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana) a taxa do lixo já está inclusa, mas acontece que não há coleta no Distrito. Então somos obrigados a contratar caçambas e arcar com os custos elevados”, constatou.
Eduardo Lopes disse não contrariar a decisão, uma vez que a lei é nacional, mas discorda da maneira como foi aplicada. “A medida foi tomada de forma rápida e unilateral e ocasionou o monopólio dos resíduos sólidos”.
Newton Veras complementou que o segmento está buscando alternativas junto à Secretaria do Meio Ambiente. “Queremos mais prazo para adequação e também nos comprometemos a aprimorar a utilização de novos métodos que gerem menos resíduos. Investimentos em materiais com um custo inicial alto mais que possam ser reutilizado mais vezes é um dos caminhos”, emendou.
A Cetram (Central de Energia e Tratamento de Resíduos da Amazônia), única empresa autorizada a descartar os resíduos foi procurada para explicações sobre o preço, mas até o fechamento da edição, ninguém foi encontrado.

IVV

Além do gargalo discutido com os representantes do setor, a coletiva foi marcada também pela divulgação do IVV (Índice de Velocidade de Vendas) do segmento no primeiro trimestre do ano. De acordo com o estudo do Sinduscon-AM, o mercado imobiliário no Amazonas apresentou IVV de 37,89%, o que representa um crescimento de 17,93% em relação ao primeiro trimestre de 2011.
Foram 4.284 ofertas de imóveis para 1.623 vendas efetuadas. O resultado foi considerado positivo tanto por Newton Veras quanto pelo vice-presidente da CBIC ( Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, José Carlos Martins.
“Ficamos surpresos com os resultados porque vinham numa curva descendente desde dezembro do ano passado, mas o aquecimento a partir da segunda quinzena de fevereiro e durante todo o mês de março, garantiu o bom desempenho”, afirmou Veras.
A expectativa do setor é de crescimento de 6% a 7% este ano.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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